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Oficina dos Baixinhos* - Blog sobre o hobbie LEGO® de um AFOL (Adult Fan Of LEGO) português. Relatos das construções, técnicas, críticas, pensamentos e afins sobre LEGO em Portugal e no mundo. *Antiga LegOficina
Tema: Friends
Ano de Edição: 2021
Número de Peças/Minifigs: 93/2
Preço LEGO®: 10€
Link Brickset: https://brickset.com/sets/41677-1/Forest-Waterfall
Já há muito tempo que não fazia um review a um set LEGO, por isso a ver se ainda sei fazer isto.
Este foi um conjunto que me passou completamente ao lado quando saiu, o que na verdade acontece cada vez mais. Por vezes dou-me a passear no Brickset pelos sets mais recentes e dou por mim a ver coisas que já saíram há já alguns meses e que nunca tinha reparado. Em alguns casos mais valia ter ficado na ignorância, mas noutros até vejo coisinhas giras. Será o caso deste pequeno conjunto?
Dez euros por uma caixinha tão pequeninha custa um pouco, mas tendo em conta os preços absurdos que se pratica hoje em dia para imensas coisas (não só LEGO), uma pessoa encolhe os ombros. No entanto, o preço por peça continua algo elevado, já que ultrapassa os 10 cêntimos num conjunto que além de não ser licenciado, não contém nenhuma peça exclusiva. As minifigs podem ser únicas para este set, como o Brickset indica, mas no entanto as peças que as compõem não o são.
Claro que os conjuntos não vivem apenas das peças exclusivas. Aliás, se pensarmos em termos de jogos de construção, o importante até é o inverso. As peças comuns. Este set tem uma distribuição interessante entre peças mais comuns e básicas (que podem não ser o mesmo) e peças específicas. Inclui até quatro bricks 2x4 (verde e cinzento escuro), coisa incomum nos conjuntos pequenos de muitos temas. Mas o meu coração de AFOL construtor faz-me olhar com interesse para a quantidade e variedade de peças verdes e castanhas. As duas tiles 2x2 redondas impressas com os veios das árvores são uma adição bastante interessante ao set.
Quanto à construção. Nada a assinalar já que se faz em poucos minutos. Não há propriamente pontos altos, mas também não chega a ser aborrecida. Achei curioso não haver indicação das peças a utilizar em cada passo. Ok que o set é pequeno, mas mesmo assim afetou a construção. Sinceramente, por um lado fiquei agradado pelo "maior" desafio, por outro não, pelo tempo dispendido a mais.
O resultado é agradável e querido o suficiente para conseguir transportar-nos para um cenário idílico da natureza. Há uma distribuição equilibrada entre a vegetação, água, rochas e ação humana através da ponte e pequeno acampamento. Apenas dou um sinal negativo à presença do marshmallow, porcaria artificial. Claro que pode-se pensar sempre que é um rolo de papel higiénico!
As Peças 7/10 (variedade interessante mas algo cara)
A Construção 7/10 (agradável sem pontos significativos)
O Desenho 8/10 (giro e equilibrado)
Jogabilidade 8/10 (cenário idílico para algumas aventuras na natureza)
Conjunto pequeno que consegue equilibrar bastante bem a jogabilidade, mensagem e jogo de construção. Talvez um pouco caro para o que oferece.
Conclusão 8/10
Tema: Art
Ano de Edição: 2023
Número de Peças/Minifigs: 1810/-
Preço LEGO®: 100€
Link Brickset: https://brickset.com/sets/31208-1/Hokusai-The-Great-Wave
Nunca fiz segredo que mal foram reveladas as imagens, este conjunto passou de imediato para a minha wishlist. Ao ver este projecto no Ideas e depois de saber que a LEGO ia editar este set, fui saber um pouco mais sobre a obra através do extenso artigo na wikipédia em português.
A leitura deste artigo fez com que surjisse um dos dois problemas que esta representação tem para mim. O monte Fuji não consegue impor-se na versão LEGO. Sim, o monte Fuji é o elo de ligação entre a coleção de 36 gravuras e se no original a sua presença é relevante tanto pela sua centralidade como por estar na linha de visão provocada pelo formato da onda. Na versão da LEGO o seu contraste em relação às ondas é esbatido e não se consegue impor como uma montanha e não como uma outra onda. Ou seja, se se conhecer que estamos perante o monte Fuji, as ideias encaixam-se e o problema é reduzido. Para quem não souber desse detalhe, será apenas mais uma onda e perde-se um efeito fundamental da obra.
Mas vamos deixar esse detalhe e passar para uma análise mais convencional, já que é de LEGO que estamos a falar.
Este é um conjunto que tenta levar o formato LEGO Art um pouco mais além já que os primeiros conjuntos do tema apoiavam-se num formato de “mosaico” onde a única variação está na cor de uma mesma peça. Claro que não é o primeiro conjunto que sai desse molde, temos a famosa língua dos Rolling Stones, mas é provavelmente aquele em que o resultado é claramente melhor.
A construção divide-se em 15 fases onde as primeiras onze são dedicadas ao quadro em si e as restantes quatro à moldura. Numa primeira fase vamos construir as seis bases que compõem o quadro cobrindo apenas com o primeiro nível de plates e pelas tiles redondas que representam o céu. É nesta altura que surge o segundo dos problemas que, segundo eu, este set possui. Quatro das bases do quadro são em fleshie e as outras duas em preto. A única zona visível dessa transição é ao redor do monte Fuji e apesar de não ser aparente numa visualização rápida, a verdade é que para quem constrói o efeito é demasiado forte. Aliás, neste momento não consigo olhar para o quadro e “desver” aquela quebra entre as duas cores. Sim, a solução é simples e passaria por construir um novo nível de plates com um degradê mais suave para a base das tiles. Fora isso, estas seis fases são muito semelhantes à construção dos primeiros conjuntos LEGO Art onde não passava de um assentar de peças. As fases seguintes da construção do quadro propriamente dito já são mais interessantes, mais devido à variedade de peças do que propriamente quanto às técnicas utilizadas. Sim, é extremamente prazeroso andar a colocar pombas e folhas brancas, entre outras peças, para emular os contornos marcadamente irregulares das ondas. Por fim, as últimas quatro fases são dedicadas à impressionante moldura mas que não é propriamente um portento técnico.
Apesar da construção não ser propriamente um desafio expressivo para AFOLs, acredito que consiga entusiasmar o público em geral já que as partes monótonas são bem intercaladas com outras mais entusiasmantes.
Mas a verdade é que se a experiência de construção pode ser chamada de “discreta”, o resultado é extremamente vistoso. Claro que a dimensão do quadro fez com que vários detalhes tenham sido omitidos ou até simplificados devido às limitações das peças LEGO. No entanto há que referir que as dimensões da versão original são muito próximas das utilizadas pela LEGO. Para terem uma ideia, a diferença não chega a um centímetro. Esse detalhe dá um sentido de realismo enorme à construção já que, ao longe, faz com que tenhamos uma percepção correcta do efeito da gravura.
Falta apenas referir a questão das peças já que o PPP de 5,5 cêntimos é muito aliciante. Atenção, uma boa parte das peças é de pequena dimensão. Mesmo assim, há várias peças interessantíssimas, desde as bases (bricks 16x16) em fleshie, pombas brancas sem qualquer gravação e uma porrada de plates wedges. No entanto devo destacar mais o preço em si (100 euros) do que o PPP resultante, já que gostei que a LEGO conseguisse manter o valor do set sem cair na tentação de entrar em valores absurdos.
As Peças 9/10 (bom preço com algumas preciosidades)
A Construção 7/10 (não é propriamente aliciante para AFOLs)
O Desenho 10/10 (excelente interpretação)
Jogabilidade 10/10 (lindo para ser pendurado)
A LEGO continua a conseguir ter excelentes conjuntos sem quebrar a fasquia dos 100 euros. Pode não ser propriamente indicado para fãs mais avançados, mas é sem dúvida alguma uma excelente adaptação de um quadro muito conhecido. O efeito depois de construído é soberbo.
Conclusão 9/10
(Este conjunto foi fornecido pela The LEGO Group, no entanto a análise é da minha inteira responsabilidade)
Tema: Icons
Ano de Edição: 2022
Número de Peças/Minifigs: 1222/1
Preço LEGO®: 90€
Link Brickset: https://brickset.com/sets/76989-1/Horizon-Forbidden-West-Tallneck
Horizon Forbidden quê?
Nunca tinha ouvido falar do jogo, portanto quando apareceram as primeiras imagens deste conjunto, o aspecto foi para mim uma completa surpresa.
Na altura dei uma leitura geral ao tema do jogo já que, confesso, o aspecto do bicho é muito interessante. Claro que não foi suficiente para despertar qualquer vontade em jogar o jogo (já deixei os videojogos há já algum tempo), mas isso não me impediu de ver uma história bem rica que, como muitas outras, não vai ser explorada por mim.
Portanto apreciei as imagens do set e coloquei-o de lado. No entanto, aos poucos fui cada vez ouvindo mais reacções positivas o que me fez olhar ainda mais atentamente. Durante uma das várias conversas soltas com o Venceslau Teixeira, colega na C0937, ele ofereceu-se para emprestar-me o seu Tallneck para eu analisar, oportunidade que não deixei escapar.
O conjunto tem um preço por peça de 7,3 cêntimos, o que faz arregalar o olho já que é um produto licenciado. Claro que devemos ter em conta que a percentagem de peças pequenas é apreciável. No entanto há que referir que é um Icons que não ultrapassa a barreira dos 100 euros, coisa que infelizmente a LEGO ultrapassa cada vez mais. Em termos de peças não consigo deixar de falar da espetacular minifig que está mesmo a pedir para ser transportada para MOCs. Seja a minifig inteira, seja qualquer uma das partes que a compõem. Há algumas peças exclusivas interessantes. No entanto, algumas delas são, com certeza, novas referências de peças que já existiam. Destaco as peças que compõem a superfície, a pouca vegetação e miríade de peças básicas ou semi-básicas que fazem com que este Tallneck tenha uma presença única.
Única porque, fora algumas peças technic que suportam as secções mais finas, é tudo conseguido com peças relativamente comuns colocadas de forma a segurarem-se entre si. Para isso é utilizado SNOT q.b. tanto como forma de obter efeitos estéticos como de solidez da estrutura. Que bem precisa já que a forma do bicharoco é propícia a pontos fracos.
Aliás, é essa mesma forma que torna este set incomum. Acredito que o designer tenha tido algumas dores de cabeça para cumprir os parâmetros de estabilidade e robustez normalmente exigidos pela LEGO, para poder conseguir aproximar-se da figura original. Isso faz com que este set tenha o seu quê para além do tema.
Quanto à construção, as primeiras 3 fases são dedicadas à base. Algum SNOT para conseguir chegar ao formato oval e uma boa dispersão de cores fazem com que a base esteja muito bem conseguida. Gosto também da colocação de várias tiles para diminuir o ruído criado pelos studs. As 5 fases restantes são, como seria de esperar, dedicadas ao Tallneck propriamente dito. Começamos pelo torso, membros inferiores, pescoço, cabeça e depois alguns detalhes. A construção, como refiro acima, envolve SNOT e muitas peças semi-comuns. Não posso dizer que fiquei surpreendido com qualquer das fases, mas confirmo que a experiência é sempre fluida, mesmo quando temos que construir secções em espelho.
O resultado final é, acima de tudo, imponente. As dimensões do Tallneck são reforçadas tanto pela sua fisionomia “magricela” como pela presença da minifig que lhe dá uma escala. Vi algumas imagens do original e creio que o trabalho do designer é impecável. Conseguiu que a construção esteja perfeitamente reconhecível sendo suficientemente estável e ainda brincar com algumas peças interessantes. Tudo isto por menos de 100 euros.
As Peças 9/10 (bom lote com algumas preciosidades)
A Construção 9/10 (fluida)
O Desenho 10/10 (excelente compromisso entre o original e as peças LEGO)
Jogabilidade 8/10 (essencialmente para expor)
O maior feito deste conjunto é estar abaixo da fasquia dos 100 euros e mesmo assim cumprir todos os requisitos para um bom Icons. Boa experiência de construção, lote de peças variado e interessante e um bom efeito na prateleira.
Conclusão 9/10
(um obrigado ao Venceslau por este oportunidade!)
Tema: Speed Champions
Ano de Edição: 2021
Número de Peças/Minifigs: 263/1
Preço LEGO®: 20€
Link Brickset: https://brickset.com/sets/76902-1/McLaren-Elva
Já há uns bons meses que não faço a análise a um conjunto LEGO. A ver se ainda sei como é.
Depois deste descanso, embrenho-me num Speed Champions, tema que consegue estranhamente despertar a minha curiosidade. Não sou apreciador da indústria ou desporto automóvel, mas reconheço que a LEGO tem feito um bom trabalho na vaga 8-wide destes carros. Apenas acho que não deveriam colocar qualquer minifigura, já que distorce o efeito de escala.
Não conhecia este automóvel em particular e o meu desinteresse quanto ao tema fez com que nem sequer me desse ao trabalho de saber mais sobre ele. Quero é saber da experiência de construir, das peças que o compõem e, no fim de tudo, do aspecto geral. Ok, para esta última parte olhei para algumas fotografias da máquina.
Começo mesmo pela experiência de construção que, digo desde já, é excelente. O carrinho vem dividido em 2 saquetas e uma pequena folha de autocolantes que tive o prazer de ignorar. O livro de instruções tem 72 páginas com uma dimensão próxima do A5. O fundo claro ajuda na percepção e não senti qualquer dificuldade em seguir os 65 passos (mais alguns passos em sub-secções). Mas a experiência de construção vale pela utilização de peças em situações incomuns (por exemplo machados como luzes de stop), pela quantidade absurda de peças em SNOT e até algumas secções com algum grau de inclinação conseguida por uma das minhas conexões preferidas, barra+clip. Tudo isto faz com que a construção seja rica e nada monótona.
O resultado é bem vistoso e segue os traços gerais do original. Há alguns studs à mostra, mas até consigo olhar com eles como um detalhe com o seu charme já que ajuda a indicar que a construção é mesmo conseguida através de peças LEGO. Gosto especialmente do efeito conseguido pelas superfícies laterais na diagonal e da frente claramente agressiva. O grande senão é mesmo o desfasamento entre a escala do veículo e da minifigura, que neste caso fica completamente à mostra o que piora a situação. Basta retirá-la para a sensação de distorção desaparecer e até fica a vontade de colocar o fundo dos bancos.
Em termos de peças o PPP é agradável tendo em conta que tenho como referência a tabela de preços antes da grande mudança do verão do ano passado. Gosto das peças exclusivas impressas e acho-as bastante versáteis. O torso já o acho vulgar e isso não é propriamente uma desvantagem. Curiosamente os machados em trans-red fazem-me pensar o que raio consigo fazer com eles? Humm, alguma coisa há-de aparecer para esta peça tão desconcetante. Há uma boa selecção de peças azuis com uma interessante variedade de slopes curvas, tiles e plates. A minifigura não me despertou grande atenção.
Podemos ver o carrinho como uma fonte de boa brincadeira, apesar de achar que se é para brincar sem desmontar, os miúdos ficam melhor servidos com um diecast. Para expor é excelente em termos de peças apesar de ser inútil se sozinho, tem uma boa selecção.
As Peças 7/10 (bom lote mas sem surpreender)
A Construção 9/10 (concentrado de boas técnicas)
O Desenho 8/10 (segue de forma interessante as linhas gerais do original)
Jogabilidade 8/10 (bom para expor ao lado dos irmãos)
Arrisco a dizer que os sets Speed Champions tornaram-se num valor seguro. Boa experiência de construção, pack de peças aceitável e um resultado vistoso para quem gosta do tema. Este não é excepção.
Conclusão 8/10
CARROT MASCOT (71037 Collectable Minifigs Series 24)
Não tenho propriamente um ódio visceral às vulgares fantasias que pululam de forma enjoativa nas séries de figuras. Mas a verdade é que quando elas apareceram nas primeiras séries, como se limitavam a uma figura por série, a coisa não chateava muito. No entanto, a popularidade destas figuras fez com que a LEGO começasse a abusar da ideia, chegando ao cúmulo de termos séries inteiras dedicadas a estas coisas. Porque é que não gosto delas? Simples. São, por norma, inúteis.
Sim, eu olho para estas séries de minifiguras coleccionáveis mais como uma fonte de peças (minifigs incluídas) para MOCs e as fantasias, por norma, não contribuem grandemente para o processo de construção.
Mas pronto, isto tudo para dizer que esta até não é das piores, já que retirando a fantasia temos um simpático irlandês, pronto para a labuta no campo, acompanhado de um cajado e uma tabuleta para utilizar na altura de vender o que tira da terra. Essa foi a primeira imagem que vislumbrei quando o vi e facilmente consegui criar uma pequena vinheta para a representar neste artigo. A cenoura também foi fácil de encaixar, apesar de aparentemente ter sido colhida algures na zona do Entroncamento.
Portanto, em termos de peças, são todas relativamente úteis, apesar da tabuleta e da fantasia ter uma utilização mais limitada. Por isso não há propriamente uma necessidade de ter um exército de simpáticos irlandeses para meter as mãos na terra. Mas ter um par de unidades extra pode ser boa ideia, já que a maior parte das peças pode ser utilizada em situações diferentes. Gosto particularmente da impressão da tabuleta e a junção da cabeça+cabelo está muito bem conseguida. Estou a ver-me a utilizá-la em várias situações.
O que me leva a crer que facilmente poderemos incluir esta figura, ou as partes que a compõem, em MOCs. Claro que ignorando a fantasia…
Mesmo assim não sinto que esta figura venha colmatar uma falha no que a LEGO oferece ou já nos ofereceu. Existem imensas versões de agricultores e até fáceis de adquirir. A face e cabelo ruivo não é comum, mas não consigo convencer-me da necessidade imperativa desta belíssima combinação.
Quanto à parelha, não vou cair no cliché de a combinar com uma das fantasias ligadas à vegetais que saíram nas séries anteriores. Prefiro olhar o Leprechaun da sexta série como uma boa parelha para criar várias situações que podem resultar em vinhetas interessantes.
Não é propriamente um must have, mas os designers conseguiram que esta figura tenha utilidade para além da fantasia.
2 em 3 estrelas
BATTLE DWARF (71018 Collectable Minifigs Series 17)
Wow, já me tinha esquecido deste belo espécime dos anãos (pelo que li algures, é a forma mais correta de traduzir dwarves, já que é diferente da palavra correcta, dwarfs). Sim, esta série de artigos está a obrigar-me a olhar com mais atenção para algumas das figuras editadas há anos e que, talvez por força de serem muitas em curtos períodos de tempo, foram sendo esquecidas.
A LEGO já tinha visitado esta raça na quinta série com o Evil Dwarf (e sim, considero-o a parelha ideal) e acho que há vantagens em criar várias figuras diferentes das raças que por norma habitam muitas histórias de alta-fantasia. Aliás, considero que é uma enorme falha a LEGO não ter um tema dedicado à alta-fantasia. Sim, deveria ser algo inhouse como o extinto Fantasy Era e não um voltar ao Senhor dos Anéis (sim, Rivendell mim entrou directamente para o meu top dos sets mais bonitos da LEGO) ou avançar no Dungeons And Dragons. O formato destas raças são transversais a imensos livros, filmes, bandas desenhadas, jogos e séries de TV que poderiam facilmente criar algo genérico e, ao mesmo tempo, popular. Bem, avancemos.
Há um enorme potencial de exército, tanto a nível da figura em si, como das partes que a compõe. Tenho pena que se tenha optado pelo cabelo espetado em vez do tradicional capacete, mas compreendo que a ideia tenha sido diferenciá-la o mais possível do Evil Dwarf. Por falar em “Evil”, ambas as figuras são claramente bélicas, algo que acho que poderia ser suavizado, mas pronto. Gosto delas na mesma 😀
Mas provavelmente o maior valor desta figura está nos vários detalhes impressos. Começo pela beleza do martelo onde pode ver-se claramente um javali/porco selvagem. O torso e os braços estão ricamente detalhados por um enorme cinto e tatuagens. Apenas não fiquei impressionado pela cabeça e pela junção que faz com a barba.
É uma minifigura bastante interessante e que facilmente poderei incluir numa das minhas construções. Quero mais!
3 em 3 estrelas
Foram mais duas figuras nesta série que definitivamente terá um ritmo mais lento do que a série de artigos ligado às peças da loja Certificada da LEGO em Lisboa. No entanto, é uma série que quero continuar a fazer. Gosto de olhar para as figuras e imaginar o seu potencial. Obrigar-me a fazer um pequeno cenário também é excelente já que me obriga a construir em estilos diferentes.
Análise de Minifigs Coleccionáveis da LEGO (parte 3)
Mais duas minifiguras e pronto, já deu para perceber que esta série vai ter uma cadência bem mais calma que a das peças do Pick & Build lisboeta. Siga.
ROBOT WARRIOR (71037 Collectable Minifigs Series 24)
Ora aqui está uma figura que à primeira vista não me causou grande impressão. Sim, é de estranhar, já que são bem conhecidas as minhas preferências pela ficção científica em geral. No entanto, há alguns detalhes na figura que me fazem torcer o nariz e começa logo pela aproximação ao animé. Gosto de animação japonesa, mas há alguns estilos que não aprecio muito como os gundam e coisas do género. Mas a verdade é que depois de ter a figura na mão, de ter apreciado como deve de ser as impressões e deliciado com o efeito da arma, lá fiquei mais convencido. Ok, poderá não ser uma figura que facilmente vá integrar um dos meus MOCs ou que preencha um vazio no mundo LEGO já que a acho quase redundante, por exemplo, com o Battle Mech da série 9. No entanto acho que mesmo assim o pessoal da LEGO esmerou-se na qualidade.
Apesar de não ser propriamente uma figura que ache essencial para o meu tipo de construções, não me parece que seja difícil ver um enxame delas a povoar um MOC. Sim, vejo-a como um soldado de um batalhão e não como um herói, personagem única. Como disse acima, acho-a um pouco redundante com o Battle Mech da série 9, mas ao mesmo tempo acho que também podem ser vistas como complementares. Sim, para mim seria esta a parelha ideal e não o astronauta clássico em castanho da mesma série como poderia-se pensar.
Quanto a peças, wow. Por onde começar. O capacete pode não ser o mais usual, mas é inegável a sua qualidade. A arma é um portento. Adoro a inclusão de todas as peças e o facto de várias delas aparecerem como extra, é um.. Extra agradável. As impressões da figura são irrepreensíveis.
É uma figura que poderia passar ao lado do meu interesse, mas a qualidade do desenho é excelente o que faz com que se torne uma estrela. No entanto, não me vejo a incluí-la numa das minhas construções.
2 em 3 estrelas.
BATTLE GODDESS (71007 Collectable Minifigs Series 12)
A escolha para esta parte da análise obedece a um procedimento simples, vou abrindo as caixas onde as figuras coleccionáveis estão mais ou menos amontoadas e escolho uma que ache interessante. O resultado provável é que isso vá levar a uma opinião positiva logo à partida.
A beleza desta deusa grega (presumo que o escudo indique essa parte do mundo) só me faz aumentar a curiosidade para as razões da LEGO nunca ter enveredado por um tema sobre a mitologia clássica. Se até Hollywood de vez em quando visita o género em busca de lucros, porque raios que a empresa dinamarquesa não pensa no mesmo?
Bem, deixemos o meu longo desagrado com algumas orientações temáticas do pessoal da LEGO e vamos falar desta minifig em especial. Primeiro, não estou a ver necessitarmos de um exército de deusas guerreiras mas, no entanto, as peças que a compõem podem muito bem ser necessárias num bom número. Isso é inegável para o escudo e para a lança. Também o poderemos considerar para as pernas, torso e “saiote”. A cabeça.. Ok. Mas o capacete com o cabelo loiro agarrado já pode ser questionável. Para que raios irei querer um bando de guerreiras loiras? Hummm. Por isso é que sempre achei que as peças cabelo+chapéu algo esquisitas. Neste aspecto a Playmobil foi mais inteligente.
Com isto dá para perceber que adoro os acessórios, apesar de à primeira vista parecerem algo espartanos (yeps, trocadilho). O escudo é algo que consegue transmitir perfeitamente as modas da velha grécia e parece-me que seria incontornável num MOC do tema. O que faz pensar na questão dos MOCs e se vem ou não colmatar uma falha no mundo LEGO. Só não colmata porque a oferta da LEGO para este tema incontornável na cultura europeia é pobre e, sendo assim, iriamos precisar de mais figuras para compor a coisa. Portanto, a introdução desta minifig é excelente mas necessita de mais variedade proporcionada por mais figuras do tema, seja vindas de um tema ou de outras séries (que até existem, mas parecem demasiado específicas).
Isto faz-me levar para outro ponto. Com quem posso emparelhar esta deusa? Na própria série parece-me uma tarefa impossível, portanto fui dar uma vista de olhos às restantes. Temos algumas personagens ligadas à mitologia grega como o Cyclops da série 9, a Medusa da série 10, o Minotauro da série 6 e o Espartano da série 2. Talvez também possa considerar o Flying Warrior da série 15 e o Ocean King da série 7. Afinal, até temos alguma coisa ligada ao período clássico, mas mesmo assim acho pouco, já que a maior parte são personagens únicas. Voltando à questão da parelha, destes todos gosto de a ver com o Minotauro já que me parece que seguem também uma linha gráfica comum.
Apesar de não ser propriamente uma figura perfeita, acho que vem colmatar uma falha e o seu potencial de exército está nas peças em si e não na figura (o que também é bom). Acho que graficamente está excelente e não me importaria de ter várias cópias!
3 em 3 estrelas
Creio que o post anterior tenha dado um pouco a sensação de arranque em falso. Afinal apenas explico o formato desta série de artigos e acabo por não analisar nenhuma minifigura. Para piorar, na altura que o escrevi, não tinha comigo nenhuma minifig da série 24, a tal que me levou a começar isto tudo. No entanto, o Venceslau Teixeira ofereceu-se logo a emprestar-me as figuras que precisasse enquanto eu não comprava as minhas. Mas além disso, pretendo criar sempre um pequeno cenário para as figuras que analiso. Eu sei que isso vai atrasar o processo, mas é uma coisa que me dá prazer e que acho que vai tornar a análise ainda mais pessoal. Sim, é também uma forma de construir qualquer coisa, apesar de saber que vão ser coisas simples de 15 minutos e que são para desfazer logo a seguir. Ok, deixemo-nos de coisas a avancemos para o que interessa.
ORC (71037 Collectable Minifigs Series 24)
Sim, tinha de começar por este.
Adoro alta-fantasia e este simpático Orc captou logo toda a minha atenção. Para mais segue a liga dos Orcs que habitavam um dos temas mais interessantes que a LEGO fez este milénio, o Fantasy Era. Tema que apenas durou três aninhos e introduziu os Orcs, Esqueletos, Anões e, segundo consta, não teve tempo de colocar cá para fora os Elfos. Saíram em séries de minifigs posteriores e o que pode ter confirmado algumas teorias de que as séries também serviam não só para testar novos temas como de refugo a desenhos que depois não viram a luz do dia.
Em termos de peças esta figura é uma preciosidade. Começo pelo escudo com um grafismo que segue de bem perto o original, mas num formato oval já que o molde do rectangular já não deve estar em produção. A espada é a utilizada no tema original e apesar de gostar, acho que se perdeu a oportunidade de a refinar. O cabelo em penacho não é original mas acho que cria um efeito bestial na figura. A capa está num tecido mais “mole” do que antigamente, o que faz com que “caia” melhor nas figuras. A mandíbula está perfeita já que dá para ser retirada e assim termos uma figura relativamente diferente. Pessoalmente gosto muito do estilo World of Warcraft e adoraria que a LEGO explorasse mais isto. Tenho que pegar na mandíbula e experimentá-la nas cabeças dos Orcs antigos para ver como fica, apesar da diferença de cor. Não, não me esqueci da plate round 1x1 com um buraquinho. Peça útil!!
As impressões na minifigura são excelentes. Conseguiram manter a linha avançada há quase 15 anos atrás, afiná-la aos tempos de hoje e ainda acrescentar detalhes soberbos como a corda a servir de cinto ou as impressões nos braços. Adoro os joelhos!!
Claro que o grande problema desta minifig é que uma não é suficiente. 5, 10, 20 unidades? Depende do tamanho do cenário. Mas já deu para perceber que vai haver uma procura enorme desta figura. Não só pela “necessidade” de ter vários colegas, mas também porque é fácil incluí-la em MOCs de alta fantasia por simplesmente cobrir uma falha que existe no portfólio actual da LEGO. Não há “alta-fantasia” medieval!! A última coisinha parecida foram os sets de O Senhor dos Anéis (sim, estou a ignorar os Elves) e isso já foi há demasiado tempo. Temos os minifigs (humanos) que apareceram nos últimos sets medievais, estes dispersos entre vários temas e nada para diversificar aquilo.
Não é necessário procurar muito para encontrar a parelha ideal para esta figura já que a Falconer é perfeita.
Concluindo, adoro esta minifigura, a concepção é perfeita e facilmente habitará MOCs. O grande problema é que a LEGO deve acompanhá-la com mais elementos dessa espécie bem como de outras habituais na alta-fantasia medieval.
3 em 3 estrelas
CAVEMAN (8683 Collectable Minifigs Series 1)
Não vou voltar à altura em que a primeira série de minifiguras saiu e tentar descrever todo o entusiasmo na comunidade AFOL que isso gerou. Se algumas figuras da série (cowboy, índia, homem da floresta, homem do espaço, ninja, mergulhador) eram um agradável repescar de temas antigos, outras (esta, o zombie, o wrestler e o palhaço) eram um passo em frente já que versavam sobre temas esquecidos ou que nunca tinham sido abordados pela marca.
Isso faz com que esta figura não colmate apenas uma falha, mas crie todo um novo tema que, sinceramente, nunca imaginaria que a LEGO fosse sequer lembrar-se.
No entanto, passados 13 anos, sabemos que nem a LEGO voltou a pegar no tema de uma forma coerente, nem foi propriamente um sucesso entre os AFOLs.
Talvez por isso tenha sido fácil encontrar a parelha para este Caveman na quinta série (que saiu um ano e pouco depois) sobre o formato de uma.. Cave Woman. Se fosse procurar uma terceira minifigura as coisas já ficariam mais difíceis. Não, por favor não me digam para juntar uma das fantasias de dinossauro ou algo do género.
Claro que com esta falta de elementos no tema poderíamos pensar então que esta é uma minifigura que é necessário ter várias cópias. No entanto, apesar de gostar muito dela, não sinto isso. Talvez porque não me vejo a fazer um cenário com uma tribo pré-histórica ou algo do género (ok, quando apareceu o mamute até me passou pela cabeça fazer uma caçada) e isso fez-me olhar para esta figura, vê-la como algo original e interessante mas que apenas a utilizaria numa vignette ou outra.
Em termos de peças o cabelo é super interessante e na altura em que saiu era uma novidade. Barba e cabelo numa só peça, wow. Gosto muito das impressões cartunescas e da possibilidade de utilizar a cabeça com outro cabelo. A clava é um acessório ímpar na altura e que, sinceramente, não poderia ter resultado melhor.
Passados estes anos todos ainda continuo a olhar para esta figura como algo original, bem conseguida tanto para os padrões da altura como os de agora e que apesar de não preencher propriamente uma falha na oferta da LEGO, abriu o seu próprio espaço. Se bem que pequeninho.
3 em 3 estrelas
No final de 2009 começaram a surgir os rumores de um novo tema que teve um enorme impacto no mundo LEGO, as séries de minifiguras coleccionáveis! Em Abril de 2010 (um mês antes do lançamento) recebi em Billund, em conjunto com o pessoal da C0937, as minhas primeiras figuras da série 1 e pouco depois foi um fenómeno. A quantidade de figuras que preenchiam espaços vazios nos temas da LEGO ou completavam outros, elevavam o interesse das séries de figuras a um patamar só comparável aos Modulares ou aos primeiros anos de Star Wars (quando havia realmente novidades).
Mas com o tempo e com a divagação o tema deixou de seduzir-me. Mas para que raios eu queria uma série de bonecos vestidos todos da mesma maneira a representar um desporto que não me diz nada? Ou para quê tantas fantasias que são praticamente inúteis para efeitos de MOCs? Ou o que são aquelas minifigs cabeçudas baseadas em produtos americanos que já andam por todo o lado e agora ainda vem inundar o meu querido hobby? Yeps, no meio de tanta coisa que não me interessava, acabei por começar a esquecer de colecionar as figuras lá pela décima quinta série. Desde aí apenas vou espreitando, muito de vez em quando, e sem me despertar grandemente o interesse.
Até à 24ª série!!
Ver aquele orc com ar de mauzão mas que não deixa de ter aspecto simpático vindo de uma qualquer banda desenhada fez o clique que a compra de duas minifigs da série anterior não tinha conseguido dar.
Com esse clique decidi começar uma série de artigos (mais uma) onde vou analisar minifigs coleccionáveis. Vou inspirar-me num formato que cheguei a fazer algures em 2011/12 no Mão de ABS, site que entretanto desapareceu, que analisava as minifigs segundo diferentes perspectivas. Passo a enunciar, sem qualquer ordem pré-definida, as que conto utilizar desta vez.
Potencial de exército. Este é um dos pontos que considero chave nas minifigs coleccionáveis. Vale a pena ter muitas unidades de uma oleira? Talvez não. E de um ardina? Talvez sim se pensarmos em mudar as cabeças e termos uma cidade grande lá no sótão de casa.
Parelhas. Este é um detalhe engraçado já que no início haviam várias figuras que, simplesmente, eram solitárias. Encaixavam num tema que não havia mais nada no panorama LEGO, o que as tornava difícil de integrar com outras figuras. Claro que este problema foi esbatendo-se com o tempo, mas de vez em quando, ainda acontece. Vou então tentar arranjar a parelha ideal para as figuras analisadas nesta sequência (não obrigatória): figuras da própria série, figuras de outras série e por fim, todos os restantes temas LEGO.
Utilidade das peças. Não pretendo falar apenas dos acessórios e das impressões, mas sim de todas as peças que compõem a minifig. Será que este torso dá para utilizar noutras situações? Ou aquela face será ideal naquele tipo de MOC? Ou aquela espada toda recortada? A ideia é tentar perceber a utilidade de cada peça que compõem a figura.
Inclusão em MOCs. Como no item anterior falo da utilidade de cada peça, neste já vou para a própria figura. Será que é fácil de colocar em MOCs sem a alterar ou alterar de forma significativa?
Colmatar falhas. Este é outro detalhe que quero tentar perceber em cada figura que analiso. Será que precisávamos de mais um guerreiro robô? Talvez sim, conforme o tipo de construções que fazemos. E de uma árbitra? Apesar de perceber a pertinência do tema, não lhe consigo dar uma razão útil ou pertinente para a sua existência além do coleccionismo. O que para mim torna-a algo próximo do inútil. Quero assim perceber se o aparecimento da figura colmata uma falha nas figuras que a LEGO disponibiliza ou disponibilizou.
Conclusão. Sim, pretendo acabar a análise com uma conclusão geral das várias perspectivas que analisei. Como já devem ter percebido, a fronteira entre estas categorias pode ser algo porosa e por isso o texto de análise poderá ser corrido e sem avaliações para cada um dos items. Terei uma avaliação final que, à semelhança das peças que estou a analisar da parede lisboeta, será de uma a três estrelas. Basicamente do “para que é que a LEGO fez isto?” ao “quero, quero, quero!!” passando pelo cinzento “é fixe, mas…”.
Ahh, de referir que não estou inteiramente satisfeito com os nomes que dei a estas categorias. Portanto é provável que vá mudando ao longo do tempo e talvez retire ou adicione outras. Não quero que vejam este modelo como algo rígido e fechado.
Algo que vai já de encontro ao que pretendo para esta série de artigos. Algo mais informal onde em cada artigo tentarei analisar duas figuras, uma mais recente e outra mais antiga. A ideia é não cair e nem contribuir para o temível FOMO e por isso conto que a cadência não vá ser nada regular. Não vou fazer estes artigos só conforme a minha disponibilidade, mas também conforme a minha vontade de os fazer.
PS. Ahh, enquanto fiz este artigo (coisa que fiz aos poucos ao longo de três dias e demorou outros três dias a publicar) dei por mim a ler um artigo do Alex da PlayWell Portugal onde analisa minifigs antigos. Vale a pena espreitar aqui!
Tema: Education
Ano de Edição: 2021
Número de Peças/Minifigs: 562/4
Preço LEGO®: 120€
Link Brickset: https://brickset.com/sets/45400-1/BricQ-Motion-Prime
Quando andei a passear pelas páginas da LEGO Education, não percebi à primeira a diferença entre este conjunto e a versão Essential. Pelos nomes estava na ideia que um continha apenas o essencial para as sessões e o Prime teria tudo isso e mais algumas coisas para ter a experiência completa. Nada mais de errado, este é dedicado a uma faixa etária mais velha e o Essential ao mais novos do primeiro ciclo.
Claro que além dos assuntos abordados serem mais complexos, a introdução de uma grande quantidade de peças technic faz o resto. O conjunto segue a mesma linha do Essential (e aconselho ler a análise que fiz aqui, já que não pretendo repetir conclusões semelhantes) onde são proporcionadas várias experiências onde são trabalhadas matérias do 1º, 2º e 3º ciclo. Claro que como as peças são praticamente todas technic, aconselho que este conjunto seja utilizado apenas em turmas com idades superior a 10 ou mesmo 12 anos para miúdos sem experiência no mundo LEGO.
Neste conjunto temos menos modelos para experimentar, no entanto os temas tratados são bem diversificados não ficando a sensação de repetição que por vezes acontecia no Essential. O tratamento do plano de sessão fornecido no site é, como esperado, de alta qualidade e pertinente. Se por um lado a diversidade das experiências é boa, por outro lado dá a sensação que algumas peças chave são utilizadas de forma reduzida. Por exemplo, temos o sistema pneumático em que apenas utilizamos numa das experiências. Faria sentido haver mais experiências onde os materiais pudessem ser utilizados em situações diferentes. Eu sei que dá para o fazer juntando outros conjuntos Education, mas acho que utilizando apenas este não é disponibilizado mais nada além do que está no livro de instruções.
Claro que esta diversidade de experiências resulta num sortido de peças bem interessante, mesmo para um LEGO system guy como eu. São os pneumáticos já referidos (os meus primeiros!!), são as peças-peso, são as pás de hélice, são as suspensões/molas, etc. Peças até que não são utilizadas em qualquer dos modelos que estão no livro.
Como aconteceu no set anterior, o meu filho fez parte das experiências e conseguiu seguir tudo e compreender parcialmente os objetivos (ele está abaixo da faixa etária do set). Ficou mesmo entusiasmado ao ponto de construir ele próprio uma experiência (última fotografia).
É um conjunto que segue bastante na linha do Essential, com as suas vantagens e desvantagens. Talvez peque um pouco pela quantidade de experiências já que depois de as montar todas, fica a sensação que o potencial do conjunto não é todo explorado.
Conclusão 8/10
(Este conjunto foi fornecido para análise pela The LEGO Group, mas a review é da minha inteira responsabilidade)
Tema: Education
Ano de Edição: 2021
Número de Peças/Minifigs: 523/4
Preço LEGO®: 120€
Link Brickset: https://brickset.com/sets/45401-1/BricQ-Motion-Essential
A LEGO conhece perfeitamente as potencialidades do seu brinquedo como ferramenta pedagógica e, como não deveria deixar de ser, explora-o de forma a chegar às escolas num formato próprio que facilite a tarefa aos profissionais da educação.
Talvez já algo cansado das várias iterações LEGO - Digital (talvez mais deste último), reparei neste conjunto e no seu irmão mais velho e perguntei-me se a resposta não está muitas vezes em não só voltar ao básico, mas puxar esse básico até aos limites sem ultrapassar certas fronteiras.
Este é um conjunto aparentemente caro (PPP de quase 23 cêntimos) porque não se deve percepcionar apenas pela dimensão das peças. Podemos mesmo começar pela componente material já que a caixa, o sistema de arrumação e a presença de uma caixinha com peças extra, que neste caso não se limitam às mais pequenas, faz com que o cuidado seja diferente e direccionado à realidade e dinâmica de uma sala de aula e a possibilidade de utilizadores não habituados às peças LEGO. Podemos olhar para a caixa como uma estação de trabalho onde estão as ferramentas de trabalho que um grupo de alunos (não muito grande) irá utilizar para experimentar várias situações e assim aprender conteúdos e adquirir competências. Sim, a ideia é a turma ter acesso a várias caixas destas, uma por grupo, ou cada grupo trabalhar conteúdos diferentes utilizando assim outros materiais. A caixa vem acompanhada com uma grande folha de autocolantes que deverão ser colocados na própria caixa e recipientes de arrumação para uma mais fácil organização das peças. A organização das peças poderá causar alguma estranheza aos AFOLs, mas a sua lógica de juntar algumas peças por cores e/ou dimensões e/ou características é fácil de decorar e acredito que seja a mais simples para quem não esteja habituado ao mundo LEGO. Apenas acho que os recipientes deveriam ser mais ou mais fundos, já que ficam atulhados de peças o que, por vezes, dificulta a procura da peça que necessitamos. Mas além do plástico, também temos muito papel. São dois livros de instruções com 72 e 104 páginas com uma dimensão próxima ao A4 e com uma gramagem superior ao normal para assim resistir a várias sessões de montagem. Como podem ver nas fotos que acompanham este artigo, são vários os modelos propostos. No primeiro livro temos modelos mais simples que são indicados para alunos dos dois primeiros anos do ensino básico. O segundo livro, com modelos que tratam de temas um pouco mais complexos, já que são indicados para alunos do 3º e 4º ano. A minha experiência diz-me que há bastante liberdade nestes limites e confirmei a minha impressão com uma professora do 3º ciclo que afirmou que alguns dos modelos são bastante transversais quando ao ano de escolaridade que podem ser utilizados.
Além deste material físico, temos um conjunto enorme de recursos digitais para guiar os professores e que podem ser encontrados nesta página. Apesar de estarem em português do Brasil, os planos de sessão estão extremamente detalhados onde não é esquecido a avaliação (tão cara ao sistema de ensino vigente) e está recheado de dicas para os professores que não estão habituados às peças LEGO.
Construí todos os modelos propostos e alguns deles com a ajuda do meu filho (8 anos). São todos de rápida execução já que interessa que numa sessão de aula o tempo perdido na construção não seja demorado já que é normal haver crianças que não tenham grande experiência com peças LEGO. Por isso mesmo as técnicas utilizadas são relativamente simples apesar de alguns modelos utilizarem peças em situações nada convencionais.
Por falar em peças, reforçando o que disse acima, não deveremos olhar este conjunto como um set regular da LEGO já que o conteúdo extravasa o que vem na caixa. Mesmo assim temos algumas coisitas interessantes como os bricks 2x6x2 pesados, os bricks 1x2x2 modificados para prenderem folhas, várias engrenagens system, minifigs e acessórios e várias peças impressas.
É um conjunto que é extremamente direccionado (e bem) para o mundo do ensino. Para AFOLs é apenas uma curiosidade e para famílias poderá ser um jogo interessante mas caro. A sua utilização em contexto de sala de aula poderá ser limitado devido ao nosso sistema de ensino já que este é pensado em resultados normalizados e de abrangência reduzida.
Ideal para professores do 1º ciclo que querem ir um pouco mais além do esperado.
Conclusão 9/10
(Este conjunto foi fornecido para análise pela The LEGO Group, mas a review é da minha inteira responsabilidade)
Tema: Architecture
Ano de Edição: 2021
Número de Peças/Minifigs: 2022/-
Preço LEGO®: 120€
Link Brickset: https://brickset.com/sets/21056-1/Taj-Mahal
Quando este conjunto saiu no ano passado (com aquele número de peças, bem que poderia ter saído este ano) não me chamou minimamente a atenção. Construí a versão original em Agosto de 2008 para a estreia europeia em Viana do Castelo e apesar de ter gostado no geral, a construção era bem enfadonha. Podem ler o meu review na altura aqui (sem imagens que devem ter sido apagadas).
Como na altura, o PPP é relativamente baixo (quase 6 cêntimos), mas para isso contribui o facto de haver imensas peças de pequena dimensão. Além da tile impressa há apenas uma peça exclusiva, o stick em branco e logo com 16 unidades. Temos outras peças raras como os domos e painéis em branco, mas o que destaco são mesmo as latices para janelas 2x2 em branco. No entanto as peças interessantes não se ficam por aqui já que a grande quantidade de algumas delas, fazem com que saltem à vista. 203 unidades da tile 1x1 em branco, 191 da tile 1x1 em tan, 96 lingotes em branco, 61 tiles 2x2 em dark-orange e muitas outras. Aliás, o esquema de cores geral é bastante agradável já que dá primazia ao branco e tan com algumas dark-orange à mistura. A grande maioria das peças são facilmente utilizáveis o que faz com que este conjunto também possa ser visto como uma fonte de peças.
A construção percorre 136 páginas do livro de instruções com dimensões próximas do A4. O fundo negro não influencia muito como aconteceu com outros sets, mas mesmo assim preferiria algo mais claro. Aliás, creio que o conjunto perde por ter uma caixa negra como acontece com o 21335 Motorised Lighthouse. Gostei da construção no geral já que possui várias técnicas geniais onde, por exemplo, a orientação das peças muitas vezes é conseguida através de entalar peças estrategicamente colocadas. No entanto, há várias secções em que simplesmente temos que repetir quatro vezes a mesma tarefa. Provavelmente aconselho a montar este conjunto ao longo de vários dias (como eu fiz), para não se tornar tão monótono.
O resultado é belíssimo onde as reconhecidas linhas do Taj Mahal são reproduzidas com peças LEGO de uma forma que a suavidade, simetria e imponência não são perdidas. Deve ter dado algum trabalho a fazer a compressão selectiva de alguns detalhes, mas creio que no geral as escolhas foram acertadas.
As Peças 9/10 (bom lote a preço que me parece justo tendo em conta a dimensão das peças)
A Construção 8/10 (excelentes detalhes mas várias secções repetidas)
O Desenho 10/10 (lindo!!)
Jogabilidade -/10 (fica bem exposto na prateleira lá de casa)
Uma prova que a LEGO não precisa exagerar nos preços para lançar um belíssimo conjunto com um bom lote de peças e algumas técnicas de construção bem avançadas.
Conclusão 9/10
(Este conjunto foi fornecido para análise pela The LEGO Group, mas a review é da minha inteira responsabilidade)
Tema: Harry Potter
Ano de Edição: 2021
Número de Peças/Minifigs: 217/4
Preço LEGO®: 20€
Link Brickset: https://brickset.com/sets/76386-1/Hogwarts-Polyjuice-Potion-Mistake
Este é um pequeno conjunto do ano passado que apenas me chamou a atenção porque pertence ao sistema modular que a LEGO concebeu para o castelo de Hogwarts.
Como construção é relativamente rápida onde as 78 páginas do livro de instruções são divididas em duas fases. Na primeira construímos a base, parede da fachada e o cubículo da sanita e na segunda dedicamo-nos aos lavatórios, paredes e restantes estruturas. Em ambas as fases temos a construção de duas minifiguras, escolha que pessoalmente é do meu agrado. Em termos de construção o que fica para a memória é que a base é construída e não se limita a ser apenas uma grande plate, a colocação em diagonal dos lavatórios e, por fim, o gadget para levantar o lavatório central. Apesar de não haver propriamente um momento wow, a construção é agradável e rápida. Este último adjetivo não é propriamente positivo nem negativo.
Em termos de peças o PPP está um pouco abaixo dos 10 cêntimos, o que é bom para um set licenciado. Fora partes de minifigs, a única peça exclusiva é a portinhola em castanho escuro, que até é uma peça com o seu interesse já que é uma peça relativamente rara e aparece pouco em cores “não-friends”. O conjunto também está bem recheado de peças em cores bastante úteis como tan, dark-tan e medium nougat o que faz com que os montinhos de peças iniciais sejam bem atrativos. Nota também para as tiles facetadas em branco e para os acessórios dos minifigs. Minifigs que, como sempre, são excelentes apesar de não saber bem o que vou fazer com o dourado.
O resultado da construção é de dimensões pequeninas e com um ar inacabado devido ao sistema de modularidade. No entanto é este mesmo sistema que possibilita a sua integração com outros sets do sistema e assim potenciar ao máximo a sua jogabilidade. Jogabilidade essa que está minimamente assegurada pela presença de várias figuras e um cenário que possibilita alguma brincadeira mesmo não conhecendo a história do Harry Potter.
As Peças 7/10 (bom lote de peças a um preço justo)
A Construção 7/10 (agradável e rápida)
O Desenho 7/10 (interiores interessantes)
Jogabilidade 8/10 (boa mas que aumenta com a integração de mais módulos)
Apesar de se poder pensar que este conjunto seria o ideal para começar na série de módulos do castelo de Hogwarts, considero que o melhor é mesmo começar por um de maior dimensões. A dimensão reduzida deste set não permite perceber o potencial do sistema. Como set, cumpre a sua função com um bom lote de peças e um design competente.
Conclusão 7/10
(Este conjunto foi fornecido para análise pela The LEGO Group, mas a review é da minha inteira responsabilidade)
Tema: Architecture
Ano de Edição: 2022
Número de Peças/Minifigs: 1476/-
Preço LEGO®: 140€
Link Brickset: https://brickset.com/sets/21058-1/The-Great-Pyramid-of-Giza
Como penso que aconteceu com toda a gente, quando se ouviu falar que a LEGO iria lançar uma pirâmide do antigo Egipto, julguei que seria algo extremamente monótono. No entanto mal saíram as primeiras imagens que revelavam o Nilo, as pequenas habitações, estátuas, barcos, esfinges, entre outras miniaturas junto de uma enorme e lindíssima pirâmide branca e que no seu interior estava escondida uma versão “em construção”. Wow, a LEGO conseguiu mesmo dar a volta ao texto e fazer algo muito interessante.
Mas antes de navegar pelos vários pontos que gostei deste set, vamos directamente aquele que mais me incomodou. O preço.
O PPP situa-se próximo dos 9,5 cêntimos, algo que até se pode considerar em linha para o que se espera dos conjuntos actuais. No entanto, a grande maior parte das peças são relativamente vulgares e, arrisco a dizer, básicas. Não justificam esse preço. Sim, temos duas peças exclusivas (ignoro as impressas) e ambas parecem-me bem interessantes. Mas mesmo assim, penso que é um preço algo elevado para o número e, talvez principalmente, a variedade de peças que é disponibilizado.
No entanto, não deixa de ser um sortido de peças interessantes. As cores tan e dark tan que abundam nos bricks são muito interessantes, as pequenas plantas também disponibilizadas em dois tons são uma boa adição, as peças transparentes podem não serem muitas, mas dão sempre jeito e, por fim, não devo deixar de referir as 100 unidades das slope 45º 4x2. É uma peça de difícil utilização, mas 100 unidades dão-lhe logo uma maior versatilidade. Depois temos uma boa selecção de plates (algumas wedge), tiles e as famosas escadas que, com este conjunto, ganham uma nova função!
A construção decorre ao longo de oito fases com duração e quantidade de peças que, por vezes, são bem díspares. Enquanto algumas das fases possuíam 2 grandes sacos com um deles com mais dois saquitos dentro, outras fases apenas tinham um saco. Nas primeiras quatro fases a construção limita-se à base da pirâmide, rio, vegetação e miniatura da aldeia. Apesar de não haver momentos wow, a verdade é que a experiência de construção não é monótona (apesar da colocação das palmeiras ter testado o limite). Na primeira fase rapidamente sentimos a dimensão que o set vai ocupar e depois é sempre uma diversão colocar os vários detalhes que resultam nas redondezas da grande pirâmide.
As duas fases seguintes são dedicadas à construção da pirâmide em… construção. Esta para mim foi a maior das várias surpresas aquando o anúncio deste set. Além disso, tudo indicaria que a construção fosse algo monótona e até simplista. O bom é que isso não é inteiramente verdade já que tanto a construção dos acessos no interior da pirâmide, com uma secção construída ao contrário, como da rampa, que está oblíqua em relação ao grid da LEGO, dão um cheirinho do que é construir com LEGO nos dias de hoje. Ok, a colocação daquelas tiles todas não é lá muito entusiasmante.
As duas últimas fases são dedicadas à construção da pirâmide propriamente dita e a alguns detalhes que faltavam na aldeia, nomeadamente as pequenas embarcações e o obelisco que, segundo o livro de instruções, é posterior à pirâmide. A construção da pirâmide tem na utilização das escadas o seu principal segredo, mas que depois de usada, perde rapidamente o seu deslumbre. A verdade é que o que dá prazer é que rapidamente a pirâmide ganha dimensão parecendo que o esforço é bem mais leve do que supostamente deveria ser.
Como tenho indicado nos parágrafos anteriores, fiquei maravilhado quando vi as primeiras imagens e depois de construído a sensação permaneceu. O branco da pirâmide contrasta de forma perfeita com o meio envolvente, o que me fez pensar que talvez este extra não se limitasse a apenas uma função. É que a primeira coisa em que pensei quando vi a aldeia, rio e barquitos, foi que era a forma perfeita de se perceber a dimensão da pirâmide. Isolada, dificilmente conseguiríamos ter uma noção do seu tamanho. Sendo assim, começo a perceber que também serve para o branco da pirâmide poder contrastar, que assim não temos apenas uma pirâmide isolada sem grandes características que a tornam visivelmente numa construção LEGO e além disso justifica apenas termos metade da pirâmide.
É uma construção que consegue aliar de forma bastante interessante o “clássico” do tema com o brinquedo que as peças LEGO ainda são. Consigo facilmente visualizá-la em estantes de casas modernas.
As Peças 7/10 (boa variedade a um preço que poderia ser um pouco mais baixo)
A Construção 7/10 (alguns detalhes deliciosos)
O Desenho 10/10 (excelente na forma como alia o natal e o LEGO)
Jogabilidade 10/10 (decoração!)
Um desenho excelente de um monumento que poderia ter uma aproximação pobre por parte da LEGO. Uma variedade de peças e uma experiência de construção segura que resulta numa construção com um efeito visual soberbo.
Conclusão 9/10
(Este conjunto foi fornecido para análise pela The LEGO Group, mas a review é da minha inteira responsabilidade)
Tema: Harry Potter
Ano de Edição: 2021
Número de Peças/Minifigs: 397/4
Preço LEGO®: 40€
Link Brickset: https://brickset.com/sets/76387-1/Hogwarts-Fluffy-Encounter
Este é um conjunto em que a construção está dividida em 3 fases, uma dedicada ao Fluffy (e duas figuras), outra à ala que presumo ser a casota do simpático cãozinho e por fim a terceira fase dedicada a duas pequenas alas. O livro de instruções tem 88 páginas e a construção dos vários modelos não são propriamente imaginativos. Talvez possa destacar o próprio Fluffy e a harpa. Mesmo esses, pergunto-me se não haveriam melhores soluções, já que as peças cinzentas no bicho ficam mesmo mal e a harpa tem um aspecto demasiado grosseiro para um instrumento que inspira delicadeza.
Aliás, o resultado a nível estético deste conjunto não é propriamente brilhante. Os interiores ficam bastante aquém daquilo que nos habituamos a ver nos conjuntos desta série e o exterior, como é habitual, não é propriamente digno de nota. Gostei de ver a transição entre cinzentos e tan num dos módulos, o esquema de cores e pouco mais.
Quanto a peças, o PPP de 10 cêntimos é o esperado para um tema licenciado mas onde a maior parte das peças são relativamente básicas. Aliás, é esse detalhe que eu gosto já que a grande maioria das peças facilmente podem ser utilizadas em outros contextos. Apesar de preferir ver aqueles painéis substituídos por peças mais comuns, também sei que são uma forma mais rápida, barata e intuitiva de levantar paredes iguais. Outras peças que eu preferiria terem sido outras, são as três cabeças (com impressões diferentes) do mostrengo simpático. Mas compreendo a sua utilização e, sinceramente, não estou a ver a melhor forma de conseguir criar o Fluffy de forma reconhecível e jogável. Fora estas cabeças, todas as outras peças exclusivas têm o seu interesse. Uma unidade da plate 4x12 em sand green, uma bandeira cortada transparente (pena só vir uma - 6350329) e as 4 unidades da slope invertida de 45º 1x4 dupla e cortada (ok, com a descrição não devem ir lá - 6353397). As minifigs são da qualidade habitual e, como já se devem ter apercebido, não ligo muito à dourada.
Se nos itens anteriores o conjunto não me convenceu, na jogabilidade já acontece exactamente o contrário. Está perfeito. São três alas (cinco, contando os telhados) que facilmente podem ser trocadas de posição e que podem criar várias nuances diferentes à história e até servir de cenários a aventuras diferentes. Para isto ajuda a presença das 3 minifiguras (yeps, não conto com a dourada) e do próprio Fluffy que apesar de achar que poderia ter ficado melhor, está posável o suficiente para ser um bom parceiro de aventuras.
As Peças 8/10 (bom lote)
A Construção 6/10 (sem grandes surpresas e demasiado linear)
O Desenho 5/10 (nada que se destaque e com interiores mais fracos que o habitual)
Jogabilidade 10/10 (cenários e personagens excelente para brincar)
Não é o melhor dos conjuntos desta série, mas cumpre os requisitos para servir de cenários para boas aventuras neste mundo mágico.
Conclusão 7/10
(Este conjunto foi fornecido para análise pela The LEGO Group, mas a review é da minha inteira responsabilidade)
Tema: Harry Potter
Ano de Edição: 2019
Número de Peças/Minifigs: 922/8
Preço LEGO®: 100€
Link Brickset: https://brickset.com/sets/75948-1/Hogwarts-Clock-Tower
Segundo o Brickset, a disponibilidade deste conjunto termina no final deste ano, portanto fica aqui o alerta, antes mesmo de mostrar a minha opinião sobre o mesmo.
São 922 peças e 8 minifigs (5 exclusivas, segundo o incontornável Brickset) o que faz com que tenha um PPP de quase 11 cêntimos. Não é o melhor negócio, mas tendo em conta a média geral dos temas licenciados, até considero que poderia ser pior. Quanto às peças o que mais me agrada é o volume e esquema de cores que sobressai do monte de peças que resulta deste set. São imensos os bricks (alguns deles modificados) em tan, medium nougat e dark tan o que me faz salivar ao pensar em que um dia vou desmontar isto para peças. Espreitem aqui para ver o que gosto de fazer com este tipo de cores. Além disso temos um bom sortido de janelas, arcos, slopes, plates, etc para criar um efeito de “eu posso utilizar quase tudo daqui” que é habitual nesta série de sets. Também há direito a algumas peças raras onde destaco as peças impressas com os relógios, peças que consigo transportar logo para um ambiente steampunk.
As 8 minifiguras tem a habitual qualidade das impressões LEGO onde destaco a Fleur Delacour e o Albus Dumbledore em trajes únicos. Apesar da Hermione estar relativamente diferente, não fiquei inteiramente satisfeito com a solução encontrada para as pernas.
A montagem do conjunto é dividida em 6 fases e desenrolou-se ao longo das 176 páginas do livro de instruções. Como é hábito nesta série de conjuntos, a maior parte da construção é relativamente simples apesar de nunca haver a sensação que estamos a empilhar tijolos para construir paredes. Essa tarefa é tão diluída entre os detalhes que quando damos por ela, temos mais um andar completo. Consigo destacar a construção das mesas, da zona de dança, relógio e é sempre giro ver os telhados a baterem certinho. Ao construir fiquei algo surpreso pela presença de algo que julgo que é uma enfermaria, o que em conjunto com o relógio, faz-me pensar que este conjunto tem detalhes redundantes com o 76398 Hogwarts Hospital Wing.
O resultado é o habitual onde as atenções vão para a traseira aberta mas onde a fachada não desilude. Adorei o detalhe da zona de dança, do pequeno escritório e da pequena enfermaria. Na fachada o janelão por baixo do relógio, o próprio relógio e os telhados dão o charme necessário à construção, mas sem causar grande admiração.
É na jogabilidade que este conjunto brilha. São 8 as minifiguras e algumas divisões de um castelo que promete ser um bom cenário de aventuras. Não é necessário conhecer as histórias do orfãozinho para perceber algumas nuances desta ala do castelo e criar as próprias histórias. Presencio isso mesmo com o meu filho que farta-se brincar com os vários conjuntos deste sistema e não conhece nem os filmes nem os livros do Harry Potter. Aliás, apenas conhece alguns nomes e que existe muita magia na história. Claro que se apenas esta ala é um excelente brinquedo, juntando outros conjuntos do sistema a coisa ainda ganha mais vida.
As Peças 9/10 (boa variedade de peças)
A Construção 7/10 (sem grandes surpresas, mas agradável)
O Desenho 7/10 (cumpre e é interessante nos interiores)
Jogabilidade 10/10 (excelente para criar ou imitar aventuras)
Este sistema de criar as várias alas do castelo de Hogwarts através de um sistema modular é excelente e resulta na perfeição quando o intuito é brincar. Este conjunto representa bastante bem este sistema.
Conclusão 8/10
(Este conjunto foi fornecido para análise pela The LEGO Group, mas a review é da minha inteira responsabilidade)
Tema: Seasonal
Ano de Edição: 2022
Número de Peças/Minifigs: 784/-
Preço LEGO®: 45€
Link Brickset: https://brickset.com/sets/40573-1/Christmas-Tree
Confesso que nunca olharia para este conjunto se não tivesse tido a oportunidade de o analisar. Decorações de natal não são propriamente a minha praia e é algo que poucas vezes consegui ligar ao mundo LEGO.
Ao abrir a caixa fiquei logo admirado com a quantidade de peças verdes. Humm, isto é jeitoso para fazer terrenos. Oitenta e duas plates 2x4, 64 plates corner 2x2, 64 jumpers, 50 plates 2x3, tudo em verde e não acaba aqui. Há também algumas pecitas exclusivas como o coraçãozinho em vermelho ou a plate 6x6 com corte em curva em dark-red (humm, esta é interessante), mas o grande chamariz é mesmo o total de peças numa variedade bastante boa com inúmeras peças úteis e que termina num fabuloso PPP de apenas 5,7 cêntimos. Sim, temos aqui um excelente pack de peças verdes para construir terrenos.
Claro que este set não termina apenas nisto. A construção apesar de não ser propriamente uma seca, não é uma experiência ali além. Temos uma técnica interessante (mas não nova) para mudar a orientação do eixo central, a forma como vamos diminuindo o diâmetro é gira, mas depois é tudo sempre um pouco mais do mesmo. Não se torna desagradável, mas não é daqui que vamos tirar lições de construção. Achei intrigante a construção não estar dividida em fases, mas não senti que isso melhorasse ou piorasse a minha experiência de construção.
O resultado final é giríssimo onde a relação com o brinquedo LEGO e o Natal está conseguida de forma excelente. É uma construção que utiliza na sua maior parte peças relativamente comuns, o que faz com que pareça concretizável por crianças. Isso mostra que é um brinquedo na sua concepção. No entanto o desenho está bastante proporcional e detalhado para não parecer algo tosco e simples, já que um olhar mais atento irá demonstrar que há algumas coisitas já avançadas na construção (orientação dos eixos, por exemplo).
Quanto à jogabilidade, fica excelente no centro da mesa!!
Por último, são muitas as peças que sobram. Tantas que fiquei momentaneamente intrigado até chegar à conclusão que seriam peças para fazer os modelos secundários. Não os cheguei a experimentar, para confirmar a presença destas peças extra, mas temos instruções para mais duas pequenas árvores que podem ser construídas ao mesmo tempo!
As Peças 10/10 (pack de peças verdes a preço reduzido)
A Construção 7/10 (não é monótona, mas também não acrescenta nada de novo)
O Desenho 9/10 (excelente na forma como alia o natal e o LEGO)
Jogabilidade 8/10 (decoração!)
Um excelente pack de peças verdes que resulta numa decoração de Natal que alia de forma perfeita as peças LEGO a esta festividade por um preço bastante aceitável.
Conclusão 9/10
(Este conjunto foi fornecido para análise pela The LEGO Group, mas a review é da minha inteira responsabilidade)
Tema: Seasonal
Ano de Edição: 2022
Número de Peças/Minifigs: 312/-
Preço LEGO®: 13€
Link Brickset: https://brickset.com/sets/40571-1/Wintertime-Polar-Bears
São tantos os conjuntos sazonais que vão saindo ao longo dos anos que facilmente se esbatem na memória. Isso pode ser explicado porque por norma são relativamente pequenos e mais direccionados ao público geral. No entanto, não é difícil olhar para eles e encontrar algumas qualidades.
Neste caso, posso começar logo pelo preço, já que os 13 euros do PVP recomendado faz com que o PPP esteja pouco acima dos 4 cêntimos. Sim, uma bagatela tendo em conta os preços normalmente praticados. Ok, que aqui não temos nenhuma minifigura (um conjunto de peças caro de produzir), mas mesmo assim, uma bagatela. A variedade de peças também não é algo assim assombroso, já que se limita a ser um bom pack de peças brancas, bastantes em aqua, algumas vermelhas e várias plate wedges em verde, devo referir o meu desagrado, todas orientadas para o mesmo lado. Claro que há mais cores ao barulho, incluindo duas plates 1x1 em vibrant coral, mas acho que o importante já foi referido.
A construção é dividida em três fases. Na primeira dedicamos a nossa atenção ao urso polar grande que tem uma construção bastante agradável e existe inclusive uma secção onde temos que construir pondo peças por baixo. Algo bastante invulgar para sets correntes. A segunda fase é dedicada ao cenários e, sinceramente, é a mais aborrecida das três, apesar de não ser propriamente monótona. Na última fase dedicamo-nos ao pequeno urso e respectivo trenó e, como é hábito, fico sempre a adorar como a LEGO consegue criar formas orgânicas com recurso a peças comuns.
O resultado é, acima de tudo, simpático e que, com certeza, ficará bem nas decorações de natal que se costumam espalhar pela casa. Consegue ser ao mesmo tempo discreto, querido e divertido.
As Peças 9/10 (bom lote de peças a bom preço)
A Construção 7/10 (agradável)
O Desenho 7/10 (simpático, cumprindo o pretendido)
Jogabilidade 8/10 (boa decoração festiva)
É um conjunto que cumpre na perfeição a sua função mas sem brilhar. Para os AFOLs pode ser um bom lote de peças a um preço simpático.
Conclusão 7/10
(Este conjunto foi fornecido para análise pela The LEGO Group, mas a review é da minha inteira responsabilidade)
Tema: Marvel Super Heroes
Ano de Edição: 2022
Número de Peças/Minifigs: 268/?
Preço LEGO®: 35€
Link Brickset: https://brickset.com/sets/76231-1/Guardians-of-the-Galaxy-Advent-Calendar
Mais um calendário do advento e apesar de ser apenas o segundo que analiso, a LEGO tem este ano um total de cinco. Exactamente o mesmo nº do ano passado! Bem, pelo menos há por onde escolher.
O MCU representa para mim o típico filme-pipoca. Gosto de ir ver para divertir-me e pouco mais, já que são histórias que facilmente se esquecem. Tenho um bom punhado de filmes atrasados, mas falta tempo e se calhar também alguma vontade para por isso em dia. Por isso sou conhecedor das aventuras do Star Lord e colegas, apesar de já não ter a certeza se acertaria no nome de todos eles :)
Como é hábito nestes reviews, não vou mostrar imagens dos modelos construídos já que existem leitores que podem gostar de reservar a surpresa para a altura apropriada. No entanto, podem ver as imagens na minha conta do Flickr ou no vídeo que se encontra no fim deste artigo.
A construção, como aconteceu no do Harry Potter, conseguiu ser interessante apesar dos modelos serem bastante pequenos. Talvez para isso tenha contribuído as pequenas imagens que servem de instruções. Alguns dos modelos tem alguma complexidade e ter apenas uma imagem a servir de instruções pode tornar alguns detalhes enigmáticos. Pessoalmente achei a dificuldade leve mas entusiasmante. Mas espero que não haja muitas reclamações quanto a este detalhe, já que espero que a LEGO não mude para algo mais simples e entediante (tanto nos modelos como nas instruções).
No geral gostei das minifiguras apesar de em duas delas o torso estar inutilizado já que remetem a conteúdos natalícios. Bem, se calhar até dá para colocá-los (apenas os torsos) numa minifig relativa ao Natal, é questão de experimentar e não ligar muito aos desenhos. Os modelos dedicados ao natal são esquecíveis e, sinceramente, vão para peças sem ter qualquer tipo de pena. No entanto, foi nestes modelos que aparece a peça que talvez mais me chamou mais a atenção do conjunto. Uma tile 1x2 impressa de forma a parecer uma cassete áudio. Já os modelos das naves espaciais (desculpem o spoiler, mas acho que são expectáveis neste conjunto) são espectaculares e até conseguem criar alguma sinergia entre elas apesar de alguma incoerência nas escalas utilizadas.
As Peças 6/10 (algo caro para o conteúdo)
A Construção 8/10 (alguns modelos estimulantes, outros nem por isso)
O Desenho 7/10 (coisas boas, coisas menos boas)
Jogabilidade 9/10 (qualquer modelo encaixa bem na jogabilidade pretendida)
É mais um calendário do advento que transporta para época natalícia um tema conhecido. Algo desequilibrado na qualidade dos modelos, cumpre a sua função e, com certeza, irá agradar os fãs do MCU.
Conclusão 7/10
(Este conjunto foi fornecido para análise pela The LEGO Group, mas a review é da minha inteira responsabilidade)
Tema: Ideas
Ano de Edição: 2022
Número de Peças/Minifigs: 239/1
Preço LEGO®: N/A€
Link Brickset: –
Ora aqui está um GWP direccionado para os AFOLs (não serão todos?) e que vai estar disponível de 1 a 13 de Outubro para compras superiores a 120€. Coisa pouca tendo em conta ao que a LEGO anda a disponibilizar para os fãs da marca.
Este projecto foi vencedor de um concurso e aparentemente não foram feitas grandes alterações para chegar ao conjunto propriamente dito. Ok, todos vamos sentir falta das calças a servir de vela na jangada e da gaivota que se transformou num papagaio.
O conteúdo vem todo em várias saquetas não numeradas o que faz com que tenhamos que percorrer as 64 páginas do livro de instruções numa assentada só. Em termos de peças não há propriamente raridades, mas gostei do volume geral; das plates grandes com cantos arredondados em azul claro, tan e verde; da vegetação e do colorido criado pelo conjunto das peças. No geral consigo ver utilidade para praticamente todas as peças do set, o que é excelente. Sim, o minifig está muito bem conseguido.
A experiência de construção ficou aquém do esperado. Não me interpretem mal já que no geral foi bastante boa, mas no entanto senti falta de uma ou outra técnica mais puxada, algo que aconteceu nos anteriores GWP do Ideas.
O resultado final é giríssimo e faz lembrar imenso os sets piratas dos anos 90. Gosto de todo o aspecto de brinquedo conseguido e penso que seja facilmente integrado tanto no universo dos piratas como numa era mais moderna. Se pensarmos, por exemplo, nos Ideas, acho que não ficaria mal à beira de um 21335 Motorised Lighthouse, ou de um 40487 Sailboat Adventure, do 21322 Pirates of Barracuda Bay e até mesmo com o 21310 Old Fishing Store. Ainda não fiz o review deste último, mas é algo que quero fazer no futuro.
As Peças 9/10 (boa seleção)
A Construção 6/10 (agradável mas sem brilhar)
O Desenho 9/10 (bastante clássico sem parecer velho)
Jogabilidade 8/10 (integra bem com outros conjuntos)
É um conjunto relativamente pequeno e simples de construir (18+, a sério?) que pode ser integrado facilmente em outros conjuntos Ideas. Não brilha mas também não desilude o que faz dele um bom GWP.
Conclusão 8/10
(Este conjunto foi fornecido para análise pela The LEGO Group, mas a review é da minha inteira responsabilidade)
Tema: Ideas
Ano de Edição: 2022
Número de Peças/Minifigs: 1154/15
Preço LEGO®: 120€
Link Brickset: https://brickset.com/sets/21336-1/The-Office
Aqui temos o 44º Ideas que, curiosamente, é o quarto a representar um sitcom no tema. Depois de ter visto e adorado o Seinfeld há uns meses atrás (yeps, uma falha minha que já devia ter colmatado há mais tempo), sugeriram-me ver o The Office e…, não consegui encaixar. Ok, vi apenas 3 episódios e até lhe reconheci alguma qualidade e piada. Mas aqueles cortes para os personagens fazerem comentários são para mim intragáveis, não fazem mesmo o meu estilo. Não sei se a série continua nesse estilo, mas simplesmente não me puxou mais e foi entretanto ultrapassada por outras séries. Neste momento há tantas séries que ao fazem clique logo no início ou passam para o fim da lista.
Portanto quando recebi este set para análise, o sentimento estava entre o “poderia ser algo com que me identificasse mais” e o entusiasmo habitual de ter um set LEGO nas mãos. Antes de abrir a caixa fui dar uma vista de olhos ao projecto original e descobri que o autor submeteu o The Office três vezes e todos eles obtiveram os 10 000 apoiantes para chegarem à fase de análise!! Ainda por cima o autor tem como nick super original “Lego The Office” (introduzir aqui emoticon a revirar os olhos). O primeiro projecto é de 2015, era enorme e, sinceramente, fraquinho e foi, previsivelmente, recusado. O segundo de 2019 já era um pouco melhor, mas mesmo assim enorme e também foi recusado. O terceiro e último é de 2020 e foi finalmente aprovado, no entanto, também não o acho grandemente interessante em termos de técnicas de construção ou efeito global. Aliás, basta uma olhada para a caixa para perceber que os designers envolvidos além de terem reduzido a dimensão do escritório, também melhoram imenso vários componentes do original. Aquelas estantes e secretárias eram, vou ser simpático, naives.
A embalagem (wow, não disse caixa) contém 10 sacos numerados de peças, um livro de instruções com 180 páginas de dimensão próxima ao A4 e duas folhas de autocolantes. Duas! São mais de 50 autocolantes que fiz questão de ignorar. Eu sei que muitos remetem para situações na sitcom, mas desde que vi o estado em que vários autocolantes da LEGO ficaram com apenas 20 anos de idade, reforcei a minha aversão aos mesmos. Se for para o meu filho brincar, pondero em colar, de resto, é para esquecer.
Antes de começar a descrever a experiência de construção e o design do set, devo referir que não vou nomear o nome dos personagens, situações e referências de uma série que vi apenas 3 episódios e que me recordo de 4 personagens, de algumas situações e pouco mais. Mas também devo referir que o set conseguiu transportar-me de novo para o cenário da série e até reavivar algumas das minhas memórias. Sim, é um ponto positivo.
Sendo assim, as primeiras duas das dez fases são dedicadas ao gabinete do chefe. Em termos de construção não há grandes técnicas mas no final temos um pequeno gabinete bastante recheado. Gostei particularmente do globo terrestre impresso numa cabeça de minifig, da quantidade de peças em sand green, da utilização de plates 1x5 numa situação que eram mesmo necessárias e do ambiente de escritório bem conseguido. Não gostei do enorme armário que está logo numa das minhas cores preferidas, dark orange.
Nas oito fases seguintes construímos o resto do The Office. Entre assentar plates para a base, levantar algumas paredes e equipar o escritório com secretárias (há cinco quase idênticas), estantes, cadeiras, quadros, etc e ficamos com o set pronto. Apesar de termos vários pontos bastante parecidos (por exemplo, as secretárias), posso garantir que não senti que a experiência de construção fosse enfadonha. No entanto também não foi propriamente gratificante já que não me senti entusiasmado com as técnicas de construção, algo que prezo muito. Por isso não me aborreci, mas também não conto guardar memórias.
Em termos de peças posso dizer que fiquei agradado com o lote já que possui uma boa quantidade de plates grandes e muito material de escritório, tudo em cores agradáveis. Destaque, claro, para as 15 minifiguras que facilmente poderão ser utilizadas em contexto citadino. Sim, são em “cor de pele”, mas isso já não é problema para muitos AFOLs.
No fim ficamos com o cenário bem montado, com espaço para algum roleplay e com imensas referências à série o que, com certeza, irá fazer sorrir o pessoal que a viu.
As Peças 7/10 (preço aceitável para um bom lote de peças)
A Construção 6/10 (não é má, mas também não irá ficar na memória)
O Desenho 8/10 (reconhecível mas sem espantar, é bastante melhor que o projecto original)
Jogabilidade 8/10 (pergunto-me se não será melhor para brincar do que para expor)
O set representa de forma bastante satisfatória o cenário do The Office. Penso que vai agradar imenso os fãs da série de TV, mas não é incontornável em termos de fãs da LEGO. Não deixa de ser uma grande fonte de figuras e mobiliário de escritório :)
Conclusão 7/10
(Este conjunto foi fornecido para análise pela The LEGO Group, mas a review é da minha inteira responsabilidade)