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Sobre as outras marcas

por baixinho, em 07.02.20

É um facto, a presença de outras marcas de brinquedos de construção está cada vez mais forte junto dos AFOLs.

Mas antes de emitir a minha opinião sobre estes desenvolvimentos, aqui fica um pouco de contextualização.

Apesar da LEGO ser a maior marca de brinquedos de construção, não foi a primeira a utilizar blocos de construção nem a primeira a utilizar as dimensões que tão bem conhecemos. Fica aqui um excelente vídeo do JangBricks com um pouco da história dos brinquedos de construção do século XX.

Apesar de não ter sido a primeira, a verdade é que a LEGO teve imensos méritos. Qualidade nos produtos, a invenção dos tubos inferiores que possibilitou mais conexões, inovação de várias peças e, possivelmente um dos mais importantes aspectos, o system of play, ou seja, a visão dos produtos de forma integrada.

Com o sucesso da LEGO nos anos 60 e 70, multiplicaram-se as marcas com sistemas similares. Eu próprio brinquei em criança com alguns deles. Dos que me recordo, a espanhola Tente e a portuguesa Pino, mas haviam muitos mais!

Claro que em termos de qualidade e versatilidade, a peças LEGO eram as mais importantes nas brincadeiras lá de casa. Os outros blocos de construção como surgiam de uma ou outra prenda, nunca conseguiam ganhar muito espaço já que eram em menor número e não eram compatíveis.

Após as dark-ages, por volta do início deste século, a minha atenção focou-se apenas na marca LEGO. Na altura a patente dos tubos inferiores já tinha caducado e a LEGO lutava pelos direitos da imagem do brick 2x4. Obviamente foi questão de tempo até perder esses direitos e outras marcas poderem utilizar livremente as dimensões de peças que a própria LEGO foi copiar da Kiddicraft, criando assim um standard. Isso veio propagar os brinquedos de construção compatíveis, algo que anima o mercado e dá a possibilidade dos clientes escolherem entre várias marcas utilizando todas um mesmo sistema.

Sim, apesar de ser um AFOL (adult fan of LEGO), reconheço que a existência de outras marcas traz competitividade e diversidade desde que... respeitem a lei.

Ou seja, basicamente penso que é bom que existam outras marcas de brinquedos de construção que utilizem o mesmo sistema que a LEGO, desde que não utilizem peças cuja patente ainda não caducou (pelo que sei a LEGO não patenteia a maior parte das peças que cria, apenas o faz quando originam um sistema novo); ou sejam falsificações não autorizadas de sets já existentes, licenciados ou não; ou utilizem desenhos não autorizados (por exemplo de AFOLs ou de IPs em que não houve negociação de royalties).

A própria LEGO já copiou peças que existiam em outras marcas. Claro que vão jurar a pés juntos que é coincidência mas, por exemplo, a double cheese e até a minha querida plate round1x2 já existiam noutras marcas antes de a LEGO as utilizar.

Portanto sou terminantemente contra as marcas que roubam (não há melhor palavra para descrever isto) desenhos de sets à própria LEGO ou a AFOLs ou até lancem conjuntos e/ou minifigs inspirados em IPs (sejam filmes, séries de TV, etc) onde não houve autorização pelos proprietários dos direitos.

As restantes marcas que respeitem as leis, olho-as como alternativas válidas. Pessoalmente e, friso, actualmente não entram no meu campo de interesses. O mundo à volta da marca LEGO já é tão vasto que simplesmente excede a minha capacidade de atenção. De vez em quando tropeço em conjuntos e até iniciativas de outras marcas e, tenho que confessar, estão cada vez mais ousadas a nível de desenho de conjuntos.

Com o aumento inegável da qualidade das peças de outras marcas, com o lançamento de conjuntos cada vez mais elaborados e chegando a temas mais queridos dos AFOLs (por exemplo os militares) não é difícil de imaginar que as outras marcas vão ganhar espaço neste nicho. Provavelmente o próprio termo AFOL vai, muitas vezes, ser substituído por AFOBT (Adult Fan of Building Toys) ou algo do género.

Por isso não consigo imaginar outra razão para a compra do BrickLink que não seja a protecção de um grande mercado estabelecido. 

Os próximos anos serão extremamente interessantes para observar os vários desenvolvimentos que este assunto irá provocar no fenómeno AFOL!

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publicado às 13:00

Refúgio

por baixinho, em 07.02.20

Olivia’s Get-Away 2.0

Esta construção digital do Peeters Kevin consegue captar bem o estilo que tanto furor fez durante a década passada para casas medievais. Estruturas envelhecidas, cores com áreas bem definidas dando um estilo próximo da banda desenhada, telhados detalhados, realismo e alguma ousadia nas cores e/ou no formato das casas.

Neste gosto especialmente das cores escolhidas, do relevo e da madeira da casa. Instruções disponíveis (através de pagamento) no Rebrickable.

Definitivamente tenho que escrever sobre o que penso dos efeitos da disponibilização de instruções de MOCs no hobby como um todo.

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publicado às 08:48


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