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Oficina dos Baixinhos* - Blog sobre o hobbie LEGO® de um AFOL (Adult Fan Of LEGO) português. Relatos das construções, técnicas, críticas, pensamentos e afins sobre LEGO em Portugal e no mundo. *Antiga LegOficina
Tema: Marvel Super Heroes
Ano de Edição: 2021
Número de Peças/Minifigs:3772/25
Preço LEGO®: 299.99€
Link Brickset: https://brickset.com/sets/76178-1
Existiam rumores há já algumas semanas, as primeiras imagens até apareceram há alguns dias e agora com o anúncio oficial, posso relatar a minha experiência de construção e também a minha opinião sobre este gigante. Claro que também podem ver o vídeo de Abrir e Montar e o de Analisar (este ainda não está pronto) que estão lá para o fim deste artigo.
Recebi este set na quinta-feira passada, demasiado em cima da hora para um trabalho mais calmo. Refiro isto (algo que acho que nunca referi) por uma razão simples. Como por norma tenho mais tempo para construir, filmar, fotografar, editar vídeo e fotografias e escrever, a pressa de ter este trabalho concluído a tempo do levantamento do embargo pode ter deturpado a minha opinião sobre o conjunto. É que foi dose ter tudo pronto durante apenas um fim-de-semana que também o é dedicado a outras coisas mais familiares.
Mas saltando para aquilo que interessa. O Clarim Diário é meu conhecido desde os tempos de meninice já que lá em casa existiam algumas BDs brasileiras do Homem-Aranha. Não vou dizer que era um grande aficionado do Peter, já que lia praticamente todas as BDs que os meus irmãos mais velhos compravam. Julgo que nunca comprei nenhuma BD do Homem-Aranha e se o fiz, devem ter sido poucas e caíram logo no esquecimento. No entanto, vi praticamente todos os filmes que saíram nas últimas duas décadas e tenho vagas lembranças de um que vi quando era miúdo, portanto algo dos anos 70.
Sendo assim, sou conhecedor de pelo menos das linhas gerais do contexto em que surge o Clarim Diário nas histórias do aracnídeo. Logo fiquei muito curioso quando soube que iria ter a oportunidade de analisar este enorme conjunto, principalmente por ser um edifício que tudo indicaria que fosse enorme.
É que o conjunto não é só enorme na caixa e no número de peças, mas principalmente em outras duas características. É imponente no seu tamanho (82 cm no topo da antena), coisa que ainda é mais realçada ao percebermos que ocupa uma área relativamente pequena (a implantação do edifício tem apenas 23x18 studs) e, talvez principalmente para muitos, tem 25 minifigs (vários deles exclusivos)! Imensos super heróis e vilões acompanhados por vários civis que pululam praticamente todos os cantos do prédio. Um detalhe precioso para quem, como eu, até conhecia muitos personagens, mas desconhecia vários deles. O livro de instruções tem duas páginas dedicadas a mostrar cada um dos minifigs com direito a nome e pequena descrição. Pequena porque havia espaço para um pouco mais de palavreado. No entanto devo dizer que as páginas iniciais com as habituais informações sobre os designers envolvidos e características dos sets, cada vez sabem-me mais a pouco. Quero mais!!
Aliás, o livro é enorme, tem 376 páginas e vem acompanhado por duas folhas de autocolantes. Apesar de não ligar muito, creio que as folhas de autocolantes e as impressões de várias tiles 2x2 com capas de jornais (13 diferentes!!) podem dar um excelente artigo às mãos do meu colega de podcast, o Pedro “0937 superfan” Sequeira.
A construção está dividida em 16 fases que, fora um detalhe ou outro, monta o edifício, como seria de esperar, de baixo para cima. Como refiro acima, a pressão de construir rápido pode ter tornado a experiência mais aborrecida, mas a verdade é que sinceramente não estou a ver como poderia retirar muito prazer na construção deste set. Isto porque a quantidade de secções que são repetidas ad nauseam são imensas. Aliás, é vulgar construir várias secções iguais em fases diferentes.
Claro que a construção não é sempre assim e até vão aparecendo vários detalhes interessantes, principalmente nos interiores. No entanto a sensação que fiquei foi de um trabalho feito à pressa. Conheço o designer, Mark Stafford, e adoro vários dos seus trabalhos. No entanto acho que este set ficou bastante aquém do que ele sabe fazer. Claro que provavelmente o briefing deveria indicar a necessidade de ser alto e conter imensas minifigs, características que podem ter provocado falhas naquilo que eu, por norma, dou mais atenção.
Fica para a memória a solução engenhosa para o acesso aos interiores, já que para isso as fachadas podem ser retiradas. Outra coisa muito interessante e que de alguma forma estava a escapar-me nos primeiros passos da montagem é o facto do edifício ter um número ímpar de studs na largura. Isso deve-se à utilização daquelas carris ao alto (que também influenciaram de certeza o pé direito dos vários andares) e que até acabou por tornar interessante vários detalhes da construção. Fica também na memória o elevador… Apesar da explosão criada pela saída rompante do Goblin Verde, o efeito fica engraçado mas de alguma maneira não captou tanto o meu interesse como se calhar eu próprio esperaria. Também não esperava achar piada à construção do grande reclame Daily Bugle que encontra-se no topo do edifício e na verdade achei uma fase de construção gratificante.
A construção resulta num edifício imponente mas que segue em linha os grandes e monótonos edifícios norte-americanos. Se o exterior não entusiasma, o interior é mais ou menos. Tem alguns detalhes engraçados, mas outros são simplesmente banais e até, digo eu, mal acabados. Dá a enorme sensação que soa tudo a falso e colocado apenas para a fotografia e não propriamente para serem utilizados e - heresia - brincados. Se até achei piada ao elevador, já não achei que fosse algo bem conseguido: as escadas de incêndio, o acesso lateral ao rés do chão, a algum mobiliário e até à forma mal disfarçada do enorme vazio criado pelo pé direito. A dependência de autocolantes também me irritou, mas aí já dou o braço a torcer já que a não colocação dos mesmos é uma opção minha.
No fundo o táxi é uma boa amostra de todo o conjunto já que tem alguns detalhes deliciosos, no geral até faz uma boa figura, mas no fundo é de construção enfadonha, com alguns acabamentos fracos ou até inexistentes e que se sente logo que não é algo que vá ficar na memória durante muito tempo. De notar que achei interessante a inclusão disfarçada de pontos de conexão com os sets modulares.
Mas se o desenho do set não é propriamente entusiasmante, é também preciso dizer que é mais que suficiente para a acção que 25 minifiguras podem proporcionar. Principalmente tendo em conta que a maior parte delas prontas para a porrada. Apesar de algumas secções indicarem que o tempo está congelado (por exemplo o Goblin Verde) e que o conjunto é apenas para visualização, a verdade é que nas mãos de uma criança nada disso importa. :)
Quanto às peças, é um conjunto muito desequilibrado em termos de distribuição. O que vou fazer com 347 painéis 2x2 em trans clear, ou 287 bricks 1x1x1⅔ modified com studs de lado em LBG, ou 231 plates 1x2 modified com carril de lado? A verdade é que estas peças até são muito úteis e não vou sentir falta delas nos próximos tempos, mas há outras que também são muito úteis e só aparecem duas ou três vezes :/. Definitivamente isso faz com que este set não seja propriamente um bom conjunto para peças.
Claro que na verdade a maior parte do pessoal até nem vai dar muita atenção às peças já que o interesse vai directamente para os minifigs. Posso dizer que na medida do possível , já que não sou grande apreciador de minifigs de super-heróis, acho que o trabalho é impecável. Só devo notar que acho que a impressão nos braços do nosso herói aracnídeo não ficou lá muito bem conseguida.
Sim, por fim devo indicar que inclusão daquele buggy deve ter alguma razão que confesso desconhecer. :)
As Peças 8/10 (boa variedade com algumas peças a estourarem o stock)
A Construção 6/10 (aborrecida com vários passos repetidos)
O Desenho 7/10 (imponente, com bons detalhes e outros mais fracos ou mal acabados)
Jogabilidade 10/10 (25 minifiguras e um palco enorme de acção)
Uma construção algo aborrecida resulta num edifício imponente mas também monótono. A inclusão de imensas minifiguras conseguem dar vida ao conjunto e tornam-o obrigatório para entusiastas dos fãs da Marvel.
Conclusão 8/10
ps. No meu flickr coloquei muitas mais imagens!!!
(Este conjunto foi fornecido para análise pela The LEGO Group, mas a review é da minha inteira responsabilidade)
Tema: BrickHeadz/Disney
Ano de Edição: 2021
Número de Peças/Minifigs:?/-
Preço LEGO®: ?€
Link Brickset: https://brickset.com/sets/40476-1/Daisy-Duck
Mesmo antes de começar a escrever, a sensação que tenho é que este vai ser provavelmente o review mais curto que alguma vez fiz.
Várias das razões para isto acontecer já foram referidas nos reviews anteriores, logo não vão ocupar espaço neste. Além disso a Margarida foi sempre um personagem secundário nas BDs da minha infância, logo não lhe nutro grande empatia.
Em termos de peças o set é exactamente o esperado para quem conhece a série. Muitas peças básicas, muitos bricks modified para SNOT e algumas peças impressas. Ou seja, nem nada entusiasmante mas também não são propriamente peças inúteis. Só me pergunto porque é que continuam a insistir nos bricks em cinzento no interior quando depois notam-se perfeitamente num personagem branco na zona das arestas.
Sim, copiei estas últimas frases do review anterior :D.
Por isso aproveito e copio a seguinte: A construção é bastante linear e, apesar de ter muito SNOT, é do mais básico que há.
Por fim: O resultado é giro e bastante reconhecível. Quem gosta do tema e de BrickHeadz, com certeza que não ficará decepcionado. Pessoalmente acho que o trabalho está muito bom apesar de simples.
Sim, também posso terminar de forma igual: Agora falta-me comprar o Pato Donald para este conjunto ter lógica :D
As Peças 6/10 (o esperado)
A Construção 6/10 (o esperado)
O Desenho 8/10 (simples e eficiente)
Jogabilidade N/A/10 (para expor e coleccionar)
Sem entusiasmo, é um set que representa de forma bastante decente esta personagem Disney. Obrigatório para quem colecciona o tema, dispensável para os restantes.
Conclusão 6/10
(Este conjunto foi fornecido para análise pela The LEGO Group, mas a review é da minha inteira responsabilidade)
Tema: BrickHeadz/Disney
Ano de Edição: 2021
Número de Peças/Minifigs:?/-
Preço LEGO®: ?€
Link Brickset: https://brickset.com/sets/40477-1/Scrooge-McDuck-Huey-Dewey-and-Louie
BrickHeadz do Tio Patinhas e dos sobrinhos? Oh, que giro! Vamos lá ver se valem a pena!
Como disse no último set que analisei, não sou propriamente um fã dos BrickHeadz. No entanto esta oportunidade de analisar dois conjuntos Disney (este e a Margarida 40476) aguçou-me a curiosidade já que são personagens que habitaram muitas histórias que li na minha infância. Apesar destes dois sets remeterem a séries (Duck Tales e Mickey Mouse and Friends) que saem completamente fora do que para mim eram estes personagens (essencialmente nas histórias do Carl Barks e Don Rosa), as figuras continuam muito parecidas daquelas que participavam nas aventuras de revistas de banda desenhada da Disney, que no meu tempo eram praticamente todas importadas do Brasil. Sim, para mim a acompanhar o Huguinho, Zézinho e Luisinho deveria estar o Pato Donald.
Mas vamos passar rapidamente para a análise deste conjunto e, se tiverem oportunidade, vejam o vídeo de Abrir e Montar que se encontra no fim deste artigo já que, como começa a ser hábito nos últimos vídeos, também teço algumas considerações em relação ao conjunto. Em termos de peças é praticamente o esperado para um BrickHeadz. Muitas peças básicas, muitos bricks modified para SNOT e algumas peças impressas. Ou seja, nem nada entusiasmante mas também não são propriamente peças inúteis. Só me pergunto porque é que continuam a insistir nos bricks em cinzento no interior quando depois notam-se perfeitamente num personagem branco na zona das arestas.
A construção é bastante linear e, apesar de ter muito SNOT, é do mais básico que há. Há que referir que o termos de construir os três sobrinhos (iguais, variando apenas a cor de algumas peças), não se pode dizer que é algo monótono, já que apenas é necessário uma dúzia de passos para completar.
O resultado é giro e bastante reconhecível. Quem gosta do tema e de BrickHeadz, com certeza que não ficará decepcionado. Pessoalmente acho que o trabalho está muito bom apesar de simples. Além do detalhe de se notar as peças do interior que por cima são de outra cor, pergunto-me porque é que as tiles da nuca tem uma plate por baixo. É que isso provoca uma cabeça que fica longe de ser redonda (ou melhor dizendo, quadrada) e esse efeito é ainda mais notório nos sobrinhos.
Agora falta-me comprar o Pato Donald para este conjunto ter lógica :D
As Peças 7/10 (bricks SNOTs)
A Construção 6/10 (o esperado)
O Desenho 9/10 (uma boa mistura de patos Disney e BrickHeadz)
Jogabilidade N/A/10 (para expor e coleccionar)
Para quem gosta destas personagens esta compra é praticamente obrigatória já que o resultado é muito bom!
Conclusão 7/10
(Este conjunto foi fornecido para análise pela The LEGO Group, mas a review é da minha inteira responsabilidade)
Tema: BrickHeadz/Pets
Ano de Edição: 2021
Número de Peças/Minifigs:?/-
Preço LEGO®: ?€
Link Brickset: https://brickset.com/sets/40479-1
Primeiro, devo referir que na altura que escrevo esta análise, não existe qualquer informação sobre este set na Internet. Nem preço, nem número de peças nem qualquer foto de qualidade.
Segundo, os BrickHeadz definitivamente não entram no meu campo de interesse do que é para mim o hobby LEGO. São para mim uma imitação clara do fenómeno Funko Pop (ou semelhantes), coisa que nunca consegui apreciar ou sequer compreender.
Terceiro, apesar de actualmente ter dois gatos e já ter tido outros antes, os animais de estimação não me causam grande fascínio ao ponto de comprar algo que os glorifique.
Posto isto e em sentido contrário, agrada-me que esta série não se inspire exclusivamente em personagens de terceiros.
Em termos de peças o conjunto é o esperado para um BrickHeadz Pets. Imensos bricks para SNOT, algumas peças impressas (onde destaco as pintas em tiles 1x1, bricks 1x2 e slopes curvas 2x2) e várias plates 3x3 em branco. O sortido de peças é bastante agradável já que tem uma distribuição interessante de peças básicas. Claro que não me devo esquecer das peças daquela coisa onde estão ambos os cães.
Quem já construiu BrickHeadz sabe que o formato do interior é sempre o mesmo e apenas varia o exterior que por norma até utiliza sempre as mesmas técnicas. Claro que há excepções e um dos modelos deste set tem isso. O cachorro (ou cãozinho como está na caixa) tem 3 de largura e de profundidade o que leva a soluções ligeiramente diferentes na sua construção. Nada de outro mundo, mas é sempre giro construir algo em ímpar.
O resultado são duas caricaturas fofas de uma das marcas, ops, raças de cães mais conhecidas e que até foram popularizadas em vários filmes da Disney (yeps, eles estão em todo o lado). O desenho é irrepreensível para o tema apesar de pessoalmente não lhe achar grande piada.
Em termos de jogabilidade, creio que fique bem junto dos outros sets do tema numa qualquer prateleira. As peças têm algum potencial de construção, mas sempre junto com peças de outros conjuntos.
As Peças 7/10 (bricks SNOTs e muitas pintas)
A Construção 6/10 (nada de novo por aqui)
O Desenho 8/10 (fofinho.. Para quem gosta)
Jogabilidade 5/10 (acho que deveria ter colocado “não aplicável”..)
Para quem gosta deste tema e de animais de estimação em geral, este conjunto possui todas as qualidades esperadas. No entanto também penso que não acrescenta muito mais ao que já existe. De qualquer forma é sempre bom ver que os BrickHeadz não se limitam a personagens de terceiros.
Conclusão 6/10
(Este conjunto foi fornecido para análise pela The LEGO Group, mas a review é da minha inteira responsabilidade)
Tema: Classic
Ano de Edição: 2021
Número de Peças/Minifigs:1200/-
Preço LEGO®: 49.99€
Link Brickset: https://brickset.com/sets/11016-1/Creative-Building-Bricks
Para quem sabe minimamente como encaro este hobby, não deve ser difícil de imaginar que considero a linha Classic como algo como próximo da alma do que deveria ser um conjunto LEGO. Se temos um brinquedo que é considerado um jogo de construção, então o foco da brincadeira deve ser mesmo a construção. Infelizmente considero que a LEGO em muitos dos temas relega esse aspecto apenas para uma fase intermédia para chegar a outra finalidade, seja um playable set, seja algo apenas para expor ou pior, apenas para coleccionar. Claro que muitas vezes (e isso acontece amiúde nos sets 18+) a própria experiência de construção onde são utilizadas técnicas inovadoras, peças em situações inusitadas, etc, é já algo de muito valor. Assim o conjunto não é apenas algo para expor, já que a sua construção envolveu uma experiência gratificante.
No entanto, mesmo assim falta uma coisita que acho que durante anos foi o grande mote da LEGO. A criatividade. Actualmente a grande maioria dos conjuntos LEGO são fechados. Ou seja, constrói-se o que está no livro de instruções e depois é extremamente difícil criar algo reconhecível apenas com as peças que estão na caixa. Sim, há pessoal no YouTube a fazer isso e até muito bem.. Mas será que os miúdos da idade-alvo dos sets em questão conseguem fazer o mesmo?
Não, não conseguem e a explicação é extremamente simples. Eles não sabem o que fazer com a maior parte das peças que estão nos conjuntos. Apesar de uma maior facilidade para as crianças utilizarem a criatividade e até nem terem tantos constrangimentos na altura de quebrar regras, a verdade é que em termos de objectividade da utilização das peças são, por norma, mais limitadas. Os tijolos servem para fazer paredes, as janelas são janelas de casas, as plates são placas para ligar paredes (e as pequenas são para empilhar em três para fazerem de tijolos), as slopes são telhados e por aí fora. Se introduzirmos peças technic, slopes curvas, barras + clips entre dezenas de outro tipo de peças, a maior parte das crianças ou as coloca de lado, ou as utiliza de forma inútil em que por norma só descaracteriza a construção que pretende criar.
Por isso não é difícil imaginar que a maior parte das crianças na actualidade não desfaz os conjuntos LEGO que possuem. Não o fazem porque a maior parte das peças com que ficam são inúteis para o estilo de construção que sabem fazer. Coisa que não acontecia há umas boas décadas atrás e por isso muita gente olha para os sets dos anos 80 (e das décadas anteriores) com tanta nostalgia. Nessa altura a LEGO era “um brinquedo novo todos os dias”, exactamente como era dito no reclame.
Isto tudo para tentar explicar porque olho para os conjuntos Classic com tanta admiração. Porque possuem a potencialidade de serem o tal brinquedo novo todos os dias. Praticamente todas as 1200 peças (sim, mil e duzentas peças) deste set são fáceis de utilizar e são verdadeiras ferramentas para ajudar a concretizar a criatividade dos mais novos. Não há praticamente nenhuma peça deste set que possa ser inútil nas mãos dos mais novos.
Sim, as construções que se podem fazer com este set e outros da mesma linha vão ter um aspecto básico e até colorido… mas são exactamente este tipo de construções que as crianças estão moldadas para fazer! Ninguém está à espera que uma criança com 6 anos faça um desenho xpto onde utiliza diferentes técnicas de desenho com recurso a compassos, esquadros, lápis especiais, etc e tal. Com as peças LEGO é a mesma coisa. :)
Por isso quando estiverem a pensar em dar um brinquedo de construção a uma criança (sim, sublinhei), resistam e não vão para aquilo que pode parecer a opção mais certa e que a criança vai, numa primeira fase, gostar mais. Os 4+ da Disney (seja Marvel, Star Wars ou Mickey), polícias e ladrões, Friends, coisas que se vê na TV ou no telemóvel que até podem parecer brinquedos de construção (afinal, tem que se construir meia dúzia de peças para brincar) mas o apelo à criatividade é praticamente nulo.
Dêem Classic e, numa segunda fase, Creator!! Isso sim são linhas que podem concretizar da melhor forma a criatividade dos mais novos!
E sim, a criatividade também tem que ser ajudada, guiada e formada. Por isso não esperem que as crianças simplesmente peguem num conjunto Classic e desatem a fazer mil e uma coisas. É preciso muito tempo e treino para as construções melhorarem, para as crianças conseguirem concretizar aquilo que querem fazer. Exactamente como nos desenhos, requer muita prática e do mesmo modo há crianças que vão evoluir mais rapidamente e outras mais lentamente. Por isso sentem-se (ou deitam-se no chão, já que por norma é lá que elas espalham as peças) e criem também com elas. Façam pópós, casotas, meninos e meninas, árvores e flores maiores ainda, os animais da quinta e os da África também. Sim, também façam super-heróis e outros seres esquisitos que costumam aparecer nas televisões e nos telemóveis :)
Mas o essencial é fazer coisas novas… para mim um jogo de construção é isso mesmo. Peças para construir o que me apetecer.
Humm, parece que esta review tornou-se bem diferente do que costumo fazer, já que mais do que analisar este set em particular, escrevi sobre o que se deveria esperar de um brinquedo de construção :)
Que no fundo, é este set.
As Peças 10/10 (muitas e muito úteis)
A Construção 8/10 (construções simples e fáceis de replicar e adaptar )
O Desenho 7/10 (apenas 7 modelos :/)
Jogabilidade 10/10 (muitas peças para construir.. livremente!)
Este conjunto é o que deveria-se esperar de um brinquedo de construção. Peças com uma variedade de cores apelativas e de formas simples que facilitarão a concretização da criatividade dos mais novos! A única falha que posso apontar é que deveria ter mais modelos propostos, mesmo que sem instruções.
Conclusão 9/10
(Este conjunto foi fornecido para análise pela The LEGO Group, mas a review é da minha inteira responsabilidade)
Tema: Creator Expert
Ano de Edição: 2020
Número de Peças/Minifigs:1271/2
Preço LEGO®: 104.99€ (99.99 na Alemanha)
Link Brickset: https://brickset.com/sets/10277-1/Crocodile-Locomotive
Antes de começar devo referir que não sou da facção de AFOLs que acredita que a LEGO anda a copiar MOCs e ideias do pessoal a torto e direito. Digo isso porque este set foi um dos em que isso se falou mais, apesar desta locomotiva já ter sido lançada pela LEGO pelo menos duas vezes. No início dos anos 90 com a velhinha 4551 e há quase 15 anos atrás integrada num conjunto que apela ao lendário, o 10183. Este conjunto de 2007 juntou na altura os mais conhecidos AFOLs que construíam comboios, que a partir de um lote de peças bem limitado criaram 30(!) modelos diferentes. Dois pontos interessantes. Primeiro o set apenas trazia as instruções em papel para a Crocodilo e as restantes 29 instruções estariam no site da LEGO numa página que já não existe. Segundo, um dos AFOLs envolvidos foi o canadiano Pierre Normandin que actualmente é LEGO Designer e foi o responsável por este mesmo set :D
Ao abrir o conjunto fiquei relativamente surpreso já que a construção está dividida apenas em quatro fases. Algo que não me parece muito vulgar num conjunto de mais de 1000 peças, mesmo tendo em conta que é um Creator Expert. A primeira fase compreende apenas os minifigs e a linha que irá servir de base para a locomotiva. A construção é bastante linear e apenas estranhei a utilização de wedges que se auto-anulam para criar o mesmo que uma plate 3x3… Em termos de peças poderia destacar os 8 carris dentados em DBG que são uma herança dos antigas sistemas de comboios, mas nesta fase a minha atenção foi mesmo para as 64 unidades da plate 1x1 em castanho escuro. Sim, não é propriamente uma peça rara, mas as mais de 50 unidades fazem com que se tornem bastante úteis na hora de construir.
A segunda fase é dedicada à parte inferior da secção central. Apesar de não ter sentido nenhum momento wow, a construção proporciona uma experiência agradável onde o SNOT abunda e onde é sempre delicioso ver tudo a bater certinho. Quanto às peças os cinzentos e o castanho abundam e isso faz com que as peças sejam daquelas que pouco tempo aguentam nas minhas gavetas. Mas devo destacar as peças gravadas já que além de serem exclusivas deste set, parecem-me todas também fáceis de utilizar. Sim, mesmo aquela com o 10277 gravado. Gostava de ter várias unidades da 6331692, porque a acho bastante steampunkish.
É-nos reservada a terceira fase para a parte superior na secção central. Quanto a peças a presença daquele windscreen em castanho é muito boa. Sim, já me estou a vê-lo a utilizá-lo em algo não tão clássico como uma locomotiva. Já não estou a ver um uso assim tão simples para os chicotes vermelhos, mas alguma coisa há-de aparecer. A construção em si não é propriamente entusiasmante, mas possui uma componente que adoro abordar nos meus MOCs, estruturas com recurso a barras e clips. Nisso os pantógrafos (acho que é assim que se chamam) são um bom exemplo da capacidade das peças LEGO criarem estruturas deste género.
As sacas que compõem a quarta e última fase resultam num grande volume de peças. Já há algum tempo que não via uma fase assim tão volumosa. Claro que seria de prever algo assim já que esta fase é inteiramente dedicada à construção das secções que rodeiam a parte central. Construir em duplicado (podem ver no vídeo abaixo) uma secção tão rica em detalhes e técnicas fez com que a aventura se arrastasse por cerca de 40 minutos.. Algo talvez demasiado grande para o habitual. Apesar de vários detalhes em SNOT e peças em situações esquisitas, o que achei mais interessante foi a colocação, já perto do final, de tiles num plano inclinado. A forma como é conseguida é tão simples e, ao mesmo tempo, tão fora da caixa que até nem parece ter vindo de um conjunto oficial da LEGO.
O resultado final é imediatamente reconhecível. Bem, devo dizer que o formato nada convencional da locomotiva ajuda a isso. Apesar de haver ali algumas coisas que poderiam estar melhor (por exemplo as três secções estarem mais juntas), creio que está muito bom tendo em conta as várias limitações no desenho de conjuntos LEGO.
As Peças 8/10 (festival de peças castanhas e cinzento claro e escuro)
A Construção 8/10 (agradável sem ser propriamente memorável)
O Desenho 9/10 (muito realista)
Jogabilidade 9/10 (ideal para habitar displays dos pessoal que adora comboios)
É um conjunto de valor seguro já que se assemelha imenso ao original e proporciona uma agradável experiência de construção. É também uma boa fonte de peças!
Conclusão 9/10
(Este conjunto foi fornecido para análise pela The LEGO Group, mas a review é da minha inteira responsabilidade)
Tema: Ideas
Ano de Edição: 2020 (reedição do 21309 de 2017)
Número de Peças/Minifigs:1969/-
Preço LEGO®: 129.99€ (menos dez euros na Alemanha)
Link Brickset: https://brickset.com/sets/92176-1/NASA-Apollo-Saturn-V
Este foi outro Ideas que deixei escapar e que para grande prazer meu (e raiva dos especuladores de sets) a LEGO decidiu relançar. Não, eu não me interesso por ter uma referência diferente, a caixa vai para a reciclagem e ainda não sei o que fazer com as instruções… provavelmente terão o mesmo caminho. O set, esse já tem lugar reservado numa das estantes da minha futura LegOficina ao lado de outros sets dedicados à exploração espacial. Bem, na verdade eu sei que o quero por algures, ainda não sei bem como...
Aliás, este foi, talvez, um dos pontos em que tornou a experiência de construção deste set diferente da grande maioria dos últimos sets que montei. Eu já tinha decidido que este set não é para desmontar e assim a atenção que dei às 1969 peças (sim, também o ano do lançamento) que o compõe foi diferente.
Primeiro não me importei muito com o excelente PPP de 6.6 cêntimos que está praticamente ao nível dos sets Classic que, na sua maioria, são constituídos apenas por peças básicas. Apesar de não ter qualquer minifigura (que tem um custo de produção relativamente alto), não encontro grandes justificações para este preço baixo. Também não dei muita atenção à quantidade apreciável de peças exclusivas já que muitas são-no devido às impressões. Por outro lado a quantidade monumental de slopes curvas já foi apreciada…
Mas se as peças não me chamaram grandemente a atenção, a experiência de construção foi outra história. É que a superfície monótona deste foguetão tinha tudo para apontar para uma construção também monótona. Desenganem-se, a construção é um festival de técnicas para que as várias secções do Saturn V se aproximem ao máximo da forma cilíndrica. É que não é apenas conseguir quatro faces e que depois são “curvadas” com recurso a slopes curvas. Na verdade a maior parte do foguetão é constituída por 8 faces e existem mesmo secções (as que têm as tiles 1x2 em grelha) que sobem a parada para 16 faces! A forma como estas coisas são conseguidas é algo que só consigo classificar como engenharia artística.
Claro que a construção não são só pontos altos. Existem várias secções que são repetidas ou mesmo muito parecidas, no entanto isso é minimizado pelo facto de que realmente vemos o foguetão a crescer a alta velocidade tendo em conta tudo o que se passa dentro dele. Não cronometrei, mas creio que a construção não tenha chegado às três horas e o resultado é… enorme.
Sim, a melhor palavra para descrever este set é “enorme”. Mas além de enorme, os designers tiveram o cuidado de colocarem todos os detalhes possíveis para que a superfície fosse tudo menos monótona. Temos as grelhas, impressões, painéis, barras, etc para que o resultado fosse tudo menos liso. Isso além de tornar a experiência de construção mas diversa, fez com que o resultado ficasse imensamente mais realista e vistoso.
Gostei também da inclusão do módulo lunar e do módulo de comando (o tal que não me lembrava do nome no vídeo que está no fim do artigo). Podem não ser miniaturas lá muito detalhadas, mas cumprem na perfeição o seu efeito. Apesar daqueles dourados no módulo lunar ficarem ainda piores quando ao lado daquelas gloriosas cheeses em dourado metálico. Ahh, uma última palavra para aqueles suportes um pouco desinspirados… Sim, apenas desinspirados.
Se tiverem curiosidade em relação às diferenças entre este set e o original, podem ler este artigo no Brickfanatics que está num português um pouco manhoso. :)
As Peças 7/10 (muitas slopes curvas!!)
A Construção 10/10 (engenharia elevada a arte)
O Desenho 9/10 (extremamente fiel)
Jogabilidade 9/10 (imponente para ser exposto)
Este é um conjunto perfeito para os entusiastas da exploração espacial. Proporciona uma excelente experiência de construção que resulta numa construção com um aspecto realista, imponente e majestoso.
Conclusão 9/10
(Este conjunto foi fornecido para análise pela The LEGO Group, mas a review é da minha inteira responsabilidade)
Tema: Ideas
Ano de Edição: 2020 (reedição do 21313 de 2018)
Número de Peças/Minifigs:962/-
Preço LEGO®: 69.99€
Link Brickset: https://brickset.com/sets/92177-1/Ship-in-a-Bottle
A LEGO deveria fazer isto mais vezes. Reeditar conjuntos.
Claro que isso iria dar cabo do negócio a muita gente, mas pelo outro lado, iria fazer muitos AFOLs contentes. É que se a LEGO se põe a fazer isto, a incerteza de comprar para valorização posterior vai ser enorme… :D
Mas deixando a especulação “leguista” de lado, vamos focar a atenção neste conjunto que é uma reedição do 21313 que saiu apenas dois anos antes. Como toda a gente deve saber, o responsável pelo desenho foi o Tiago Catarino e ele não resistiu em por várias marcas suas no set. A mais conhecida e talvez a mais apreciada (apesar de errada historicamente) é a minúscula bandeira portuguesa que está hasteada na popa da embarcação.
Aliás, devo dizer que o trabalho do Tiago é, logo à primeira vista, memorável. É que transformar a ideia original (ver aqui) que é notoriamente irrealizável como set LEGO (além de ser uma garrafa de uns 2 litros), em algo mais pequeno, mais detalhado, mais proporcional e, acima de tudo, mais interessante em termos de construção. Claro que o Tiago não fez tabula rasa do projecto e aproveitou, e bem, várias características do original. Por exemplo as velas, as plates round 1x1 para a água, os globos, o nome da embarcação, etc. Isto tudo resulta num set excelente para colocar em exposição numa qualquer prateleira, mas será que vale apenas por isso?
Quando abri a caixa deu logo para confirmar que este set é diferente de tudo o resto. A proporção de peças transparentes é enorme e ocupa praticamente a totalidade de três dos cinco sacos do conjunto (4 fases). No entanto devo confessar que fiquei algo incomado por as peças maiores não estarem ensacadas... O livro é regular com 154 páginas e felizmente não colocaram as páginas negras que habitaram muitos conjuntos 18+ do ano passado. Na primeira fase construímos a embarcação e é uma lição em termos de orientações de peças e formas curvas. No entanto, se o casco ficou excelente, penso que os mastros ficaram algo atarracados. Penso que foi uma cedência expectável para manter a dimensão da garrafa. Depois de concluída a embarcação passamos para a segunda fase que é dedicada à parte inferior da garrafa (quando de pé). Todas as peças desta fase são trans-clear exceptuando 4 jumpers. Apesar desta fase não conter muitas peças diferentes (apenas nove), a verdade é que a construção é um pequeno atrofio. Além das peças serem transparentes e serem facilmente confundíveis entre si, a construção utiliza algumas técnicas interessantes para mudar a orientação das peças, o que faz com que fique mais confusa. Claro que nada de muito difícil ou desmoralizador.. Aliás, pelo contrário, já que é giro ir verificando a necessidade de inverter peças para mais tarde bater tudo certo. A terceira fase é daquelas que deve ficar para os anais das instruções LEGO. Apenas tem um único passo e envolve 284 peças...
De forma algo estranha, a última fase envolve duas secções distintas. Finalizar a parte superior da garrafa bem como fazer a base de suporte. Se o topo da garrafa não tem propriamente grandes segredos, o suporte é de forma insuspeita muito interessante em termos de construção já que envolve várias orientações e até peças soltas que apenas ficam entaladas entre outras. Na construção da embarcação já tinha acontecido algo semelhante, onde é colocada uma plate 1x6 em tan, que inicialmente fica apenas pousada e apenas é conectada posteriormente. Sim, adoro estes detalhes.
Ahh, acho que não devo esquecer de referir que o resultado do livro de instruções é simétrico ao da imagem da caixa :)
Por fim temos as peças e aproveito para dizer que a probabilidade de este conjunto não se manter montado é mesmo por causa de várias peças que o compõem. Aqueles “vidros” curvos do topo da garrafa (6002) povoam o meu imaginário há mais de 15 anos, já que houve uma altura que foram muito utilizados em naves espaciais já que são excelentes para envidraçar uma ponte de comando. Nunca tive um, são raríssimos, e agora ter quatro de uma só vez abre imensas possibilidades de construção. Claro que é uma coisa que vai ficar para mais tarde que a lista de projectos actual já é algo extensa :). Mas a lista de peças interessantes não se limita a estas peças. Adoro o disco parabólico com a bússola impressa, os globos, as peças em dark-orange, as curvas dadas por várias peças castanhas e, está claro, a imensa quantidade de peças trans-clear. Yeps, vai ser mesmo difícil manter este set montado.
Ahh, as peças transparentes são do novo material e isso é mesmo notório. Aliás, a LEGO até lhes dá uma nova referência. Por exemplo 6343724 que era a antiga 6225039.
As Peças 9/10 (muitas peças específicas, mas muito interessantes)
A Construção 10/10 (3 fases simplesmente excelentes e outra ímpar)
O Desenho 9/10 (não é perfeito, mas fica bem em qualquer prateleira)
Jogabilidade 9/10 (perfeito para exposição)
O Tiago Catarino tem toda a razão em estar orgulhoso deste set. É lindíssimo, proporciona uma experiência de construção diferente e entusiasmante e está recheado de peças interessantes.
Conclusão 9/10
(Este conjunto foi fornecido para análise pela The LEGO Group, mas a review é da minha inteira responsabilidade)
Tema: Ideas
Ano de Edição: 2021
Número de Peças/Minifigs:2164/4
Preço LEGO®: 159.99€ (149.99 na Alemanha)
Link Brickset: https://brickset.com/sets/21325-1/Medieval-Blacksmith
Um ideas com um tema clássico?
Então é um set que obrigatoriamente entra na wishlist de qualquer AFOL nostálgico dos anos 80. Yeps, e eu não sou excepção.
Já no ano passado a LEGO lançou um ideias icónico com esta temática, o 21322 Pirates of Barracuda Bay (review aqui), portanto a LEGO lançar este, pode ser a confirmação de uma direcção. Mas vamos deixar as previsões de lado e tentar perceber se a LEGO fez ou não um bom trabalho com este set.
Devo iniciar dizendo que não esperava que este projecto chegasse aos 10 000 apoiantes como também não esperava que a LEGO decidisse editá-lo (yeps, e até o escrevi aqui). Portanto fiquei surpreso com a decisão da LEGO lançar este projecto e isso aumentou a minha curiosidade quanto ao set. Sei que quando apareceram as primeiras imagens as reacções foram mistas e que muita gente acusou a LEGO de desvirtuar o projecto original ao retirar muitos detalhes (?). Antes mesmo de ter o conjunto já não concordava muito com essa visão já que o que muitos chamavam de “detalhes” era apenas o ruído criado por muitas peças do telhado e das paredes. Aliás, as imagens que vi deste conjunto até agradavam-me mais que as do projecto original. Vamos ver então se fiquei com a mesma impressão depois de o montar.
Ao abrir o manual fiquei agradavelmente admirado com a referência aos anteriores ferreiros (apesar de achar que também poderiam ter referido a presença de um ferreiro no 10193) e em especial ao 3739 (ainda tenho um fechado!!!) que é um marco para a história do hobby LEGO já que basta dizer que faz parte do sub-tema My Own Creation. Yeps, MOC! No entanto o início do livro de instruções mostra que o designer foi o Wes Talbott que apesar de ter desenhado sets bem interessantes, não fiquei muito impressionado com o trabalho dele com o modular de 2020, o 10270 Bookshop.
O livro tem 240 páginas e divide a construção através de 14 fases. As primeiras cinco são reservadas à construção do terreno, oficina e árvore. Fora a árvore, a construção é muito convencional, sem grandes técnicas ou peças em utilizações inovadoras. No entanto e neste caso não consigo ver isto propriamente como um defeito já que a construção é rica em detalhes, utiliza de forma muito inteligente e atraente a combinação de cores e não momentos monótonos de elevação de paredes sem qualquer pormenor. Aliás, provavelmente o momento mais bocejante foi a construção das folhas das árvores já que tem uma, pequena, secção que é repetida oito vezes. Como em outros sets LEGO, a ausência de técnicas arrojadas não quer dizer que a experiência de construção é má ou desinspirada. Nesta secção adorei a árvore, a forja e os interiores detalhados. As paredes de pedra tem um efeito muito interessante e, pessoalmente, penso que ficam muito mais giras que o projecto original. Sim, a forja é iluminada quando pressionamos o fole, mas isso diverte nas primeiras três vezes que o fazemos e depois cai no esquecimento e assim daqui a uns anos temos mais uma pilha no mundo que teve uma vida inútil.
Nas três fases seguintes construímos o primeiro andar que é composto pela cozinha e zona de refeições. Ao contrário do projecto original, Wes decidiu (e bem) separar a zona de refeições do quarto de dormir já que levou esta última secção para o piso superior, o sótão. Voltando à cozinha, mais uma vez não há grandes momentos wow mas no fim temos uma secção credível, bela e com uma distribuição de elementos bastante agradável. Poderei dizer que as cadeiras são algo grandes, mas são simples, dão uma nova utilização aos machados e ficam bastante bem :). Como no andar inferior, a chaminé é um componente que não só faz a ligação interior/exterior como liga verticalmente todas as secções do set.
As cinco fases seguintes (da nona à décima terceira) temos a construção do sótão em primeiro lugar e em segundo, do telhado. No sótão a atracção vai para os interiores que apesar de não serem extremamente detalhados, tem alguns pormenores deliciosos. O original tapete (que me fez perguntar se não foi uma manobra arriscada para o actual estado do politicamente correcto), a enorme e sobriamente detalhada cama e a zona de escrita com aquele esquisitíssimo “túnel” para a janela. Adorei a forma simples mas eficiente do suporte do telhado e, já agora, o próprio telhado. A forma de construção é relativamente simples e com um truque nada original para o tornar côncavo. No entanto o efeito é simplesmente bestial e quase que posso afirmar que é a imagem de marca deste set. Por fim temos a décima quarta fase que é inteiramente dedicada à construção da carroça que não compromete mas também não deslumbra.
No fim temos um um resultado extremamente bonito e que acho bem mais interessante, credível e harmonioso que o projecto original. Wes fez aqui um excelente trabalho ao pegar numa ideia base (estão lá imensos elementos do original) e transformar não só num produto realizável pelos parâmetros da LEGO como melhorá-lo não só tornando a experiência de construção agradável mas também numa bela construção LEGO para termos exposta e, quiçá, acompanhar com MOCs.
Vamos agora às peças. Há que dizer uma coisa que penso que é perceptível no vídeo de unboxing e speedbuilding que fiz e que está no fim deste artigo. Babei-me todo com as peças já que praticamente a totalidade delas encaixam sem qualquer problema em vários dos meus MOCs, passados ou futuros. Para mim e mais do que ter peças raras que por vezes são inúteis nas minhas mãos, é interessante ver as peças de um set e ter a noção que facilmente as posso utilizar nas minhas construções. Afinal é para isso mesmo que as peças LEGO servem. Nisso este set é simplesmente excelente e por isso pouco ligo ao PPP (que de qualquer forma é bom) ou à presença ou não de peças exclusivas.
Ahh, os minifigs são lindos e até gosto da irrealidade das moças guerreiras.
As Peças 10/10 (100% a pedir para serem utilizadas em MOCs)
A Construção 9/10 (agradável e bem clássica)
O Desenho 10/10 (credível e harmoniosa)
Jogabilidade 9/10 (fica excelentemente bem quando em exposição e pede MOCs a acompanhar)
Este é daqueles sets Ideas em que a concretização da LEGO é bem superior e interessante do que o projecto. Acho-o excelente e o único pecado é que não tem outras habitações para o acompanhar.
Conclusão 10/10
(Este conjunto foi fornecido para análise pela The LEGO Group, mas a review é da minha inteira responsabilidade)
Tema: Friends
Ano de Edição: 2021
Número de Peças/Minifigs:802/5
Preço LEGO®: 69.99€
Link Brickset: https://brickset.com/sets/41449-1/Andrea-s-Family-House
Não, não é o meu primeiro set friends que analiso e apesar de não o fazer com regularidade, até existem vários pontos que me fazem estar atento ao que vai aparecendo no tema. É que sinto que a cidade cor de rosa além de ter sets mais detalhados, consegue ter mais variedade de temas que a própria City. Claro que isso não invalida a minha opinião que o tema Friends parece um decalque das séries juvenis norte-americanas e que com isso tem vários lugares-comuns de interesse duvidoso.
A construção decorre ao longo de nove fases que estão descritas num único livro de 200 páginas. A acompanhar as peças temos uma folha com um número considerável de autocolantes bem coloridos. Achei que algumas das fases são relativamente mais curtas que o habitual mas isso não é algo que afecte propriamente a construção. A experiência de montagem não é nada aborrecida já que vamos intercalando paredes com detalhes no interior, janelas e outros pormenores. Fiquei um pouco surpreendido (aliás, negativamente surpreendido) com o facto de muitos dos detalhes dos interiores serem apenas autocolantes!
Mas os autocolantes não são a única coisa que afecta o resultado final da casa. Existem várias secções que estão com um ar.. Inacabado. Refiro-me especialmente a algumas partes da secção superior, a uma parede exterior que está inteiramente vazia (se descontarmos os autocolantes) e outras pequenas falhas como cerca não contínua, studs notoriamente a mais, outros a menos, etc.
Claro que isso não invalida que seja uma casa vistosa e com um exterior relativamente credível. Os interiores são variados e com vários pormenores que os tornam bastante jogáveis.
Ahh, adorei o detalhe de termos dois painéis solares com orientações contrárias...
Voltando ao jogável. Apesar de conceitos claramente norte-americanos (sim, propositadamente não estou a dizer ocidentais), a pequena casa da família da Andrea tem tudo para criar várias histórias familiares. A adição de alguns instrumentos (vá, dois) na garagem acrescenta mais um pózinho à jogabilidade. Portanto tem uma jogabilidade que não surpreende, mas que é seguramente aceitável.
Quanto às peças gostei bastante do sortido apesar de algumas cores serem dispensáveis. O grande destaque vai para as doze unidades da nova janela de quarto de círculo que vem colmatar uma falha no portfolio de peças da LEGO. O PPP de quase 9 cêntimos é bastante interessante e, como é hábito, não comento as minidolls.
Por último não poderia deixar de abordar a questão do esquema de cores da casa. Confesso que conforme ia construindo, fui deixando de estranhar aquele azul deslavado. A quantidade de peças e a forma como estava intercalado com outras cores ajudou que no final ficasse com uma impressão positiva dessa cor. No entanto mesmo assim não consegui deixar de achar que há cores a mais na fachada e que além de tornarem a casa ostensivamente feminina, tornam-na pouco credível. É mesmo necessário colocar quatro cores próximas do rosa?
As Peças 8/10 (janelas quarto de círculo!!!)
A Construção 8/10 (agradável mas sem momentos wow)
O Desenho 7/10 (bonito mas com algumas falhas notórias)
Jogabilidade 7/10 (aceitável)
Como é hábito na linha Friends, é um set com um desenho relativamente credível, detalhado e proporcionador de uma boa jogabilidade.
No entanto continuo a achar que é desnecessariamente cor de rosa e norte-americano.
Conclusão 7/10
(Este conjunto foi fornecido para análise pela The LEGO Group, mas a review é da minha inteira responsabilidade)
Tema: City
Ano de Edição: 2021
Número de Peças/Minifigs:790/10
Preço LEGO®: 99.99€
Link Brickset: https://brickset.com/sets/60292-1/Town-Centre
Um dos assuntos mais discutidos no hobby este ano são as novas estradas LEGO e apesar de eu não ser propriamente um grande utilizador desse tipo de peça (dei as poucas roadplates que tive), tinha uma grande curiosidade em saber como são as novas. Claro que aqui a expressão “saber como são” tem que ver em tê-las na mão. :)
Dos vários conjuntos que possuem as novas estradas, este pareceu-me o mais interessante à primeira vista. Será que fiquei com a mesma opinião depois de o construir?
Abri o conjunto (como podem ver no vídeo no fim do review) e fiquei logo admirado com a quantidade de sacos (10+extras) e livros (5). Apesar dos seus 100 euros, o conjunto não me parecia assim tão grande para esta quantidade de fases. A sensação de que as fases estão cada vez mais curtas e os manuais cada vez mais longos é cada vez mais forte. Não foram poucas as vezes que um passo de construção era composto por apenas uma peça, algo que achei um exagero num set tão simples como esta.
E é exactamente esta característica que mais me incomodou neste conjunto. A simplicidade. Sim, eu sei que é um conjunto 6+; que o mote principal são as estradas e os edifícios e viaturas só estão para encher, etc e tal. No entanto acho que está tudo exageradamente simples. As soluções não vão além do básico e em alguns momentos até fiquei com a sensação que houve alguma preguiça no processo de design.
Isto tornou a construção algo enfadonha e sem momentos que fugissem da vulgaridade.
A maior parte do cenário é ocupado por objectos, veículos, estruturas e edifícios comuns nas cidades (ok, aquela mota bombeira é estranha) e penso que a LEGO poderia ter acrescentado mais detalhe e originalidade em vez de soluções simplistas e algo vulgares. Os contentores da reciclagem, o próprio camião, a pizzaria e a estação da lavagem auto são bons exemplos do que digo já que com mais algumas peças poderiam ter ficado muito mais interessantes. O carrinho apesar de manter-se na simplicidade, lá me convenceu da sua qualidade.
Porém, adorei a minifigs. São dez e, segundo o Brickset, nove são exclusivas deste set. Apesar de achar que o ladrão está a mais, as restantes nove conseguem representar de forma bastante interessante e realista uma porção da população de uma pequena cidade. Claro que o grande destaque vai para a minifig que representa uma pessoa cega e o seu cão guia. Gostei do pormenor da trela estar pensada para o cão ficar alinhado com o dono mesmo tendo em conta a orientação das mãos dos minifigs.
Quanto às peças, existem algumas exclusivas, sendo a maior parte delas relacionadas com as minifigs. Talvez a mais interessante seja as duas unidades da moldura de portas em sand-green. O PPP pode não ser tentador (12,7 cêntimos), mas a verdade é que a quantidade de minifigs e as peças grandes de estrada justificam parte do valor. Apesar da maior parte do volume das peças serem dedicados às estradas, a restante seleção é interessante o suficiente.
E por falar das peças grandes de estrada.
Definitivamente acho que são uma melhor opção que as estradas anteriores (as roadplates). A razão principal é mesmo a versatilidade já que permitem muitas mais configurações. Como já tinha referido no podcast Conversas em Construção, vai ser uma questão de tempo até serem adoptadas pela maioria dos AFOLs.
Por fim devo falar da jogabilidade e penso que nesta faceta a LEGO consegue dar algum ar da sua graça. Temos uma variedade de componentes que possibilitam a criação de várias situações de brincadeira. Algumas podem ser já comuns nas cidades LEGO, no entanto outras já não são tão vulgares. Gostei dos contentores de reciclagem (deles existirem, não do desenho deles…), do pequeno parquinho, da sala de treino, etc.
Sim, penso que o ladrão também nisto está a mais.
As Peças 7/10 (boa variedade a um PPP talvez algo puxado)
A Construção 5/10 (simplista)
O Desenho 6/10 (demasiado básico)
Jogabilidade 8/10 (bons cenários para boas brincadeiras)
Acho que a LEGO perdeu uma grande oportunidade de apresentar as novas roadplates de uma forma condigna. O set é demasiado simples e básico apesar de permitir uma jogabilidade interessante.
Por outro lado, as novas roadplates são muito interessantes e possuem uma versatilidade superior às antigas.
Conclusão 6/10
(Este conjunto foi fornecido para análise pela The LEGO Group, mas a review é da minha inteira responsabilidade)
Sim, eu sei que já correm imagens há uns dias. No entanto como RFLM tenho embargos a respeitar e, sinceramente, não me pareceu valer a pena falar do que já andava na net tendo que reservar a restante informação para este post.
Não é de todo desconhecido que me sinto cada vez mais afastado dos licenciamentos da LEGO e em particular do Star Wars. Que até foi o tema que em 1999 me fez voltar ao LEGO! Portanto não sinto grande curiosidade com estas novas estátuas em termos de tema e dedico mais a minha atenção a eventuais novas peças e técnicas de construção interessantes.
Em termos de peças uma inspecção rápida não me mostrou peças novas e as cores (principalmente o preto) também não me despertaram grande curiosidade para novas combinações molde/cor. Já em termos de técnicas fiquei bastante curioso com algumas secções dos sets. Aquelas "sobrancelhas" do Darth são capazes de me fazer consultar o livro de instruções quando ficar disponível.
São conjuntos tecnicamente interessantes e que devem resultar numa boa presença quando expostos. Pergunto-me se o droid não estará um pouco deslocado..
Fica aqui o press release em português:
O GRUPO LEGO ANUNCIA NOVOS CAPACETES E DROIDES DE CONSTRUÇÃO LEGO® STAR WARS™ INSPIRADOS PELO LADO NEGRO DA FORÇA
O Grupo LEGO anunciou três novos sets de construção LEGO® Star Wars™ para os construtores adultos recriarem alguns dos designs mais icónicos de uma Galáxia muito, muito distante.
Entre os novos sets contam-se duas adições à coleção de capacetes LEGO Star Wars apresentadas o ano passado – um busto inspirado em Darth Vader™ e um num leal Scout Trooper™. O trio fica completo com um modelo que homenageia o Probe Droid™, a imponente sonda imperial.
Desenhado para adultos e construtores LEGO experientes apaixonados pelo universo Star Wars, os fãs podem agora construir, exibir e homenagear o Lorde Negro dos Sith™ com estes desafios de construção.
“Algumas das nossas personagens preferidas de Star Wars têm uma presença marcante e intimidante no ecrã, apesar de nunca lhes vermos as expressões faciais,” diz Jens Kronvold Frederiksen, Director Criativo de LEGO Star Wars. “Ao recriar o sinistro capacete de Darth Vader e o do Scout Trooper, era importante captar os detalhes e características essenciais, para que os fãs em todo o Mundo os possam reconhecer, mesmo aqueles que não estão muito familiarizados com o universo de Star Wars. Espero que usufruam do processo de construção e apreciem ter as peças em exposição.”
A construção destes modelos é ideal para os fãs tirarem um tempo para relaxar, enquanto recriam uma das suas paixões, cheia de detalhes ao melhor estilo da LEGO. Depois de construído os modelos podem ser exibidos com a sua placa de exposição que dá um toque final a uma peça de decoração única, para ser exibida na casa de qualquer fã Star Wars.
Os sets têm um PVP Recomendado de 49,99€ e 69,99€ e estarão disponíveis para pré-venda a partir de 25 de Março de 2021, sendo lançados globalmente a 26 de Abril.
Sobre os sets:
LEGO® Star Wars™ Capacete de Darth Vader™ (75304)
LEGO® Star Wars™ Capacete Scout Trooper™ (73305)
LEGO® Star Wars™ Imperial Probe Droid™ (75306)
Sim, em letras garrafais que é para toda a gente ficar atenta.
Dos poucos conjuntos LEGO que tento guardar são os relativos à exploração espacial. Tenho um Space Shuttle antiguinho (o 7470) mas as peças já estão envelhecidas e algumas das técnicas de construção estão bem datadas. Deixei escapar os gémeos falsos 10213 e 10231 mas também confesso que nunca me convenceram. Portanto quando soube que a LEGO iria lançar novamente um Space Shuttle (novamente o Discovery), as minhas antenas espevitaram-se para ver se descobria mais pormenores.
Claro que tive que esperar até me chegarem as imagens via LAN e ficar maravilhado com a obra. Comecei por ficar satisfeito com algumas peças novas (tanto em termos de molde como novas combinação/molde) no entanto a minha atenção foi para a frente da nave. É que um dos pontos que sempre achei difícil conseguir com peças LEGO era o nariz bem característico do Space Shuttle. Não posso dizer que o trabalho é perfeito, no entanto agrada-me imenso já que revela bastante da imponência do veículo espacial.
Por fim devo referir que fiquei maravilhado com os interiores, o Hubble, com as curvas, asas e escapes dos motores.
Este não vai escapar :)
Ahh, aqui fica a press release em Português:
LEGO UNE ESFORÇOS À ASTRONAUTA DRA. KATHY SULLIVAN PARA LANÇAMENTO DE NOVO SET
Para celebrar o lançamento do novo set LEGO® NASA Space Shuttle Discovery, o Grupo LEGO conversou com a ex-astronauta NASA, Dra. Kathy Sullivan, para revelar detalhes da sua experiência a bordo da missão NASA STS-31 e comparar o real e o seu detalhado modelo LEGO, que representa a famosa nave e o Telescópio Hubble.
Filmado no COSI (Center of Science and Industry), a fascinante entrevista que está agora disponível em lego.com/gobeyond, revela detalhes sobre a incrível missão que lançou o Telescópio Hubble para o cosmos – permitindo aos cientistas da NASA explorar muito mais do Universo. A Dra. Sullivan partilha também a sua opinião sobre o futuro da exploração espacial, encorajando os jovens a seguir carreiras nessa área.
O novo LEGO NASA Space Shuttle Discovery, desenvolvido em colaboração com a NASA – é um complexo set de 2354 peças – construído para homenagear este momento pioneiro na história da exploração espacial, celebrando assim o 40º aniversário do lançamento do Space Shuttle, a 12 de Abril de 1981. O set, criado para adultos, tem um trem de aterragem funcional, portas de carga e leme, bem como o famoso Telescópio Hubble, que pode ser compactado para caber no porão de carga ou expandido com os painéis solares e exibido em separado. Ambos vêm com uma placa de exposição, onde figuram as datas-chave da missão.
Comentando o set, a Dra. Kathy Sullivan disse, “Fiquei muito feliz de ver o Space Shuttle em forma LEGO e muito impressionada com a quantidade de detalhes que conseguiram recriar, desde o módulo que usávamos para dormir e comer aos pormenores do telescópio. Olhar para o set, permitiu-me recordar de muitas das minhas experiências no espaço. O Hubble é definitivamente o ponto mais alto da minha carreira. Este modelo é perfeito para que tanto os fãs LEGO como os fãs da exploração espacial aprendam mais sobre esta missão, de uma forma divertida e envolvente.”
O Grupo LEGO quis aprender mais sobre a paixão das pessoas pelo espaço, para perceber o que pensam sobre o que há para além da Terra, incluindo o que podemos esperar para os próximos 30 anos, o futuro das viagens espaciais e se há vida noutros planetas. O inquérito foi feito através da plataforma VIP do Grupo LEGO, a 9878 pessoas nos Estados Unidos, Reino Unido, França e Inglaterra.
Algumas das descobertas mais importantes foram:
A Dra. Kathy Sullivan deu a sua opinião de especialista sobre o futuro da exploração espacial: “as maiores barreiras para o turismo espacial nos próximos 30 anos são a segurança e os custos. Assim que houver avanços nesses campos, o público geral poderá viajar para o Espaço.”
Como parte da campanha LEGO Go Beyond, que será lançada com este set, os fãs LEGO e da exploração espacial podem ir a LEGO.com/gobeyond para ver a entrevista e saber mais sobre a missão original, descobrir mais sobre o set LEGO NASA Space Shuttle Discovery e ter acesso a algumas ferramentas da LEGO Education para aprender sobre o Espaço.
Adicionalmente, os membros LEGO VIP poderão ver a entrevista completa com a ex-astronauta NASA, a Dra. Kathy Sullivan, onde são discutidos detalhes da missão original e como é viajar para o Espaço. Os membros VIP serão também capazes de comprar um item exclusivo com os seus pontos: a sonda espacial Ulysses, lançada pelo Space Shuttle Discovery em 1990, com o objetivo de estudar a superfície do Sol, disponível por 1800 pontos, com stock limitado.
Notas:
Aqui fica o habitual press release do novo conjunto Ideas e no final um pequeno comentário ao conjunto:
LEGO WINNIE THE POOH
Regressa ao Bosque dos 100 Acres com o novo LEGO® IDEAS WINNIE THE POOH
A LEGO® lançou o convite a todos os fãs para abraçarem a nostalgia e regressarem ao pitoresco Bosque dos 100 Acres com o novo LEGO® Ideas Winnie the Pooh – baseado no design original do construtor e fã LEGO Ben Alder. Por baixo de um grande carvalho, completo com colmeias e abelhas, encontramos a casa de Winnie the Pooh, que pode ser aberta e revelar vários detalhes, deste a mobília a objetos únicos, como o Relógio “Pooh-coo”, a caixa de pauzinhos de Pooh (para jogar “Pooh Sticks”), o medalhão de Tigger e claro, vários potes de mel – tanto cheios como vazios!
Os belos contos sobre as aventuras de Christopher Robin, escritos por A. A. Milne, maravilharam leitores de todas as idades durante quase um século e tornaram-se ainda mais memoráveis, graças à adaptação para cinema e televisão, que trouxeram as personagens à vida.
O conceito foi submetido originalmente pelo fã LEGO, Ben Alder, na plataforma LEGO Ideas, uma iniciativa do Grupo LEGO que transforma ideias imaginadas, submetidas e votadas por fãs em realidade. Baseado no seu design, o set é perfeito para os fãs adultos relaxarem e voltarem à infância, revivendo as aventuras do seu urso favorito e dos seus amigos.
Falando do design, Ben Alder comenta, “Adoro Winnie the Pooh e lembro-me dos meus mais me lerem as suas aventuras quando eu era criança. Hoje, leio as mesmas histórias aos meus filhos, sendo por isso algo que me é muito querido. Decidi criar o set para os meus filhos poderem dar vida às histórias de deitar e nunca esperei uma reação tão positiva como a que recebi.”
O novo set inclui cinco personagens propositadamente moldadas, cada uma com os seus acessórios. Pooh tem o seu balão vermelho, para apanhar o mel das abelhas dos ramos mais alto, Pigglet vem embrulhado no seu cachecol e o Tigger vai a caminho do Bosque com a sua trouxa pendurada numa vara. Enquanto isso, Rabbit tem várias cenouras prontas a comer e Eeyore vem completo com a sua cauda e laço amovível.
Outras inclusões dignas de nota do set são a fogueira com o toro de madeira onde Pooh pensa sobre as coisas que descobriu, a porta de entrada, com o sinal “Mr. Sanders” por cima e o adorável sino azul e o poste com a seta para o Bosque dos 100 Acres, para que Pooh encontre sempre o caminho de volta.
Federico Begher, VP de Marketing Global no Grupo LEGO comentou, “Winnie the Pooh é uma história com 95 anos, adorada em todo o Mundo, por isso o design do Ben despertou uma grande onde de nostalgia entre todos nós. Além disso, a história de como criou o set para que toda a sua família pudesse recriar as histórias de Winnie the Pooh através de peças LEGO, pareceu-nos uma combinação perfeita que queríamos partilhar com outros.
Temos também a sorte de podermos criar novas personagens para este set LEGO Ideas. Tínhamos de ver como Winnie the Pooh, Tigger, Rabbit e o Piglet ficavam no formato minifigura. E ainda criámos uma figura de Eeyore!
As histórias do Bosque dos 100 Acres ganham vida com este set e à vários detalhes para tanto os fãs LEGO como da Disney podem descobrir.”
O set LEGO® Ideas Winnie the Pooh estará disponível diretamente através das lojas oficiais e do site LEGO.com a partir de 18 de Março para membros VIP e de 1 de Abril para todos.
Notas:
LEGO® Ideas Winnie the Pooh (21326)
Como devem imaginar, não estou minimamente interessado no personagem. Aliás, quando era novo as histórias do Winnie que por vezes apareciam nas revistas Disney tinham sempre o mesmo destino. Saltava-as e só as lia quando, em desespero, já não tinha mais nada para ler.
Portanto quando foi anunciado que a LEGO ia avançar com este set, a minha curiosidade pouco se alterou.
No entanto mal vi as imagens do set fiquei logo com os olhos arregalados. É pá, a árvore é mesmo gira. Até a casota tem os seus pontos interessantes. Portanto, e como é lógico, ignorei as minifigs e comecei a espreitar vários pormenores do set. Os corais a fazer de folhas, as cilindros tortos na base da árvore, as cores da própria árvore. Pois, o conjunto não entra directamente para a minha wishlist.. mas anda lá perto :)
Tema: Monkie Kid
Ano de Edição: 2021
Número de Peças/Minifigs: 1949/8
Preço LEGO®: 169.99€
Link Brickset: https://brickset.com/sets/80024-1/The-Legendary-Flower-Fruit-Mountain
Finalmente chegamos ao último set desta vaga, a enorme montanha da lendária flor fruta. Acho que se traduz assim :)
A verdade é que este conjunto é inspirado directamente na história que serviu de mote ao tema Monkie Kid, “A viagem ao Oeste”. A ideia é, como está descrito nas primeiras páginas do livro de instruções, poder contar a história do Rei Macaco através do conjunto com localizações chave. A história é contada da direita para a esquerda (?) e para isso existem 4 (!) minifigs que representam vários estágios do desenvolvimento do personagem principal, o Rei Macaco. Achei certa piada à inclusão de sinais (não lhe consigo dar outro nome) aos locais onde acontecem certos momentos da história.
Portanto este conjunto mostra-se imensamente mais rico em termos de história que os restantes sets do tema e fez-me logo perguntar porque raios a LEGO nunca fez algo parecido com uma mitologia qualquer europeia? Perseu, Hércules, Anel dos Nibelungos, Lusíadas, Rei Artur, Ulisses. Fdx, há tanta coisa que até consigo ficar envergonhado com esta falha de uma empresa que adoro tanto.
Mas voltando a este conjunto o primeiro aviso que salta à vista é que não flutua. Sim, está escrito na caixa e sinceramente fiquei sem perceber se o flutua tem que ver com o ar ou água. É que isto é uma montanha..
A construção divide-se ao longo de três livros (+- do tamanho A4) com 128, 204 e 136 páginas. Cada livro cuida de uma secção que podem ser independentes entre si. Apesar de serem três secções distintas e com componentes muito próprios, a verdade é que a nível de construção não diferem muito entre si. Muito levantar rochedos, muita vegetação, alguns componentes próprios da fase da história (escadas, água, trono), mas sem nunca cansar. É que vamos tendo direito a algumas técnicas interessantes ao longo da construção, seja uma forma diferente de segurar uma secção, seja a forma peculiar de colocar um componente inclinado ou a construção bem AFOL de algumas árvores. Tudo em dezoito fases relativamente curtas demorando cada uma cerca de 10 minutos a construir.
Se a parte frontal está bem preenchida e, acima de tudo, bem distribuída. A parte traseira está repleta de espaços onde podem decorrer muito da história. No entanto achei que muitos desses espaços estão demasiado vazios e sem grandes indicações do que se pode fazer com eles. Ficam um pouco sem objectivo.
Em termos de construção fiquei intrigado com duas coisas e que refiro no vídeo que podem ver no fim do artigo. Primeiro a utilização várias vezes de uma mesma peça em duas cores muito parecidas (tipo cinzento claro e cinzento escuro) numa mesma fase. É muito raro isso acontecer, principalmente em conjuntos para os mais novos. A razão é simples, já que pode haver confusão ao colocar as peças e trocar as cores e depois reclamar no serviço ao consumidor dizendo que faltam peças. Por outro lado achei deveras estranho que na fase central em várias alturas temos que colocar peças em que o local onde vão ser colocadas está escondido por outras peças. Ou seja, apenas vemos a parte superior da peça que estamos a colocar no livro de instruções. Apesar de não ter sentido qualquer dificuldade, não me lembro de ver isso num conjunto LEGO.
Em termos de peças este conjunto é simplesmente bestial para quem gosta de fazer landscapes com muitos rochedos e alguma vegetação. Praticamente todas as peças são úteis e mesmo assim temos uma boa proporção em termos de peças básicas vs peças específicas. Temos até uma boa quantidade de peças raras, algumas delas até bem interessantes.
Claro que dessas peças raras, muitas são relativas aos minifigs. São 8 e quatro deles, como já disse acima, refere a um mesmo personagem em diferentes estados. Pessoalmente o maior interesse é a possibilidade de fazer algo relacionado com a versão original do Planeta dos Macacos :)
Agora sabendo que o Rei Macaco é apenas o primeiro dos quatro seguidores de Tang Sanzang, será que vamos ter direito à história dos restantes quatro?
As Peças 9/10 (boa variedade em quantidades generosas)
A Construção 9/10 (uma boa experiência ao longo de 18 fases)
O Desenho 9/10 (ideia excelente de contar uma história)
Jogabilidade 9/10 (vários locais relacionados com a história proporcionam momentos de acção)
Este conjunto é muito bom em todas as facetas que costumo avaliar. Pode não ser muito interessante para um AFOL já que é acima de tudo indicado para os mais novos. No entanto achei-o extremamente interessante na forma como se pode contar uma história ao longo de vários locais do próprio conjunto.
Agora só falta à LEGO fazer o mesmo com as várias mitologias europeias!
Conclusão 9/10
(Este conjunto foi fornecido para análise pela The LEGO Group, mas a review é da minha inteira responsabilidade)
Tema: Monkie Kid
Ano de Edição: 2021
Número de Peças/Minifigs: 1462/10
Preço LEGO®: 129.99€
Link Brickset: https://brickset.com/sets/80023-1/Monkie-Kid-s-Team-Dronecopter
O atraso na apresentação deste review foi mesmo provocado pelo cansaço. Tinha 14 reviews para fazer seguidos e dei a mim mesmo uma folga de uns dias para este (o décimo-terceiro) e o seguinte.
Este foi o primeiro conjunto desta vaga a ser conhecido. O veículo é, à primeira vista, bem interessante e apelativo. Mas será que é essa a impressão depois de construído?
A primeira impressão com que fiquei foi a admiração pela quantidade de fases (catorze) já que o meu olhar desatento não me tinha informado que o conjunto não era apenas o veículo. Estava pejado de outros componentes e que destes, três contentores geravam um volume de respeito.
Os dois livros com uma dimensão próxima do A4 já mostravam a importância dos restantes componentes, já que apenas o segundo é dedicado ao enorme veículo. As primeiras 5 fases são dedicadas à construção dos três contentores. Contentores que gostei de construir já que apesar de exteriormente serem relativamente parecidos, o interior e, principalmente, a forma como abrem, são bem diferentes. Os interiores são ricos qb apesar de ter achado que o contentor da Mei fosse demasiado dependente dos autocolantes.
A sexta fase é dedicada às duas aranhas-bot (novamente diferentes), à prancha de surf voadora do Red Son e da gaiola voadora do gato (Mo). Construção nada de outro mundo, mas que também não se pode considerar que fosse chata.
Chegando ao segundo livro temos finalmente o direito de construir o que realmente interessa neste set. O veículo voador! Primeiro vamos ao cockpit que também se pode transformar numa lança. Construção rápida (aliás, como todas as fases deste conjunto) e que até tem direito a alguns momentos interessantes em termos de construção. De seguida temos três fases dedicadas ao corpo central do aparelho voador onde, como se estava à espera, há algum technic. Mas ao contrário de outros conjuntos, aqui as peças technic não se sobrepuseram ao system e são justificadas não só para a robustez da construção mas também para a activação de alguns gadgets. Fiquei intrigado com a colocação de quatro unidades da nova peça 6330903 onde facilmente poderia ficar outra peça qualquer. Principalmente tendo em conta que a peça não fica à vista. Bem, o designer quis presentear o pessoal com a nova peça numa cor muito interessante.
A décima-primeira e a décima-segunda fases são idênticas já que construímos as quatro secções onde se encontram os rotores. Novamente nada de outro mundo, mas apenas me pergunto a inclusão de 8 uzis onde facilmente se poderia colocar outra peça qualquer.
As duas últimas fases são dedicadas ao local de comando do gigantesco Sandy. Esta secção roda através de uma roda dentada que fica a jeito do nosso polegar quando pegamos no “punho” deste aparelho voador. Pois, tinha-me esquecido de referir que estamos novamente na presença de uma pistola, mas neste caso bem mais disfarçada (e divertida) que a 80019.
O resultado final é relativamente interessante no aspecto e de forma surpreendente até fiquei mais cativado com os contentores do que o próprio veículo. Este último não consegue ser tão imponente como a aranha do set anterior, o 80022. No entanto tudo o que está neste conjunto apela à jogabilidade, apesar de eu considerar que mais uma vez é desnecessário tratar o veículo como uma pistola disfarçada.
Apesar de à primeira vista não haver propriamente peças exclusivas (fora minifigs e acessórios), penso que a seleção é interessante e proporcionadora de boas construções. Vale a pena ver o vídeo (coloquei índice para poderem saltar) no final deste post para verem algumas das peças que destaco.
As Peças 8/10 (bom sortido)
A Construção 8/10 (com altos e baixos mas sem deixar de ser interessante)
O Desenho 7/10 (competente sem surpreender)
Jogabilidade 9/10 (montes de possibilidades de brincadeira)
Apesar de não ter chegado ao patamar de excelência que estava à espera, não deixa de ser um bom conjunto. Os contentores são provavelmente os componentes mais interessantes do set.
Conclusão 8/10
(Este conjunto foi fornecido para análise pela The LEGO Group, mas a review é da minha inteira responsabilidade)
Tema: Monkie Kid
Ano de Edição: 2021
Número de Peças/Minifigs: 1170/6
Preço LEGO®: 99.99€
Link Brickset: https://brickset.com/sets/80022-1/Spider-Queen-s-Arachnoid-Base
Estes grandes conjuntos dedicados aos vilões sempre me intrigaram já que penso que a maior parte dos miúdos apenas tem um grande set de vez em quando. Se isso for verdade e se gostarem de um determinado tema, não será natural comprar algo relacionado com os bons? Sendo assim, este tipo de set, será sempre uma segunda escolha o que me faz perguntar porque é que a LEGO os lança. Provavelmente estou errado e vendem que nem farturas numa romaria.
O bicho mesmo na fotografia da caixa é imponente, falta perceber se justifica ser escolhido. Foi com isto em mente que o comecei a montar.
A construção decorre ao longo de nove fases que se dividem em dois livros de instruções (+-A4) com 132 e 140 páginas respectivamente. Na primeira fase ainda construímos aquela ridícula nave-bastão nas primeiras folhas, mas mal nos apercebemos já estamos a construir a aranha grandalhona.
São fases onde intercalamos secções mais system com secções inteiramente technic, o que fez perguntar-me se este não era um set Technic? Já estou habituado a sets onde a estrutura central é em technic para assim ser mais robusta e aguentar as brincadeiras dos miúdos. No entanto neste conjunto isso é levado ao extremo já que chega a haver sacos onde temos que procurar por peças que não sejam technic.
Curiosamente as peças que são para mim novidade são ambas technic. É um brick 1x1 com buraco para um eixo (novidade deste ano) e uma peça semi-esférica que serve de roda e que tem a vantagem que facilmente desliza no eixo perpendicular à sua direcção.
Depois de construído o set há que referir que o efeito é imponente, não só pela dimensão, mas também pela forma bastante proporcional com que a aranha foi representada. São utilizadas técnicas bem interessantes tanto para a construção do abdómen como da própria cabeça. Esta última consegue colocar peças na diagonal de uma forma que não conhecia e que resulta muito bem. Técnica que poderia fazer parte de um qualquer catálogo de técnicas avançadas :)
Existem também outras técnicas de construção interessantes ao longo da montagem (como por exemplo a colocação de plates 1x1 com clip no cimo para que umas bandeiras não saíssem do sítio), no entanto não chega para compensar vários trechos de construção technic e onde fui levado ao desespero na construção de 6 das 8 patas (sim, esta aranha tem finalmente oito patas) onde vários passos semelhantes foram repetidos as seis vezes.
No entanto e apesar do aspecto imponente e assustador, fiquei desencantado com praticamente tudo o resto. O interior do abdómen só é parcialmente acessível e aqueles tubos todos das partes inferiores das peças dão-lhe um ar de mal acabado e feio. A tal base é minúscula e, talvez por não ter colado muitos dos autocolantes, não tem mesmo aspecto de sala com funções de comando ou de qualquer outra coisa. Fiquei intrigado também pelo acesso difícil a um dos compartimentos centrais e a prisão só serve mesmo para colocar lá uma minifig e mais nada já que o acesso também é difícil.
Graças ao technic todo a construção é bem robusta mas fica sempre a pergunta, é preciso tanto (tanto em peças como em técnicas rebuscadas de construção) para um brinquedo para os miúdos?
Atenção que a pergunta é transversal à maior parte dos conjuntos LEGO direccionados aos mais novos. No meu local de trabalho vejo (bem, com a pandemia é mais “via”) imensos miúdos a brincar com LEGO e notei que a maior parte deles só liga ao aspecto numa primeira fase, depois o que quer é brincar e fazer modificações. Se os sets são complexos, a maior parte das vezes a faceta do modificar adicionando funções ou retirando partes, simplesmente não acontece. É por isso que creio que a longevidade da jogabilidade de um set Creator é muito maior que da maior parte dos sets temáticos.
De qualquer forma o Artur achou imensa piada ao gadget para mover as patas dianteiras.
As Peças 7/10 (algumas boas peças, mas imensas peças technic)
A Construção 6/10 (bons pormenores mas com demasiadas secções inteiramente technic)
O Desenho 8/10 (imponente por fora, fraco por dentro)
Jogabilidade 8/10 (uma base dos maus que se parece com uma aranha, wow!)
A ideia é gira mas acho que no fim da construção a pergunta que fica é se é um set technic. Tem bons pormenores e o aspecto exterior é fantástico. No entanto a nível de interiores é muito fraco e com poucas opções de jogabilidade.
Conclusão 7/10
(Este conjunto foi fornecido para análise pela The LEGO Group, mas a review é da minha inteira responsabilidade)
Tema: Monkie Kid
Ano de Edição: 2021
Número de Peças/Minifigs: 774/5
Preço LEGO®: 69.99€
Link Brickset: https://brickset.com/sets/80021-1/Monkie-Kid-s-Lion-Guardian
Ora aqui está o quarto conjunto da série e provavelmente aquele que achei mais chinês de todos eles. Ou não fosse este veículo(?) uma versão gigante dos fatos de fantasia da Dança do Leão. Mas a maior expectativa deste set está mesmo relacionada com a difícil tarefa de fazer esquecer o sucesso do 80020.
A construção é dividida entre dois livros com a mesma dimensão, o primeiro com 92 páginas e o segundo com 172. O primeiro está dividido em duas fases onde começamos por construir uma pequena loja de máquinas de jogos onde se nota imenso a dependência dos autocolantes. A construção não tem nada digno de nota e o realce desta fase vai mesmo para os cantos para telhados orientais (6338499) que ficam lindamente ao lado das 6328095 que já tínhamos visto no modular deste ano. Para a quantidade de conjuntos orientais que saíram nos últimos anos, até admira estas peças não terem saído mais cedo. O outro destaque desta fase para para uma das máquinas que consegue (bem, mais ou menos) ser funcional ao conseguir-se retirar as nano-figuras do interior. Estranhamente não é o único conjunto desta série que tem máquinas de arcada. Será que ainda são populares na China?
A segunda fase é dedicada aos vilões de serviço. Uma habitual e diferente bot-aranha, um vilão com uma potente arma e equipado com o habitual ninho e peruca com trança à mau e por fim uma aranhola que serve de pedestal à rainha-má.. Spider Queen. Nada de outro mundo, mas ficamos com várias unidades da nova peça de ângulo com bar holder + clip.
O segundo livro é dividido em quatro fases que são inteiramente dedicadas ao.. não sei como chamar, mech?. Mas deve ser um mech de alguma forma já que claramente possui um lugar de controle e armamento. Ou se calhar é uma espécie de robô que pode ser montado. Não importa e julgo que para os miúdos isso também não importe muito.
A construção é engraçada já que possui imensos detalhes, imensos apêndices e praticamente todas as cores do arco-íris. Penso que o efeito pretendido foi conseguido só que pessoalmente achei o resultado confuso e um pouco difícil de manejar sem desmontar qualquer coisa. Achei piada ao mecanismo que acciona a mandíbula inferior e a forma simples como se abrem os compartimentos dos canhões. Sim, aqueles discos brancos impressos com uma qualquer referência chinesa são lindíssimos. As bandeiras fabricadas com um material realmente dourado também são de matar. À primeira vista foi provavelmente aquilo que mais encantou o meu filho.
No geral também acho que está um pouco desproporcional já que a parte da frente do leão é bem mais volumosa que a traseira. Para este efeito também ajuda a presença de dois grandes canhões laterais.
Apesar de um PPP de cerca de 9 cêntimos, acho que a dimensão da construção fica um pouco aquém do esperado para um set de 70 euros. Talvez porque tanto a sala de máquinas como a aranhola criem o seu próprio volume e numa análise mais superficial não são tidos em conta. De qualquer forma, aconselho a dar uma vista de olhos ao vídeo de Abrir e Montar que se encontra no fim do artigo (se não quiserem vê-lo todo, podem sempre saltar para o início de cada fase) para verem as peças que mais me chamaram a atenção.
Ahh, pode ter sido problema apenas da minha cópia, mas o meu livro de instruções tinha várias zonas mal impressas. Nada que afetasse a experiência de construção, mas de qualquer forma achei estranho já que nunca tinha visto algo assim na LEGO.
As Peças 7/10 (boa selecção mas sem se destacar dos demais sets do tema)
A Construção 8/10 (variada e com vários detalhes)
O Desenho 7/10 (demasiado espalhafatoso para o meu gosto)
Jogabilidade 7/10 (não senti nada de especial e foi dos mais ignorados da série pelo meu filho)
É um bom set, mas que não se destaca em relação aos demais sets do tema. Muito colorido e com alguns detalhes e peças interessantes. A quantidade de apliques pode dificultar a brincadeira já que facilmente são desmontados.
Conclusão 7/10
(Este conjunto foi fornecido para análise pela The LEGO Group, mas a review é da minha inteira responsabilidade)
Tema: Monkie Kid
Ano de Edição: 2021
Número de Peças/Minifigs: 565/4
Preço LEGO®: 39.99€
Link Brickset: https://brickset.com/sets/80020-1/White-Dragon-Horse-Jet
Logo no início do ano a revelação do 80023 Monkie Kid's Team Dronecopter fez com que o pessoal ficasse curioso com o resto da vaga do tema. As vagas do ano passado já tinham dado alguns veículos interessantes (por exemplo o 80008 Monkie Kid's Cloud Jet) e este ano as coisas poderiam melhorar.
Mas acho que ninguém estava à espera de algo como este White Dragon Horse Jet. Não, não vou responder aqui o que raios é um cavalo dragão. Mas as primeiras imagens que vi deste set fizeram-me babar e ao mesmo tempo ficar super curioso com alguns efeitos. É que além de ser extremamente bonito, aparenta ter algumas técnicas de construção interessantes.
Será que depois de construído, o set corresponde às expectativas?
Acho que além de corresponder às expectativas, supera-as!!!
É que até o raio da vending machine que ninguém repara está excelente! Mas vamos por partes. O set é composto por seis fases onde na primeira construímos a tal vending machine que apesar de ser estupidamente alta, tem um “mecanismo” super simples que faz cair um produto sempre que enfiamos o telemóvel da personagem numa ranhura. Yeps, bem moderno :).
Na segunda fase construímos os restantes minifigs, a habitual mas sempre diferente bot-aranha, o veículo do gatinho mal humorado e começamos com aquilo que realmente interessa neste set, a aeronave. Até o raio dos primeiros passos são interessantes e coloridos onde as habituais peças em SNOT criam suporte para o resto da nave.
Na terceira fase continuamos com o interior da nave onde percebemos um cockpit espaçoso e também começamos a entrever o lindíssimo esquema de cores exterior
Mas em termos de técnicas de construção as coisas atingem o auge na quarta fase com a montagem do nariz do veículo. É que a questão não está apenas no SNOT e na utilização de peças que lhe dão um ar anguloso e único. Mas o momento em que nos apercebemos que um eixo amarelo que vai passar resvés campo de Ourique entre plates wedges vai segurar duas secções invertidas que pode sua vez vão “pegar” numa barra vermelha que tínhamos deixado na frente da estrutura várias páginas atrás, faz com que soltemos um wow ao apreciar a genialidade da construção.
Wow.
As duas fases seguintes são a montagem de cada uma das asas que apesar de não serem propriamente um portento a nível de técnicas de construção, tem uma efeito bastante original e bonito de ver. De notar que a secção de várias peças inclinadas e ligeiramente empilhadas logo atrás do cockpit fez lembrar-me de um MOC que fiz há uma dezena de anos. Peças diferentes, técnicas diferentes mas um efeito algo semelhante.
O resultado final é simplesmente lindo, não só pelo esquema de cores, mas também pelas formas conseguidas. Claro que há falhas. A principal é possivelmente a que o piloto fica praticamente deitado e não tem grande ângulo de visão. Outra falha que posso apontar é que em termos de trem de aterragem é assim para o fraco.
Em termos de peças podemos começar pelo PPP que é de 7 cêntimos e que até nos faz perguntar: será que houve algum erro? Depois é possível apreciar o festival de peças brancas, tiles de vários tons de verde e muitos wedges, sejam plates, slopes ou mesmo tiles. Mas além das peças mais específicas, também temos uma selecção de algumas peças mais básicas como plates de várias cores e até dois bricks 2x4 em DBG.
Três minifigs (+ 1 gato mal humorado) compõem o ramalhete e o destaque vai para o mau de serviço que está equipado com uma espada dos Uruk-Hai, um possível ninho aos ombros e um cabelinho à maneira (ambas as pelas não são exclusivas deste set nesta vaga).
As Peças 10/10 (bom PPP com um lista enorme de peças apetecíveis)
A Construção 10/10 (vários momentos wow)
O Desenho 10/10 (lindo, lindíssimo)
Jogabilidade 9/10 (é linda para fazer swoosh)
Não, não é um set perfeito já que tem algumas pequenas falhas. No entanto posso dizer que é dos melhores conjuntos que construí nesta linha de preços. Boa selecção de peças, experiência de construção excelente e um resultado que no mínimo pode-se apelidar de belo.
Para mim é já um sério concorrente a fazer parte da minha habitual lista de melhores 10 sets do ano.
Conclusão 10/10
(Este conjunto foi fornecido para análise pela The LEGO Group, mas a review é da minha inteira responsabilidade)
Tema: Monkie Kid
Ano de Edição: 2021
Número de Peças/Minifigs: 299/3
Preço LEGO®: 29.99€
Link Brickset: https://brickset.com/sets/80019-1/Red-Son-s-Inferno-Jet
Para segundo review desta série temos este veículo voador de, penso eu, ser um personagem dos vilões. Como sempre, o vídeo de unboxing e speedbuilding está no fim do artigo.
Este conjunto é composto apenas por três fases que percorrem um livro com 124 páginas. Na primeira fase dedicamos a atenção ao herói da série que, como em todos conjuntos desta série, vê o seu nome escrito em grande no livro de instruções sempre que é montado. Sim, acho bizarro. Depois temos um pequeno rochedo com uma fonte (?) e alguma vegetação onde a única utilização que vejo é mesmo para servir de ponto de apoio para o bastão do Monkie Kid. A segunda parte desta fase é dedicada a um dos vilões que aparentemente tem um lancha-chamas como armamento. Acho que é a primeira vez que vejo um num set LEGO e sinceramente não sei se gosto desta novidade.
A segunda e terceira fase são dedicadas ao veículo em si. Não posso dizer que é um avião, mas com certeza que é uma aeronave de algum estilo. A construção é muito interessante com várias secções em SNOT que servem apenas para razões estéticas, mas também como forma de o veículo ganhar robustez. Em termos de peças o destaque vai mesmo para os quatro cilindros dobrados em cinzento metálico (6327871), molde que tínhamos visto pela primeira vez em preto no Set do Mickey e da Minnie; para as quatro 6327876 (que não lhes consigo dar um nome) que estão na frente do veículo e que lhe dão um ar muito bom, também em cinzento metálico e por fim aos dois bricks 1x2x1x2/3 com studs em todos os lados menos um (6312480) na muito útil cor branca. Existem muitas outras peças interessantes que realço no vídeo de Abrir e Montar.
Ahh, não esquecer a barba metálica do The LEGO Movie (6207932)!!
O resultado da aeronave é bastante bom e visualmente apenas não me agrada a quantidade de studs laterais. Adorei a forma como a frente é removível para a arma ser carregada. Sim, não lhe consigo dar outro nome. É que numa visão simplista, a aeronave é apenas um disfarce para uma pistola nas mãos de um miúdo. Não, não vou entrar pela discussão se a LEGO é coerente quanto à questão do armamento. A minha opinião para este set é que o veículo é mais que suficiente para a jogabilidade do conjunto. Acrescentar a faceta de pistola, além de pouco acrescentar em termos de jogabilidade ao set, cria outra jogabilidade no mínimo questionável.
As Peças 8/10 (algumas raridades e uma boa variedade)
A Construção 8/10(rápida e com bons detalhes)
O Desenho 6/10 (bom até se lembrarem de ser uma pistola disfarçada)
Jogabilidade 6/10 (o mesmo de cima)
Sim, para mim a grande falha deste conjunto é ser uma pistola disfarçada. Sinceramente é uma característica questionável que diminui a potencialidade de um conjunto que poderia valer por si só já que é bastante interessante em termos de design geral, peças e construção.
Conclusão 7/10
(Este conjunto foi fornecido para análise pela The LEGO Group, mas a review é da minha inteira responsabilidade)