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Oficina dos Baixinhos* - Blog sobre o hobbie LEGO® de um AFOL (Adult Fan Of LEGO) português. Relatos das construções, técnicas, críticas, pensamentos e afins sobre LEGO em Portugal e no mundo. *Antiga LegOficina
Já esperado e já com algumas leaks, aqui vai o press release oficial d'O Estranho Mundo de Jack.
Não consegue acreditar nos seus olhos? Descubra o novo set LEGO® Ideas Disney O Estranho Mundo de Jack, de Tim Burton.
Hoje, o Grupo LEGO tropeça na Cidade do Natal com a revelação do aguardado set LEGO Ideas Disney O Estranho Mundo de Jack, de Tim Burton. Baseado no icónico filme de 1993, o cenário intrincadamente projetado dá vida em forma de tijolo ao charme misterioso e aos detalhes lúdicos do filme.
Prepare-se para mergulhar num mundo terrivelmente delicioso e dê às férias uma transformação macabra com três locais icónicos do acarinhado clássico de animação: a colina em espiral, a casa de Jack Skellington e a Câmara Municipal de Halloween. Construa nostalgia e divirta-se com detalhes autênticos que incluem um telhado destacável que revela a fórmula de Natal de Jack Skellington, um cemitério pormenorizado, uma banheira andante e o atril da câmara municipal em que Jack fez o seu famoso discurso.
Este set para colecionadores inclui oito acarinhadas personagens da Disney: Jack Skellington, Sally, Pai Natal, Lock, Shock, Barrel, o cão Zero e uma figura de tijolos de duas faces do presidente da câmara.
O set foi desenhado pelo fã de LEGO britânico Simon Scott, como parte do programa LEGO Ideas. Uma vez projetado, 10 000 pessoas votaram para que fosse transformado num set oficial. A propósito do seu design, Simon afirmou: «Eu sou um grande fã de construções LEGO e do filme da Disney “O Estranho Mundo de Jack”, de Tim Burton, pelo que me sinto honrado de ver a minha criação ganhar vida em forma de tijolos físicos. O filme é um êxito familiar entre os fãs mais jovens e mais velhos por todo o mundo. A equipa de Ideas fez um trabalho fantástico ao criar um set que dá para brincar e que é, ao mesmo tempo, apelativo como peça de exposição.»
Com 2193 peças, o set LEGO® Ideas Disney O Estranho Mundo de Jack, de Tim Burton oferece uma experiência de construção gratificante para fãs e colecionadores.
O set LEGO® Ideas Disney O Estranho Mundo de Jack, de Tim Burton está disponível para os membros LEGO Insiders, a 3 de setembro, em www.LEGO.com/Nightmare e nas lojas LEGO, e para todos, a 6 de setembro, com PVP recomendado de 199,99 €.
LEGO® Ideas Disney O Estranho Mundo de Jack, de Tim Burton
Idade: 18+
PVP recomendado: 199,99 €
Peças: 2193
N.º de produto: 21351
Dimensões: 48,2 cm de largura x 27,8 cm de comprimento x 31,2 cm de altura
Disponibilidade: LEGO Insiders a 3 de setembro e para todos a 6 de setembro
Ligação: www.LEGO.com/Nightmare
Vi o filme já há muitos anos e gostei muito. Mas não me posso considerar um fã ao ponto de conhecer os vários detalhes ou curiosidades. Compreendo que seja um filme de culto, mas a temática do dia das bruxas costuma causar-me demasiados bocejos para captar a minha atenção.
Visto isto, chega-nos mais um conjunto LEGO de um tema que terá a sua legião de fãs. História que já ouvimos e vamos continuar a ouvir já que a LEGO vai percorrer tudo o que puder. Se até compreendo que este tema tenha alguma relevância artística, já há outras coisas que apenas posso referir que o bom gosto com certeza que foi esquecido algures.
O set capta as estruturas e alguns momentos mais significativos do filme, mas a nível de LEGO não me consegue entusiasmar. Não conheço a lista de peças, mas a quantidade e variedade de cinzento claro parece interessante... mas não a ponto de gastar 200 euros nisso.
Obrigatório para os fãs do filme ou do Tim Burton, para os restantes é mais um set que vai para o lote dos n temas que a LEGO visita regularmente e que são esquecidos mal outro set do género veja a luz do dia.
Tema: Speed Champions
Ano de Edição: 2024
Número de Peças/Minifigs: 245/1
Preço LEGO®: 27€
Link Brickset: https://brickset.com/sets/76919-1/2023-McLaren-Formula-1-Car
Olha, um Speed Champions diferente do habitual. Será que vale a pena?
Nesta segunda encarnação do tema onde os carros andam nos 8-wide, apenas temos um Fórmula 1 Mercedes em 2022 e outro Aston Martin de 2024, ambos em conjuntos acompanhados de outro veículo. Este último tem imensas parecenças com o set que estou a analisar hoje.
Já passaram décadas de quando acompanhava com muita atenção o ano do campeonato de F1, mas ainda consigo apreciar alguma da beleza destas máquinas. Depois de construído, a primeira coisa que me salta à vista é que o veículo está completamente fora de escala, sendo muito grande para o minifig que lá está dentro. Arrisco a dizer que a inclusão da minifigura destrói a percepção de escala do veículo.
Em termos de construção fiquei novamente com a sensação que existem peças fabricadas de propósito para conseguirem determinados efeitos especificamente para estes sets. Com isto que fique claro que não sou contra o aparecimento de novas peças, o problema para mim está na exagerada quantidade de peças novas por ano e a especificidade de muitas delas que as tornam inúteis para além daquilo para que foram desenhadas.
De alguma forma é refrescante construir este Formula 1 em relação aos demais Speed Champions. É quebrada o habitual padrão e até conseguimos ver algumas técnicas rebuscadas. Por isso considero a experiência bem interessante que é afectada a todos os níveis pela quantidade absurda de autocolantes. Para terem a noção do ridículo, há peças impressas que levam autocolantes!! Poderá haver uma justificação para este acontecimento, mas nenhum me ocorre, já que a marca em questão (Chrome) aparece impressa noutras peças.
O resultado final é impecável em termos de LEGO (mesmo descontando que há algumas peças que parece que foram feitas para estes modelos em particular). Como refiro acima, há o problema da escala, mas desaparecendo com o minifig (que vá lá se saber porquê, traz uma ferramenta), o caso fica resolvido.
Quanto às peças há algumas interessantes, outras inutilizáveis (por serem impressas ou por se colarem os autocolantes) mas no geral fica a sensação que 27 euros é demasiado para o com que se fica.
Concluindo, temos um belíssimo set que representa relativamente bem o original, mas que é desproporcionado se pensarmos na escala minifig. Algo caro para as peças que oferece.
Conclusão 7/10
Tema: City
Ano de Edição: 2024
Número de Peças/Minifigs: 99/2
Preço LEGO®: 10€
Link Brickset: https://brickset.com/sets/60400-1/Go-Karts-and-Race-Drivers
A LEGO não vive apenas de grandes sets e, por vezes, fico curioso com os sets mais pequenos. Imagino-me o que faria com eles se fosse criança. Estes conjuntos mais baratos são excelentes para iniciar uma colecção de LEGO ou mesmo para complementar ou potenciar outros sets que já tenhamos.
Este Go-Karts possui uma alta jogabilidade inerente ao próprio tema já que dois “carrinhos” é sinónimo de muitas corridas nas mãos dos mais pequenos. Sim, plural que o conjunto está mesmo feito para ser “brincado” e até construído por duas pessoas já que cada kart tem o seu próprio livro de instruções.
Um dos livros tem 32 páginas e o outro 36. A diferença está nas páginas dedicadas às peças e imagens de outros conjuntos City. Os livros seguem o formato muito semelhante já que a primeira parte da construção é basicamente igual, mudando apenas a cor das peças. Notei que, à semelhança dos infames sets 4+ (yeps, não gosto deles), no quadro com as peças necessárias de cada passo, quando é preciso duas peças iguais aparecem realmente as duas peças e não o tradicional “2x”. Se isto espalhar-se para conjuntos mais complexos, pergunto-me o que acontecerá quando forem necessárias dez ou mais peças iguais. Percebo que a LEGO possa ter chegado à conclusão que crianças do pré-escolar possam não saber o que é um “2” ou um “x”. Mas depois de tantos anos já devem ter percebido que isso nunca foi impedimento de nada. A construção é extremamente rápida e sem qualquer detalhe digno de nota.
O resultado são dois simpáticos “carrinhos”, já que tenho alguma dificuldade de chamá-los de karts já que são enormes em relação aos originais. Claro que compreendo a necessidade de os tornar um poucos grandes para a introdução de detalhes, mas da forma como ficaram é um exagero. Claro que nas mãos de crianças esse é um detalhe esquecido e, se calhar, com alguma razão. As cores, as variações de cor e forma e as minifiguras são mais que suficientes para tornar os karts diferentes mas mesmo assim aproximados.
Em termos de peças há que destacar que não existem autocolantes e às novas plates modificadas 2x4 com 4 studs num dos lados. Começa a ser difícil justificar estas peças novas quanto no mesmo set temos outras peças mais antigas que fazem o mesmo efeito.
O set cumpre o objetivo de ser um pequeno brinquedo com um preço baixo. Baixo como quem diz, já que na minha opinião 10 euros é um pouco puxado para a quantidade de peças e a dimensão dos próprios karts. Vale pela jogabilidade extrema que proporciona nas mãos certas.
Conclusão 7/10
O meu filho começou a ler os livros do Harry Potter e aproveitou para por na mesa um par de sets que, milagrosamente, ainda não tinham sido desmontados. Talvez porque o miúdo regularmente pegava neles para brincar :). O giro foi o Artur chegar à conclusão que precisava de mais módulos de Hogwarts e no domingo passado inventou um (sim, criou o seu MOC) e na segunda-feira copiou um set através de instruções online com ligeiras alterações porque não tinha as peças todas ou por causa de modificações que entendeu fazer.
Claro que isto deu-me imenso prazer. Basicamente passei os dois dias a ler deitado num sofá estrategicamente colocado na oficina enquanto ele andava numa correria a procurar as peças que precisava. Devem ter sido dezenas as vezes que tive que apontar para as gavetas para ele localizar as peças que queria. O que vale é que tem boa memória e aos poucos ia percebendo a lógica da organização.
Claro que agora falta saber quem arruma tudo...
Claro que o que mais chama a atenção neste MOC é o dragão. Componente central onde as limitações das peças LEGO são utilizadas de forma a criar uma posição única onde é potenciada a sensação de movimento. No entanto confesso que a minha atenção foge rapidamente para a água, esse elemento que muitas vezes é difícil representar em LEGO de forma satisfatória. O polaco BardJaskier tem aqui uma solução deveres interessante ao dar um ar cartoon à água deixando de lado as transparências e apostando na uniformidade da cor quebrada apenas pelos studs.
A exposição LEGO Space no Planetário do Porto está a acabar e, como disse neste post, é uma excelente desculpa para visitar este local espectacular. Não contem com grandes MOCs ou displays, mas uma forma de ver, num mesmo local, quase todos os conjuntos LEGO Space que foram editados este ano bem como alguns dos anos anteriores. Pessoalmente adorei e até me convenceu comprar um deles, algo que agora faço muito raramente. Como disse acima, é também uma excelente forma de visitar o planetário e viajar através das estrelas, planetas ou ver um dos vários filmes preparados para o local.
Ahh, como diz no press release, está aberto até dia 3 e nesse dia há direito a um pequeno brinde (provavelmente sujeito ao stock existente).
ÚLTIMOS DIAS DA EXPOSIÇÃO LEGO SPACE NO PLANETÁRIO DO PORTO
Última oportunidade de conhecer as novidades LEGO Space
Estes são os últimos dias para visitar a exposição LEGO® SPACE no Planetário do Porto, que está patente até ao dia 3 de agosto.
Termina já este sábado, após dois meses de brincadeiras e descobertas, a exposição temporária, que apresentou sets oficiais inspirados no tema Espaço, abrangendo gamas como LEGO City, LEGO DREAMZzz, LEGO Technic, LEGO Friends, Art, Icons e LEGO Creator.
O Grupo LEGO e o Planetário do Porto despedem-se da exposição que veio desafiar todas as crianças a explorar o Espaço através da sua imaginação. Esta é a oportunidade ideal para um dia em família cheio de diversão e momentos de aprendizagem. Além dos sets em
exposição, existirão também mesas de atividades para que crianças e adultos possam construir livremente e desenvolver o seu potencial criativo.
A exposição coincidiu com a divulgação de um novo estudo global do Grupo LEGO, revelando um forte interesse das crianças pelo espaço: 86% mostram interesse em descobrir novos planetas, estrelas e galáxias, enquanto 77% desejam viajar pelo espaço. Mais de três
em cada cinco crianças (68%) acreditam na existência de vida alienígena, e 64% gostariam de a conhecer.
Inspirado há mais de 50 anos pelo universo, o Grupo LEGO está empenhado em estimular a curiosidade das crianças pelo espaço através das icónicas peças LEGO. Este ano, a marca lançou uma vasta gama de sets espaciais LEGO.
A entrada na exposição é gratuita e está aberta ao público de segunda a sexta-feira, das 9h00 às 17h30, e aos sábados, das 14h00 às 17h30, terminando no dia 3 de agosto. As crianças que visitarem a exposição aos fins de semana têm direito a um brinde especial.
Tema: Technic
Ano de Edição: 2024
Número de Peças/Minifigs: 435/-
Preço LEGO®: 35€
Link Brickset: https://brickset.com/sets/42178-1/Surface-Space-Loader-LT78
Depois de ter ficado encantado com o 42179 Planet Earth and Moon in Orbit, a curiosidade com os restantes sets Technic Space adensou-se. Tive a oportunidade de construir este conjunto e aproveitei para fazer uma análise. Antes de mais devo lembrar que, por norma, não gosto de construir conjuntos Technic. Não tanto por construir de dentro para fora, mas talvez por muitas vezes não perceber o que está a acontecer ou a trabalheira que é corrigir eventuais enganos.
A construção deste conjunto, apesar de relativamente pequeno para o padrão de um set Technic, não me conseguiu cativar e, algumas vezes, dei por mim a desejar que fosse uma construção mais rápida. Como cereja no topo do bolo, há vários autocolantes para colocar, muitos deles em superfícies curvas. Bons tempos em que simplesmente os ignorava. As instruções estão espalhadas pelas 128 páginas do livro de instruções e foram divididas em 5 fases com 130 passos no total. São várias as chamadas de atenção para passos que, se não forem feitos como deve de ser, podem criar constrangimentos no final. Procedi à montagem durante vários momentos ao longo de três dias o que ajudou a aligeirar as reticências à forma de construção.
No fim temos um rover que, com alguma facilidade, podemos dizer que está à escala minifig. Tem um aspecto bastante espacial que é diminuído pela quantidade de buracos inerente ao tema. Ok, a LEGO cada vez tem mais painéis, mas mesmo assim não consegue disfarçar este aspecto que, a meu ver, não é nada bonito principalmente quando há contraste entre as peças e os eixos ou pins que estão no interior.
O Veículo possui três funcionalidades dignas de nota, a primeira é a direcção que, de forma algo surpreendentemente, está nas rodas traseiras. É um detalhe que ajuda a criar um sentido de modernidade mas, que a meu ver, não resulta muito bem. É que deste modo, as curvas conseguidas tem um raio demasiado largo. A segunda funcionalidade também não me agradou já que é uma espécie de guindaste accionado através de dois manípulos e que serve para levantar o módulo. O problema é que o módulo não fica nem bem seguro, nem tão elevado para ser transportado de forma eficiente. Por fim, a terceira funcionalidade é aquela que talvez utilize mais as capacidades das peças Technic. Rodando uma peça na traseira (logo abaixo da que serve para controlar a direcção), podemos configurar o modo do veículo. A primeira, que podemos chamar de exploração, onde a cabine fica elevada para, provavelmente, dar melhor visão aos tripulantes. A segunda, que talvez possamos chamar de movimentação, onde a cabine desce quase ao nível da superfície e, aparentemente, o veículo fica mais estável para grandes velocidades. O efeito é engraçado e quase que posso afirmar que este gadget é o coração de todo o conjunto.
Por fim temos uma espécie de pega que provavelmente é para utilizar com outro set do tema, o 42181 VTOL Heavy Cargo Spaceship LT81, mas não encontrei a confirmação.
Em termos de peças não sou a melhor pessoa para avaliar, já que não consigo dar utilidade à grande maior parte delas. No entanto confesso que aquele windscreen e aqueles pneus são muito, mas mesmo muito, interessantes!
É muito interessante o espaço ter chegado ao LEGO Technic e seria inevitável ter um conjunto mais baratucho como este. Cumpre o desígnio mas penso que sem brilhar. Provavelmente para esta sensação ajude o facto que o mundo Technic não me cativa.
Conclusão 6/10
Tema: Friends
Ano de Edição: 2024
Número de Peças/Minifigs: 426/3
Preço LEGO®: 30€
Link Brickset: https://brickset.com/sets/42618-1/Heartlake-City-Caf%c3%a9
Friends continua a ser um tema que vale a pena ter debaixo de olho. Se ignorarmos algumas cores fantasiosas que continuam a persistir nos seus conjuntos, há sempre vários detalhes que valem a pena. Claro que as minidolls são um problema para o valor final do conjunto já que, na minha forma de encarar o hobby, são inúteis. No entanto acredito que essa barreira é cada vez mais frágil para uma boa parte dos AFOLs criativos que conseguem, de alguma forma, encaixá-las nas suas construções.
Este é um conjunto que segue o padrão habitual do tema onde temos um pequeno e colorido estabelecimento, sem fundo para o interior também poder ser cenário de brincadeiras. A variedade destes estabelecimentos mostra que o caminho seguido pelo tema City, onde todos os anos temos o mesmo de sempre, quanto a edifícios é claramente uma opção pobre por parte da LEGO.
Com um PPP próximo dos sete cêntimos, considero que este conjunto tem um preço justo para o que oferece. Há um conjunto interessante de peças onde destaco as inusitadas peças de vegetação em rosa, as sempre bem-vindas janelas e portas, a grandes plates e a simpática lambreta. Fiquei algo desiludido que as peçsa que fazem os arcos das janelas venha naquela cor esquisita, noutra cor poderia ser um must-have para alguns tipos de construções. A variedade de cores pode ser um contra já que é tanta que apenas há uma pequena quantidade de peças de cada. Facto que faz com que num conjunto colorido como este, as cores neutras (branco, preto e cinzentos) sejam as cores com mais variedade de peças.
A experiência de construção é a esperada sem qualquer surpresa digna de nota. Continuo a achar que a colocação de autocolantes é um martírio e achei interessante a forma como as montras foram conseguidas.
O desenho final é agradável e bem em linha com que a linha Friends nos habituou. Gostei do formato não simétrico com que a base fica devido ao local de estacionamento da pequena motorizada. A profusão de cores é a esperada, mas os tons suaves fazem com que não choque muito. O acesso ao interior é facilitado por não haver tecto além dos fundos. As minifiguras, um casal de clientes e a dona/funcionária do café são mais que suficientes para criar pequenas brincadeiras tanto no exterior, como no detalhado e espaçoso interior.
No fundo este é um conjunto que cumpre o esperado tanto pelo tema como pelo preço. Poderemos dizer que é mais do mesmo, mas de forma positiva.
Conclusão 7/10
Depois de vários meses sem pegar no terceiro módulo deste cenário, volto à carga! Ontem, no meio de tanta coisa a fazer, ainda consegui colocar umas pecitas e hoje espero continuar. O incrível é que começam a faltarem-me peças básicas como um simples brick 2x2 em DBG. Nada que dois bricks 1x2 não resolvam.
Ando com vontade de construir algo, mas com tanta coisa que invento para fazer, a vontade de arrumar as coisas primeiros não é muita. Principalmente tendo em conta que a maior parte das construções que aparecem nesta linda fotografia foram desarrumadas pele meu filho.
Dá vontade de utilizar a solução final... tudo para dentro de um caixote.
Esta construção do Ted Andes mostra que este formato invulgar é capaz de excelente para revelar mais detalhes sem possuir qualquer profundidade. Claro que a dimensão pode ser enganadora já que a largura deve situar-se nos 32 studs (uma baseplate). O ponto central é a estrutura que é uma espécie de mini-aeroporto com direito a azáfama desses locais. O Dragonfly Ornithopter, como podemos ver abaixo, é uma beleza de construção com peças LEGO. Adoraria ter construído algo deste género para o meu tema "OutroMundo". Destaco também o elevador, para as "galinhas corredoras" e para o veículo a vapor.
Ao "passear" pelo Flickr, este MOC captou logo a minha atenção. Claro que as cores quentes num fundo frio tem a sua quota parte da responsabilidade de ser vistoso. Mas há vários outros detalhes que despertaram o meu olhar curioso. A moldura original, a acção implícita, os destroços da carroça, a vegetação seca, as variações de cor e nível do terreno, etc.
Sem dúvida alguma um pequeno e simples MOC que deve ter dado um enorme gozo a construir ao autor, Josh.
Tema: Architecture
Ano de Edição: 2024
Número de Peças/Minifigs: 4383/-
Preço LEGO®: 230€
Link Brickset: https://brickset.com/sets/21061-1/Notre-Dame-de-Paris
Depois de ter declarado o meu amor incondicional aos anterios três conjuntos Architecture que abordam edifícios históricos (21056 Taj Mahal, 21058 The Great Pyramid of Giza e 21060 Himeji Castle), claro que não poderia deixar passar este ao lado. Mas há algo que faz com que este conjunto se distinga dos restantes três. O preço.
Será que esta diferença substancial afecta a minha adoração a este conjunto de sets?
Preço maior, maiores dimensões e mais peças resultam num livro de instruções maior. São 292 páginas num formato próximo do A4 e que compreendem as 34 saquetas do projeto. Curiosamente não sei se posso considerar que são 34 fases, já que são várias as vezes que temos que abrir dois sacos em conjunto. Por outro lado, as fases são todas relativamente curtas o que, a meu ver, torna a construção muito mais fluída e agradável. O livro vem com o cinzento como cor de fundo, o que agora é habitual e, apesar de eu não gostar propriamente da cor, torna a leitura das instruções muito mais simples do que era quando se utilizava o preto. No livro de instruções temos também os habituais textos e fotografias do original, mas que agora não se concentram no início, mas sim em pontos chave da construção. Além disso, os habituais pequenos comentários que temos durante a construção são, neste caso, diferentes, já que relatam sequencialmente a construção da original com datas e algumas curiosidades que, por vezes, enquadram aquilo que estamos a construir. Curiosamente isso fez com que alguns detalhes da construção fossem realizados em alturas inesperadas, já que tentam replicar a ordem como o original foi construído. Apesar de ser uma evolução muito interessante, achei que os comentários eram demasiado esparsos e que deveriam ter fotografias ou gravuras dos detalhes originais para podermos comparar melhor. Mesmo assim considero um passo em frente por parte da LEGO ao tentar tornar o ato de construir o mais interessante possível e não ficar apenas pelo resultado final.
Mesmo assim, não consigo considerar a experiência de construção como excelente. O problema é que existem várias secções com vários passos repetidos que, a dada altura, são extremamente monótonos. Sei perfeitamente que esta construção obriga à existência destes passos e a LEGO até tornou-os curtos e, na medida do possível, espalhou-os ao longo da construção. Claro que aquelas 40 varinhas mágicas ficarão na memória mais tempo do que deveriam. Fora isso, a construção está recheada de detalhes interessantes que por vezes são resultado de técnicas interessantes. Devo destacar que, ao contrário de muitas outras construções LEGO, a posição das peças que dão um ar arredondado à construção não ficam fixas, o que resulta que facilmente saem do sítio. Pessoalmente não me faz espécie, mas acredito que para alguns AFOLs mais ortodoxos fiquem algo desconcertados. É pior que acertar autocolantes…
Os interiores são um detalhe algo agridoce. É giro vê-los na altura da construção, mas acho que depois raramente iremos remover o telhado para vê-los. Sim, dá para espreitar pelas portinhas, mas pouco se vê.
O resultado é lindíssimo e impactante mesmo tendo em conta a dimensão. Poderemos considerar o preço como justo tendo em conta não só a dimensão, mas sim o peso e detalhe. Claro que muitos detalhes foram omitidos devido à escala e outros a compreensão tornou-os algo simples. O maior exemplo disso são as estátuas em alto-relevo da fachada pro vezes substituídas por simples cones ou mesmo tiles round 1x1. No entanto acho que é compreensível e julgo que ninguém irá reclamar por isso.
Considero que este set é muito bom e digno da série iniciada no Taj Mahal (pequeno). A LEGO está a evoluir nesta colecção e espero que para o próximo ano continuem, mas de preferência com um conjunto um pouco menor.
Conclusão 9/10
Adoro estas construções que conseguem sair do esperado mas, ao mesmo tempo, não fogem dos lugares comuns. Temos um minifig em acção num desporto conhecido e numa perspectiva já conhecida (pelo menos para quem segue este tipo de desportos). A genialidade, além da própria situação e fotografia, está na utilização das peças transparentes para a criação do efeito das bolhas que seguem o mergulhador. De notar que esta é a segunda fotografia, já que o autor, FOXduFutur, fez uma antes que, fora alguns detalhes, está praticamente igual.
Tema: City
Ano de Edição: 2024
Número de Peças/Minifigs: 633/3
Preço LEGO®: 55€
Link Brickset: https://brickset.com/sets/60420-1/Construction-Excavator
Quando vi pela primeira vez as imagens deste conjunto pensei logo: isto tem tão bom aspecto.
Será que depois de construí-lo fiquei com a mesma opinião?
A construção desenrola-se por seis fases e ocupa um livro de instruções de 160 páginas. Construímos primeiro a secção superior da escavadora, deixando para o fim a parte inferior com os incontáveis segmentos das lagartas. A construção é relativamente interessante e, por vezes, até dá a sensação que estamos a construir algo Technic. Não tanto pela utilização abusiva de peças desse tema, mas pela forma como construímos de dentro para fora. Não quer dizer com isto que não são utilizadas peças Technic. São, e são essenciais para o modelo final deste conjunto. Claro que tantas peças Technic possibilita tanto a existência de articulações como aumenta a estabilidade de toda a construção. Curiosamente, foram mais essenciais na estabilidade que nas articulações.
Claro que quem me conhece, sabe que não sou muito fã das soluções em que são utilizadas uma boa percentagem de peças Technic. Simplesmente porque depois dos conjuntos serem desmontados (o que nas minhas mãos acontece a maior parte das vezes), a grande maior parte destas peças tornam-se inúteis. Nas minhas mãos, nas mãos das crianças e na maior parte dos AFOLs.
Mas tirando estas considerações mais gerais, este conjunto em particular é uma maravilha em termos de realismo. Além de facilmente reconhecível, “cheira” a potência e versatilidade tal como os originais. No entanto, há ali algumas articulações que, penso eu, deveria ter um grau de liberdade maior. Nada que afete gravemente a jogabilidade que até se pode considerar alta neste conjunto.
Então se temos realismo, solidez e jogabilidade, porque é que tem que sempre haver um “mas”?
O “mas” começa pelo preço… que me parece exagerado para o produto final. Temos uma máquina bem detalhada e com imensas peças mas cuja dimensão não me parece justificar o preço. As peças são, na sua maioria, específicas e parece que foram desenhadas para este conjunto em particular. Claro que tendo em conta que nenhuma é exclusiva ou criada este ano até podemos pensar que estamos perante um bom trabalho do designer. Se calhar um trabalho demasiado bom.
Porque não algo mais simples e mais barato?
Aqui continua o segundo “mas”. Será que há necessidade de um modelo que é vendido numa linha que, penso eu, é dedicada à brincadeira depois de construído, ser tão detalhado e realista? Pessoalmente penso que não e a minha experiência com crianças vai no mesmo sentido. Faz, de certa forma, lembrar-me o papagaio Creator do ano passado que não tinha forma de sair do poleiro sem desfazer as patas.
Portanto fico dividido quanto a este conjunto. Na óptica de um AFOL possui um realismo e é construído de forma interessante, mas pergunto-me se será necessário este nível de detalhe (acompanhado de um preço que considero elevado) para os mais novos.
Conclusão 8/10
Na semana passada a LEGO anunciou mais dois sets para a linha Botânica. Aqui fica o press release seguido de umas palavritas minhas.
Embarque numa viagem de tranquilidade com os novos sets LEGO® Coleção Botânica, os modelos de exposição ideais para a decoração da casa
O Grupo LEGO dá hoje a conhecer duas impressionantes novidades na sua LEGO® Coleção Botânica: uma LEGO® Flor de Ameixa e um LEGO® Crisântemo. Presentes intemporais para os amantes de plantas ou perfeitos para criar um elegante arranjo floral para a casa, ambas as novidades são pensadas para proporcionar uma experiência de construção imersiva para adultos que deixa a criatividade florescer.
LEGO Crisântemo
Esta bela recriação LEGO traz folhas e pétalas ajustáveis que retratam a flor laranja-vivo em várias fases de crescimento, além de registar a flor em vários estágios, como um em plena floração, um a florescer e dois em rebento. A planta vem depositada num vaso verde pastel com uma linha dourada e plinto com aspeto de madeira.
LEGO Flor de Ameixa
Embarque numa viagem de tranquilidade com o projeto de construção para adultos LEGO® Icons Flor de Ameixa. Esta pormenorizada interpretação retrata a icónica espécie floral de inverno com o caule elegante e flores magenta e vermelho-vivas. Com 327 peças, este set vem num vaso azul pastel com uma linha dourada e plinto com aspeto de madeira e é fácil de montar. Proporcionando uma experiência de construção gratificante, o set dá um bonito modelo de exposição floral fácil de cuidar tanto em casa com no escritório.
Com 6 em cada 10 (58%) adultos a admitirem passar menos de uma hora por dia a descontrair*, estes novos sets oferecem uma oportunidade de passar tempo de qualidade com amigos ou com a família, para a criação de um projeto consciente que possa contribuir para o relaxamento.
Os sets LEGO Crisântemo (10368) e LEGO Flor de Ameixa (10369) estarão disponíveis para pré-venda, de 26 de junho em diante, nas lojas LEGO e numa seleção dos melhores retalhistas em todo o mundo.
Para mais informações sobre os novos sets de construção LEGO Coleção Botânica, visite www.lego.com/adults-welcome/
*6 em cada 10 (58%) adultos admitem passar menos de uma hora por dia a relaxar, de acordo com o LEGO Play Well Study 2022.
Informações sobre o produto:
LEGO Crisântemo
LEGO Flor de Ameixa
Tudo indica que a linha que a LEGO dedica às plantas está a ser um sucesso e estes dois pequenos sets vem alargar as opções de compra. Pela dimensão fiquei curioso não terem sido incluidos na "segunda divisão", ou seja, não na Icons mas sim na Creator. Julgo que bastaria tirar os micro-vasos para isso ser possível. :)
De qualquer forma os conjuntos estão super giros, a um preço aceitável e captam na medida do possível as flores originais. Claro que acho que não substituem as originais nem o gozo que é ter plantas verdadeiras e cuidar delas, mas é uma aproximação muito interessante de dois hobbys.
Claro que quem me conhece já sabe que estes conjuntos levam-me sempre a perguntar. Será que esta aproximação ao realismo com a utilização abusiva de peças especificas em cores criadas para o efeito é a melhor direção que a LEGO pode tomar? Não se estão a afastar demasiado do que é um brinquedo de construção?
Será que falta muito para chegarmos a isto?
Tema: City
Ano de Edição: 2024
Número de Peças/Minifigs: 240/1
Preço LEGO®: 20€
Link Brickset: https://brickset.com/sets/60430-1/Interstellar-Spaceship
Outro conjunto espacial deste ano em que o nome promete muito. Será que o resultado cumpre o esperado?
Interstellar remete claramente para o grande filme do Nolan de 2014 e até pode dizer-se que há algumas semelhanças desta nave com uma das utilizadas no filme. Não consigo sequer imaginar outra razão para a utilização desta palavra no nome do conjunto, já que não se espera que uma nave desta dimensão tenha capacidades interestelares.
Para a construir temos um livro com dimensões perto da A5 com 104 páginas. São duas as fases e,sinceramente, não senti que cada uma representasse uma secção do veículo. A construção é simples, rápida e, até se pode afirmar, agradável. Vemos a nave a crescer de baixo para cima e é fácil chegar à conclusão de que os designers gostam muito de complicar o que poderia ter levado metade das peças a construir. O que resulta numa nave que até é relativamente pesada para a dimensão que possui.
Pessoalmente gosto bastante do resultado final já que é um bom compromisso entre brinquedo, estética e funcionalidade. Claro que pelo meio temos uma seleção de peças algo inútil nas mãos das crianças, mas isso é o pão nosso de cada dia em muitos temas LEGO. Claro que, por outro lado, temos também aquelas peças que agradam os AFOLs mais imaginativos.
O gadget accionado pelo acto de pressionar bateria está muito bem conseguido e, realmente, impulsiona o factor swoosh da nave a velocidades incríveis. Gosto também do detalhe dos travões aerodinâmicos apesar de achar que o designer teria outras ideias quanto à sua função. De qualquer forma, também não estou a ver que utilização teriam em viagens interestelares. A quantidade de peças que esta pequena nave possui resultou num veículo maciço (e pesado como referi anteriormente) e, portanto, sem qualquer espaço interior além do reservado para a piloto. É pena, porque algum espaço para bagagem, espaço para outro tripulante ou mesmo para o drone, seria algo que poderia aumentar a jogabilidade.
O tripulante está equipado de azul escuro o que, segundo creio, significa que é o líder da equipa de pilotos deste tema. Aliás, acho fantástica esta divisão por cores que a LEGO fez neste tema. Qualquer coisa como azuis para os astronautas, verdes para os cientistas e amarelo torrado para os prospectores. Além do astronauta, temos um pequeno e simpático drone que, como referi acima e pelo que depreendi, não tem lugar na nave espacial.
Gosto da nave tanto pelo preço justo como pela jogabilidade geral. No entanto fico com a sensação que poderia ter ido mais além.
Conclusão 8/10
Tema: Speed Champions
Ano de Edição: 2023
Número de Peças/Minifigs: 249/1
Preço LEGO®: 25€
Link Brickset: https://brickset.com/sets/76915-1/Pagani-Utopia
Não sou apreciador do mundo automobilístico e por isso quando analiso os Speed Champions tento manter-me mais pela faceta LEGO da coisa. Talvez por isso não fique muito triste em não aplicar os autocolantes, o que neste caso até nem são muitos.
A construção, como nos restantes conjuntos do tema que eu já tive a oportunidade de montar, é dividida em duas fases onde a primeira trata da parte traseira e na segunda fazemos a dianteira. É sempre giro tirar uma fotografia a meio e pensar que o carro foi abalroado por um comboio. Como sempre, estes conjuntos são um pequeno festival de técnicas de construção avançadas onde ângulos impossíveis e curvaturas interessantes resultam num todo impressionante.No entanto, e como noutros Speed Champions que fui construindo nos últimos meses, fiquei com a sensação que a introdução massiva de peças novas dá um ar de “batotice”. Parece que os designers facilmente chegam à conclusão da necessidade de uma peça nova, quando esse passo, a meu entender, deveria ser evitado sempre que possível. Não sou contra o aparecimento de peças novas mas sim quanto ao banalizar desse processo. Nos últimos anos a LEGO tem exagerado e, sinceramente, é algo que penso que está a prejudicar o hobby.
Como em vários outros carros, os detalhes das extremidades traseira e dianteira são espectaculares. Neste carro fiquei espantado com a inclinação da secção traseira e a inclusão de portas para a obtenção de um efeito bem particular. A utilização de patins de gelo na frente é mais um episódio feliz do uso de peças em situações diferentes. O tal Nice Part Usage que faz delirar alguns AFOLs. O resultado final transmite a sensação de bólide da estrada mesmo não conhecendo a fundo o original (sim, fui espreitar umas fotografias). Mas a cor utilizada fica algo soturna e, pergunto-me eu, porque não foram para uma cor mais clara como aparece nas várias fotografias que vi na Internet. Também pelas mesmas imagens senti que este carro (e outros que já construí) não consegue transparecer o formato quando visto de cima. A largura é basicamente a mesma desde a frente até à traseira, o que muitas vezes não acontece com os modelos reais. Neste isso é bastante notório já que as curvaturas do original são bem orgânicas.
No geral, posso dizer que fiquei satisfeito, talvez muito por causa do efeito que descrevi acima. Transmite a sensação de um bólide. Há alguns ângulos interessantes que são conseguidos graças a técnicas de construção avançadas. Técnicas que fazem com que o processo de montagem seja bastante agradável. No entanto, sinto que é apenas mais um, sem se distinguir muito dos demais carros da série.
Conclusão 7/10
Li há pouco que o Kevin Loch faleceu algures no início da semana. Este é um nome que actualmente quererá dizer muito pouco aos entusiastas do mundo LEGO, mas há 20 anos atrás, o site criado por ele, era incontornável. Quem não tinha conta no Brickshelf para partilhar imagens de sets, MOCs ou até encontros de grupos de LEGO? Para terem uma ideia, foi onde eu próprio partilhei as minhas imagens LEGO durante anos além de que aqui no blog referi o site mais de 150 vezes! Podem ler um pouco sobre o Brickshelf aqui.
Apesar do Brickshelf ter sido um dos percussores de muitos sites de partilha de fotos, o tempo e a falta de actualizações fizeram que caísse no esquecimento. Bem, talvez "esquecimento" seja uma expressão muito forte já que ainda vai sendo utilizado (ainda vão aparecendo MOCs novos como este) e é normal algum pessoal (como eu) por vezes consultá-lo para aceder a imagens antigas. Entre os AFOLs mais antigos, também poderão estar vivas as recordações dos períodos conturbados do site onde as ameaças de fecho iam aparecendo sempre seguidas de resoluções aparentemente milagrosas que fizeram com que o site se mantivesse vivo. A minha suspeita é que a própria LEGO participava nessas soluções milagrosas...
Não sei qual será o futuro do Brickshelf depois do falecimento do Kevin, no entanto é inegável a sua importância no hobby e no próprio desenvolvimento da Internet em geral. Por isso, Kevin, um "descanse em paz" e um grande obrigado pelo trabalho que ajudou e de certa forma continua a ajudar este hobby.
Tema: City
Ano de Edição: 2024
Número de Peças/Minifigs: 1097/6
Preço LEGO®: 100€
Link Brickset: https://brickset.com/sets/60433-1/Modular-Space-Station
Só o nome do set já faz babar qualquer entusiasta de construções espaciais LEGO como eu. Depois de duas estações espaciais lançadas há poucos anos que, curiosamente, tinham o mesmo nome, a 60227 Lunar Space Station de 2019 e a 60349 Lunar Space Station de 2022, a LEGO volta ao tema e desta vez não se faz rogada e praticamente dobra o número de peças das anteriores e, claro está, o preço. Será que valeu o esforço?
As minhas análises aos sets anteriores (links acima) revelaram que apesar de ter gostado da ideia e de vários detalhes, o resultado esteve longe da excelência que eu esperaria deste tipo de conjuntos. Para este conjunto senti o mesmo (sim, estou já a fazer a conclusão) já que o número de peças, o estar montada num aro e um esquema de cores mais ao meu gosto, não foi suficiente para me satisfazer por completo.
Mas vamos lá começar pelas peças onde os dados Brickset resultam em algo curioso já que afirma que o set tem 1097 peças mas o inventário de peças dá um total de 1113. Como é habitual deste site, os dados são retirados das bases de dados da própria LEGO. Como não andei a contar as peças (nem pretendo fazê-lo) não consigo afirmar quais destes números é o correcto, ou mesmo se algum deles o é. De qualquer forma o Preço Por Peça está abaixo dos 10 cêntimos, o que nesta altura é algo que poderemos afirmar com uma nota positiva. Mesmo sabendo que a maior parte das peças é minúscula. Há algumas peças exclusivas mas apenas destaco uma delas, as quatro unidades da bandeira em preto com a impressão de painel solar. Este destaque tem um sabor agridoce porque apesar de gostar bastante desta peça e da sua impressão, não sei até que ponto não teria sido melhor continuar com as impressões do conjunto de 2022. A canópia transparente e as grandes engrenagens (¼ de aro) em sand-blue também poderão ser consideradas interessantes, mas a primeira já havia semelhantes e as engrenagens não são bem a minha praia. A grande quantidade dos paíneis 2x2x2 no novo trans-black, as slopes curvas invertidas 2x2 em DBG, as plates round 1x2 em LBG e as peças no novo laranja avermelhado são algo a ter em conta. Atentos também às duas unidades dos painéis em branco e às duas em trans-black que “tapam” os módulos, já que são peças que, acredito eu, tem um bom potencial de utilização. Depois há uma boa série de peças interessantes em que destaco a variedade de peças brancas.
A construção disto tudo pode ser um pouco desconcertante. Primeiro porque temos 6 livros para 9 fases de construção. Ok, poderemos dizer que é para dividir a construção entre vários elementos da família, mas entre jogar um bom jogo de tabuleiro ou construir um set LEGO em família, a minha escolha vai directamente para a primeira opção. Depois temos duas fases (a segunda e terceira) que é no fundo uma construção technic. Por fim, temos 4 módulos praticamente iguais que, surpreendentemente, até nem me aborreceu muito. Talvez porque achei que era um detalhe esperado tendo em conta o tema do set e porque os designers fizeram com que a construção dos módulos fosse intercalada com outras secções.
O resultado é.. Também desconcertante. Gosto dos aspecto geral dos módulos e até compreendo a dimensão de forma a manter o preço num limite satisfatório. No entanto, não compreendo não ter porta de comunicação utilizando a própria peça que a LEGO fez para servir de escotilha. Podemos afirmar que os miúdos podem aceder ao interior dos módulos através do estreito espaço criado em cima, mas a aventura de estar no espaço é mesmo passar pelas escotilhas. Outro detalhe que não me agrada é que a estação tem o formato circular porque esse é um formato muito visto em filmes e séries de TV. Mas há uma razão para isso, já que se a estação rodar, a força centrífuga vai fazer com que seja possível simular a gravidade nos módulos. Mas para isso o “chão” deverá estar no exterior do aro e não na disposição que este conjunto nos dá. Aliás, a disposição é tão esquisita que no caso da estufa, as plantas iriam ficar esborrachadas no topo do domo. Outro problema é que temos os módulos separados e como não há câmaras de descompressão, de toda a vez que um astronauta quisesse ir a outro módulo, toca a retirar o ar todo do módulo (com todos os inconvenientes associados) e voltar a encher. Yeps, muito giro. Portanto além de escotilhas como deve de ser, os módulos deveriam estar conectados de algum modo.
Claro que agora o pessoal pode reclamar que os miúdos não ligam a esses detalhes.. Ligam, sim. Aliás, os contratempos do vácuo é uma características mais importantes em qualquer história que se passa no espaço.
As minifigs são seis o que faz com que fique uma em cada módulo ou veículo. Por falar em veículos, a “mota espacial” está giríssima mas sinto que algo deslocada no tema. A antena parabólica deveria estar noutro local, mas neste ponto onde as incorrecções são tantas que já nem ligo.
É um brinquedo que cumpre quanto à sua jogabilidade, no entanto consegue ao mesmo tempo desiludir. Não foi à terceira que a LEGO acerta no alvo, mas espero que volte a tentar que o pessoal gosta na mesma.
Conclusão 7/10