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Oficina dos Baixinhos* - Blog sobre o hobbie LEGO® de um AFOL (Adult Fan Of LEGO) português. Relatos das construções, técnicas, críticas, pensamentos e afins sobre LEGO em Portugal e no mundo. *Antiga LegOficina
Tema: City
Ano de Edição: 2024
Número de Peças/Minifigs: 1097/6
Preço LEGO®: 100€
Link Brickset: https://brickset.com/sets/60433-1/Modular-Space-Station
Só o nome do set já faz babar qualquer entusiasta de construções espaciais LEGO como eu. Depois de duas estações espaciais lançadas há poucos anos que, curiosamente, tinham o mesmo nome, a 60227 Lunar Space Station de 2019 e a 60349 Lunar Space Station de 2022, a LEGO volta ao tema e desta vez não se faz rogada e praticamente dobra o número de peças das anteriores e, claro está, o preço. Será que valeu o esforço?
As minhas análises aos sets anteriores (links acima) revelaram que apesar de ter gostado da ideia e de vários detalhes, o resultado esteve longe da excelência que eu esperaria deste tipo de conjuntos. Para este conjunto senti o mesmo (sim, estou já a fazer a conclusão) já que o número de peças, o estar montada num aro e um esquema de cores mais ao meu gosto, não foi suficiente para me satisfazer por completo.
Mas vamos lá começar pelas peças onde os dados Brickset resultam em algo curioso já que afirma que o set tem 1097 peças mas o inventário de peças dá um total de 1113. Como é habitual deste site, os dados são retirados das bases de dados da própria LEGO. Como não andei a contar as peças (nem pretendo fazê-lo) não consigo afirmar quais destes números é o correcto, ou mesmo se algum deles o é. De qualquer forma o Preço Por Peça está abaixo dos 10 cêntimos, o que nesta altura é algo que poderemos afirmar com uma nota positiva. Mesmo sabendo que a maior parte das peças é minúscula. Há algumas peças exclusivas mas apenas destaco uma delas, as quatro unidades da bandeira em preto com a impressão de painel solar. Este destaque tem um sabor agridoce porque apesar de gostar bastante desta peça e da sua impressão, não sei até que ponto não teria sido melhor continuar com as impressões do conjunto de 2022. A canópia transparente e as grandes engrenagens (¼ de aro) em sand-blue também poderão ser consideradas interessantes, mas a primeira já havia semelhantes e as engrenagens não são bem a minha praia. A grande quantidade dos paíneis 2x2x2 no novo trans-black, as slopes curvas invertidas 2x2 em DBG, as plates round 1x2 em LBG e as peças no novo laranja avermelhado são algo a ter em conta. Atentos também às duas unidades dos painéis em branco e às duas em trans-black que “tapam” os módulos, já que são peças que, acredito eu, tem um bom potencial de utilização. Depois há uma boa série de peças interessantes em que destaco a variedade de peças brancas.
A construção disto tudo pode ser um pouco desconcertante. Primeiro porque temos 6 livros para 9 fases de construção. Ok, poderemos dizer que é para dividir a construção entre vários elementos da família, mas entre jogar um bom jogo de tabuleiro ou construir um set LEGO em família, a minha escolha vai directamente para a primeira opção. Depois temos duas fases (a segunda e terceira) que é no fundo uma construção technic. Por fim, temos 4 módulos praticamente iguais que, surpreendentemente, até nem me aborreceu muito. Talvez porque achei que era um detalhe esperado tendo em conta o tema do set e porque os designers fizeram com que a construção dos módulos fosse intercalada com outras secções.
O resultado é.. Também desconcertante. Gosto dos aspecto geral dos módulos e até compreendo a dimensão de forma a manter o preço num limite satisfatório. No entanto, não compreendo não ter porta de comunicação utilizando a própria peça que a LEGO fez para servir de escotilha. Podemos afirmar que os miúdos podem aceder ao interior dos módulos através do estreito espaço criado em cima, mas a aventura de estar no espaço é mesmo passar pelas escotilhas. Outro detalhe que não me agrada é que a estação tem o formato circular porque esse é um formato muito visto em filmes e séries de TV. Mas há uma razão para isso, já que se a estação rodar, a força centrífuga vai fazer com que seja possível simular a gravidade nos módulos. Mas para isso o “chão” deverá estar no exterior do aro e não na disposição que este conjunto nos dá. Aliás, a disposição é tão esquisita que no caso da estufa, as plantas iriam ficar esborrachadas no topo do domo. Outro problema é que temos os módulos separados e como não há câmaras de descompressão, de toda a vez que um astronauta quisesse ir a outro módulo, toca a retirar o ar todo do módulo (com todos os inconvenientes associados) e voltar a encher. Yeps, muito giro. Portanto além de escotilhas como deve de ser, os módulos deveriam estar conectados de algum modo.
Claro que agora o pessoal pode reclamar que os miúdos não ligam a esses detalhes.. Ligam, sim. Aliás, os contratempos do vácuo é uma características mais importantes em qualquer história que se passa no espaço.
As minifigs são seis o que faz com que fique uma em cada módulo ou veículo. Por falar em veículos, a “mota espacial” está giríssima mas sinto que algo deslocada no tema. A antena parabólica deveria estar noutro local, mas neste ponto onde as incorrecções são tantas que já nem ligo.
É um brinquedo que cumpre quanto à sua jogabilidade, no entanto consegue ao mesmo tempo desiludir. Não foi à terceira que a LEGO acerta no alvo, mas espero que volte a tentar que o pessoal gosta na mesma.
Conclusão 7/10