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Oficina dos Baixinhos* - Blog sobre o hobbie LEGO® de um AFOL (Adult Fan Of LEGO) português. Relatos das construções, técnicas, críticas, pensamentos e afins sobre LEGO em Portugal e no mundo. *Antiga LegOficina
Douglas Hughes (ou General Hughes para efeitos do DA4) construiu estes três MOCs para um desafio do DA4 onde era pedido um hard suit para três ambientes diferentes. Como um apaixonado destas canópias em bolha, não consegui deixar de destacar este conjunto de MOCs. Gostei tanto que estou tentado a enveredar por algo do género.
Tema: Star Wars
Ano de Edição: 2020
Número de Peças/Minifigs:1023/5
Preço LEGO®: 134.99€ (126 e qualquer coisa na Alemanha)
Link Brickset: https://brickset.com/sets/75292-1/The-Razor-Crest
Entre as desculpas que queriam guardar o máximo de segredo com um mais que esperado espanto em relação ao sucesso da série (tendo em conta o sucesso mediano nos filmes mais recentes). A verdade é que o surpreendente foi que a máquina de vender inutilidades que é a Disney, não tinha nada para vender relacionado com a série The Mandalorian quando esta espalhou-se pelas TV e computadores deste pequeno mundo. Portanto, apenas praticamente um ano depois é que, nós AFOLs, começamos a ser inundados com sets (grandes) relacionados com o tema e de entre deles está este The Razor Crest (com outro nome em alguns países devido a uma história deveras única) que pessoalmente sempre achei uma nave feia, mas muito interessante.
Mas interessante porquê?
Simplesmente porque é o sonho de qualquer AFOL ligado à ficção científica criar uma nave para o seu personagem. Sim, podem falar do exemplo da Millennium Falcon, mas vou mais além referindo jogos como o Elite ou o Privateer e um sem número de filmes, séries, BDs, livros, etc. Há algo nas aventuras espaciais que ligam o veículo com a personalidade dos personagens envolvidos na história.
Por isso sempre quis fazer uma nave que fosse ao mesmo tempo casa e cenário de aventuras.
Sera que este Razor Crest pode ser isto?
A construção percorre um livro de 248 páginas e é dividida em seis fases. As duas primeiras possuem bastantes componentes Technic, o que resulta numa estrutura bastante resistente. Aliás, este é provavelmente o ponto mais interessante da construção: a forma como as peças são intercaladas e como um sistema em Technic resulta numa construção sólida. Já há algum tempo que não construía uma nave Star Wars e a sensação continua igual. Carcaça forte (normalmente com ajuda de peças Technic) para depois ser coberta por peças system obtendo assim os traços gerais do veículo. Ficam para a memória a construção da inclinação do windscreen, a construção dos motores laterais e a forma como as paredes laterais são colocadas.
Depois de construída, a nave é bastante semelhante ao exterior do original. Segue algumas orientações esquisitas, acredito que o esquema de cores é o mais próximo possível com peças LEGO e tudo de forma bem resistente que dá vontade logo de fazer uns swooosh. O problema chega quando queremos espreitar os interiores. Se no cockpit é aceitável a pobreza de pormenores por falta de espaço, o interior da restante nave, e custa a dizer, é ridículo. É que a colocação da pequena cama e dos dois prisioneiros em carbonite ainda piora o aspecto. Mais valia terem assumido interiores vazios.
Mas além disso temos um escape pod que apesar de estar no local correcto (quando fiz os vídeos, ainda não tinha investigado sobre o assunto) é feio como tudo. Ok, a nave e escape pod original não ajudam em termos estéticos, mas pessoalmente acho que facilmente poderia ter ficado mais agradável e até terem colocado completamente estanque. Fez lembrar-me o escape pod da primeira Millennium Falcon em LEGO. Vá-lá, saltem para a página 41 do livro de instruções do 7190 Millennium Falcon e digam lá se este não é o pior escape pod da história LEGO?
Mas mesmo não havendo interiores de jeito (ou de todo) e com isso cortando muito do potencial de brincadeira, a verdade é que a nave por si só já vale. Voa bastante bem nas nossas mãos (reflexo de uma construção sólida) e as parecenças com a original facilitam a transposição das histórias.. Yah, mais uma vez pena a falta de interiores já que é um componente central de algumas histórias do The Mandalorian.
Falta falar sobre as peças. Bem, o PPP não é agradável, mas tendo em conta o tema surpreendentemente já não choca. Temos algumas peças novas e exclusivas. A canópia é a peça mais relevante, mas provavelmente no futuro vamos ver com mais regularidade as slopes 42862 e 48165 que afinal já tinham aparecido no ano passado. E depois são imensas as peças em cinzentos onde vou destacando as plates de várias formas e feitios. Como sabem não sou muito de apreciar minifigs licenciadas mas devo admitir que estão excelentes.
As Peças 7/10 (sim, tem algumas interessantes… no meio de um mar de cinzentos)
A Construção 8/10 (a esperada para uma nave Star Wars)
O Desenho 7/10 (bonito por fora, feio por dentro)
Jogabilidade 7/10 (voa que se farta, mas literalmente oca)
Apesar de parecer um trabalho irrepreensível em termos de forma geral e exteriores, a falta de interiores dá a entender uma grave falha tanto a nível de realismo como de jogabilidade. Não desilude mas acredito que não vão passar muitos anos até aparecer um set com uma versão melhorada
Conclusão 7/10
(Este conjunto foi fornecido para análise pela The LEGO Group, mas a review é da minha inteira responsabilidade)
Há uns (bons) tempos atrás que ando com a ideia de construir uma série de Dice Towers. Na altura que tive a ideia de iniciar esta série, não tinha LegOficina montada e com o tempo fui esquecendo.
Para o pessoal que não está tão habituado a jogos de tabuleiros, uma Dice Tower é um objecto que é utilizado para rolar dados. Basicamente deixam-se cair os dados por um oríficio no topo e eles vão batendo em obstáculos no interior até sairem na parte inferior para uma bandeja. O objectivo é com que o acto de rolar os dados seja o mais aleatório possível (quem nunca se queixou de dados mal rolados?) e que fiquem confinados (é, palavra muito utilizada hoje em dia) a uma zona para serem mais fáceis de recolher e não irem parar ao chão.
Para primeiro MOC desta série escolhi como tema o "A Jogar É que a Gente Se Entende", um boardgame café em Vila do Conde. Local onde adoro estar :). Por isso escolhi o Convento de Santa Clara para servir de inspiração estética para o Dice Tower e para apimentar as coisas resolvi colocar um mecanismo de reload baseando-me neste trabalho (de que já tinha falado aqui).
Aliás, por este mecanismo (bem, na verdade são dois) a funcionar foi delicioso já que para o que queria tinha que fazer ligeiramente diferente ao original. Desde por slopes no local certo para activar uma alavanca que fazia a bandeja mudar a orientação ou outras slopes para atrasar a queda dos dados. Tudo situações que tornaram a construção mais longa mas muito mais interessante.
O MOC já foi oferecido aos proprietários do café e ganhou logo destaque no balcão. Espero que seja bastante utilizado ;)
Fiquem também com o vídeo "descontruir" deste MOC.