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Oficina dos Baixinhos* - Blog sobre o hobbie LEGO® de um AFOL (Adult Fan Of LEGO) português. Relatos das construções, técnicas, críticas, pensamentos e afins sobre LEGO em Portugal e no mundo. *Antiga LegOficina
No outro dia o Brickset referiu este artigo do The Telegraph onde é abordada a moda de investir dinheiro em LEGO com intuito de retorno financeiro. Já há vários anos que o pessoal com algum conhecimento do fenómeno LEGO (AFOL ou não) conhece as potencialidades do investimento em (alguns) conjuntos da marca. Comprar o conjunto x para o vender por três vezes, ou mais, do preço original uns anos depois até se tornou o modo de vida de algumas pessoas. Não tardou muito para este processo chamar a atenção do mundo e espalhar-se para fora do meio.
Se à primeira vista este fenómeno até pode parecer positivo para o hobby, por vezes pergunto-me se isso é mesmo verdade. E pelo que tenho lido não sou o único a ter as mesmas dúvidas.
É inegável que o lucro deste processo traz ao hobby uma credibilidade séria. O LEGO deixou de ser uma brincadeira de crianças quando começou a gerar dinheiro. Isso até foi ótimo para alguns AFOLs poderem financiar o próprio hobby utilizando o seu conhecimento para saber investir melhor.
No entanto também é inegável que esta atenção toda fez disparar os preços de tal forma que forma que torna inalcançável o acesso a alguns conjuntos descontinuados a AFOLs com menos recursos.
Como o mercado funciona num equilíbrio entre a oferta e a procura, ao introduzir-se pessoas (investidores) que apenas procuram comprar (neste momento) e que por cima por norma até são abonados financeiramente, é natural que haja uma escalada de preços.
E, pessoalmente, creio que quando há essa escalada de preços, os conjuntos envolvidos praticamente saem da esfera da comunidade AFOL. A maior parte do pessoal que compra sets a preços ridiculamente altos já não o faz por coleccionismo ou para simplesmente construir, mas sim no intuito de o vender mais tarde e mais caro. E quem fala de conjuntos, também pode falar de minifigs.
Esta escalada afeta também o valor das peças. Como algumas são essenciais para construir esses conjuntos, tornam-se alvo da cobiça de mais gente para pelos menos poderem construir o conjunto juntando as peças necessárias.
Como sei que pouco posso fazer em relação a este fenómeno, já interiozei que haverão sempre conjuntos descontinuados que são inalcançáveis. O que vale é que, pelo menos para já, este fenómeno não abarca todos os conjuntos que a LEGO vai fazendo e praticamente não atinge os conjuntos mais antigos.
Por fim pergunto-me, será que isto um dia vai estourar?