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Oficina dos Baixinhos* - Blog sobre o hobbie LEGO® de um AFOL (Adult Fan Of LEGO) português. Relatos das construções, técnicas, críticas, pensamentos e afins sobre LEGO em Portugal e no mundo. *Antiga LegOficina
Aqui está o episódio, desta vez gravado na loja LEGO do Colombo aquando da comemoração do seu segundo aniversário. Na gravação entrevistamos (novamente) o César Soares e a conversa valeu mesmo a pena.
Além do César e de mim, contámos com o Alex pela Play Well Portugal e o Pedro Sequeira (0937 Superfan no Intagram).
Podem ouvir no Spotify!
No sábado passado estive presente na comemoração do segundo aniversário da loja LEGO do Colombo. Além da oportunidade de gravar mais um episódio do podcast Conversas em Construção, desta vez com o César Soares, foi um excelente momento de convívio. Além do pessoal do podcast, estive com O Faria e o Paulo da 0937, deu para conhecer o Miguel Santos que com uma boa disposição inata vai mostrando no grupo do Facebook o que vai havendo na loja, consegui falar um pouco com o funcionário que com um orgulho merecido falava do seu galo de Barcelos construído apenas com peças do P&B (disponível para compra na loja) e, claro, com a sempre dinâmica equipa da Suit.PR que organiza estes eventos. Havia também uma quantidade apreciável de influenciadores que devido ao meus hábitos de consumo de Internet ficaram perdidos na minha memória.
Claro que o tempo foi consumido mais com a equipa do podcast e com o César. Como ando mais ou menos afastado da novidades, deu para atualizar-me mas também falar imenso sobre o estado atual da marca e do hobby. Um dia cheio que com apenas 3 horas de sono (gastei a noite anterior visitando os boardgamers de Leiria e, claro está, jogar) correu num instante mas que no fim ainda tive tempo de visitar um alfarrabista e aumentar a minha coleção da Argonauta!
Em termos de compras, além de duas coisitas para o meu filho, adquiri uma caixinha do P&B. Apesar de sentir que não há grandes novidades em relação ao ano passado, quando fazia as minhas análises, deu para encher facilmente a caixa. A escolha recaiu muito nas necessidades do meu filho quando constrói as coisas dele do tema Harry Potter e continuo a sentir que é uma boa forma de obter peças.
Valeu!
Pois é, já passaram dois anos desde a abertura da primeira loja LEGO (certificada) em Portugal. A LEGO vai comemorar o feito com a presença do César "CesBrick" Soares das 11h às 12h e penso que ficam melhor informados com o press release oficial.
Antes que perguntem onde está o 34º episódio, já foi parcialmente gravado e mal esteja completo, será disponibilizado.
Neste episódio, o Conversas em Construção conta com a participação do César Soares, LEGO Designer do tema Star Wars. É uma oportunidade única de ouvir alguns detalhes e curiosidades sobre o processo de design de sets, especificamente do tema licenciado da LEGO mais popular.
Desta vez estivemos todos presentes, eu pelo blog Oficina dos Baixinhos, o Tiago Catarino, Youtuber, o Olímpio Alexandre (Alex) pela Play Well Portugal e o Pedro Sequeira pelo site Bricknerd.
Tema: Star Wars
Ano de Edição: 2020
Número de Peças/Minifigs: 3187/21
Preço LEGO®: 349.99€
Link Brickset: https://brickset.com/sets/75290-1/Mos-Eisley-Cantina
Para a minha geração o primeiro filme da Guerra das Estrelas (sim, estou a falar do Episódio IV) é provavelmente o mais marcante. A mistura de ficção científica com western pontilhado com algum humor e indícios de uma história que se entrevia épica eram mais que suficientes para despertar emoções. Lembro-me perfeitamente de o ver numa sessão de filmes na escola, numa qualquer festa de natal, onde eu e os meus colegas ficamos completamente vidrados e serviu de mote de conversa nos dias seguintes.
E nos anos seguintes.
Apesar de não ter sido tema de conversa na altura, aquela malfadada Mos Eisley Cantina serviu para criar um certo ambiente que nos mostrou como era aquela parte da galáxia. Arruaceiros, caçadores de recompensas e biscateiros juntavam-se a uma enorme massa de pessoas que apenas conseguiam sobreviver. Era esta a vida na periferia do império.
Não foi sempre assim?
Mas voltando ao que interessa, será que esta quarta encarnação na LEGO da Mos Eisley Cantina valerá a pena?
Primeiro estou a ser injusto, as primeiras três versões da Mos Eisley Cantina (4501 de 2004, 75052 de 2014 e 75205 de 2018) nunca tiveram a pretensão de se dirigirem a um público mais velho.. Bem, pelo menos claramente. Por isso eram de dimensões relativamente menores e centraram as atenções no duelo do Han Solo e do Greedo. A versão deste ano vai mais além. Muito mais além.
Mas antes de dedicarmos a atenção à cantina em si, vamos dar uma vista de olhos nas peças e na experiência de construção.
11 cêntimos a peça pode parecer razoável tendo em conta que estamos perante um conjunto desta dimensão, ser um tema licenciado e estar pejado de minifigs, várias delas exclusivas. No entanto após o construir fiquei algo… não sei o quê. É que o set tem grandes quantidades de peças básicas, a maior parte delas em tan. Assim fico com a impressão que a quase totalidade das peças não merecem um valor assim tão alto. Sim, existem várias peças exclusivas (muitas delas nem vêm assinaladas no Brickset) mas mesmo assim a impressão que ficou foi mesmo essa. Um PPP algo caro para a quantidade e, talvez principalmente, para aquela variedade de peças.
Analisando as peças a primeira coisa que se observa, como referi acima, é que este conjunto é um verdadeiro pack de peças tan. Imensas e com uma variedade bastante interessante onde, em termos de quantidades, imperam as peças mais básicas mas sem deixar de aparecer umas quantas mais específicas. De notar que a presença do dark-tan, lbg e castanho é apreciável. Como gosto muito dessas cores, quando o desfizer vai tornar-se um importante reforço no meu stock de peças.
Apesar de muitas vezes não referir as minifigs nas minhas análises, a verdade é que neste set são incontornáveis. Em termos de qualidade são bestiais. Ok, o pessoal pode reclamar que não estão todos os personagens. No entanto acho que são uma boa selecção. Sim, mesmo para mim que não ligo muito a colecção de minifigs penso que a grande maior parte deles serão excelentes para habitarem cenários dos meus MOCs mais fantasiosos. Até fico com pena de não ter várias unidades de alguns deles.
Mas se nas peças até fico relativamente satisfeito, não consigo ter esse grau de satisfação quanto à experiência de construção. Talvez isso aconteça porque fiquei deliciado com a construção do 21318 Tree House do mesmo designer, o César “CesBrick” Soares, e, comparando, achei este com vários pontos relativamente enfadonhos. Não quer dizer com isto que não existem técnicas interessantes e pontos com um bom wow factor. No entanto penso que não foram suficientes para tornar interessante uma construção que se arrasta por dezoito fases. Penso que a dimensão e o próprio modelo original proporcionaram este resultado.
É que a ideia da LEGO seria fazer uma cantina completa e, segundo os blueprints que andam pela net, ficou muito perto disso acontecer. Tendo em conta as limitações das peças LEGO e, principalmente, da produção de sets, não poderia esperar muito melhor do que este set. Por isso não é difícil de prever que este é uma versão definitiva da LEGO para a Cantina. Pelo menos durante um bom par de anos até achar-se que comercialmente vale a pena revisitar este local.
Portanto em termos de design o César conseguiu aproximar-se muito da versão original e até colocar uns pequenos acrescentos que valorizam e enquadram melhor a Cantina. Sim, estou a falar daquelas pequenas habitações/lojas que não ficam para a memória e daquelas duas naves em que uma delas já fica para a memória. No entanto e talvez devido à experiência de construção, não consegui ficar fã do resultado final. É um bom set e extremamente fiel mas acho que lhe faltam técnicas rebuscadas para chegar à excelência como set LEGO 18+.
Quanto à jogabilidade, fica perfeito numa mesa (ou prateleira larga) e dispõe de algumas dobradiças para aceder/mostrar os interiores. Para os mais novos que sejam fãs deste filme é capaz de ser uma perdição, já que se configura como um excelente cenário para repetir aquela parte da história além de que a presença de mais de uma vintena de minifigs permitem a criação de mil e uma histórias!
Vídeo de análise no fim.
As Peças 8/10 (pack de peças tan com uma montanha de minifigs interessantes)
A Construção 7/10 (decente mas sem ficar na memória)
O Desenho 8/10 (muito fiel ao original, mas sem impressionar)
Jogabilidade 9/10 (fica bem em exposição e é capaz de gerar maravilhas nas mãos de um miúdo fã do filme)
Obrigatório para os fãs de Star Wars, especialmente do filme original. É provavelmente o melhor conjunto Star Wars de sempre que não é um veículo. No entanto pode ser desinteressante para não fãs da saga espacial ou da cor tan.
Conclusão 8/10
(Este conjunto foi fornecido para análise pela The LEGO Group, mas a review é da minha inteira responsabilidade)
César “CesBrick” Soares é o designer do conjunto 21318 Tree House, um dos conjuntos Ideas que mais furor tem feito junto dos AFOLs nos últimos tempos. Furor que não é inesperado, já que este conjunto além de ser uma delícia para os olhos é composto por uma variedade de peças que faz salivar qualquer AFOL construtor.
Aproveitando que conheço o César, já que fazemos parte do mesmo LUG (Comunidade 0937), questionei-o se acedia a uma pequena entrevista aqui para o blog. Mesmo estando de férias, o César aceitou prontamente mesmo tendo em conta o formato pretendido, uma conversa informal através do email que se alongou através de vários dias.
Sem mais delongas, aqui está o resultado dessa conversa.
LB O projeto do KevinTreeHouse está muito próximo da linha de MOCs que vinhas fazendo, principalmente antes de ingressares na LEGO. Quando foi aprovado, o pessoal do departamento do LEGO Ideas veio falar contigo ou tu é que lhes basteste à porta e disseste que este projecto tinha que ser teu e para isso mostraste-lhes a tua galeria na Comunidade 0937 como currículo?
CS O projecto de LEGO Ideas por norma não tem uma equipa de designers fixa. Uma das razões para isso é o facto de se querer que seja um projecto de paixão para o designer. No meu caso, assim que me apercebi que o projecto do Kevin iria atingir os 10 000 votos, apressei-me a fazer um sketch model com o intuito de o mostrar ao creative leader do Ideas e assim mostrar o meu interesse de fazer a versão final do conjunto, caso fosse escolhido para o efeito. Este sketch foi bem mais simples e um pouco mais pequeno que a versão final, mas serviu para mostrar o potencial de um set deste estilo.
LB Não tinha noção que os designers ficam à coca dos vários projectos do Ideas que se aproximam dos 10 000 apoiantes. Fico curioso com o que acontece quando há mais de um LEGO Designer interessado num mesmo projecto.
Mas fico ainda mais curioso com uma possível imagem desse sketch model. Penso que é um ponto comum a muitos AFOLs. Ver sketchs models pode ajudar a perceber como um set é desenvolvido.
CS Não ficam por norma, a não ser alguns AFOLs que tem interesse num ou noutro projeto. No meu caso faltavam cerca de 50 votos para os 10 000 e eu gostei tanto do conceito do Kevin que pensei que se fosse escolhido eu gostaria muito de o fazer. E atenção, o fato de um designer fazer um sketch model nao quer dizer que vá ser realizado. Apenas pode ajudar a mostrar a viabilidade de um determinado conjunto. Quando mais que um designer mostra interesse, normalmente o set é desenvolvido em conjunto.
Infelizmente não estamos autorizados a mostrar fotografias de sketchs models (apenas em casos muito especiais). Para este set, tirando o primeiro, devo ter feito pelo menos mais cinco diferentes. Explorando tamanho, forma, cores e texturas.
LB É muito diferente desenhar um set Ideas de um set normal? Estás ligado aos produtos licenciados (com IP, tipo Star Wars) e portanto representam por norma veículos, cenários ou situações criados por outras entidades. No entanto no Ideas estás a criar algo a partir de um conceito já em LEGO. Isso cria facilidades, ou pelo contrário, dificuldades?
CS Eu diria que é diferente, não necessariamente mais difícil ou mais fácil. Continuas com o objetivo de tentar criar um conjunto que seja o mais próximo possível de uma ideia já existente. Claro que podes sempre utilizar técnicas ou determinadas peças específicas do criador original e isso pode facilitar, mas por outro lado, por vezes tens situações em que técnicas ilegais são usadas e tens de encontrar forma de fazer igual ou parecido utilizado apenas técnicas legais. Neste caso específico para mim pessoalmente a grande diferença foi que este conjunto foi o primeiro que fiz com a idade recomendada de 16+, o que comparado com a média que por norma estou habituado (8-10), me permitiu utilizar técnicas bastante mais complexas e criar uma experiência de construção mais envolvente e um resultado final que espero que agrade a muitos AFOLs.
LB Abordaste algo que agora estou muito próximo, a questão das idades aconselhadas para determinados tipos de construção. O que profissionalmente tenho sentido é que a variabilidade é tão grande que dizer que um conjunto é 6+ é talvez uma média e não um limite. Encontro crianças que com 4 anos podem achar um 6+ simples de construir e posso encontrar miúdos já com 9 ou até 10 anos que coçam a cabeça e sentem enormes dificuldades em seguir as instruções desse mesmo conjunto.
Claro que isto é algo que não é exclusivo da LEGO, já que outras marcas devem enfrentar os mesmos problemas. No entanto fico curioso com as características que a LEGO utiliza para poder tabelar os seus conjuntos. Número de peças, quantidade necessária de peças por instrução, número de cores devem ser as características esperadas. Mas falas também de técnicas. Existe alguma lista de técnicas de construção com a idade aconselhada? :)
CS A idade aconselhada é mesmo isso, aconselhada. De acordo com uma série de directrizes mais ou menos estabelecidas e as quais tentamos seguir, ao desenharmos um set temos sempre em consideração coisas como uma criança de 6 anos, em geral, ter dificuldade em distinguir a esquerda da direita (daí evitarmos wedges para essas idades, por exemplo) ou ainda de que um tile 1x2 da mesma cor de um tile 2x3 é facilmente confundido.
Portanto, não existe uma lista de técnicas de construção aconselhadas mas temos sim um série de directrizes (algumas oficiais outras menos mas que com a experiência e o feedback do consumidor acabam por ser seguidas por nós) que tentamos seguir para determinada idade aconselhada.
LB Interessante e profissionalmente ficaria muito curioso com essa série de directrizes. Facilmente me lembraria das tiles semelhantes mas confesso que não me lembraria da questão da lateralidade, algo que até tropecei várias vezes quando trabalhei com robótica com miúdos do 1º ciclo.
Entretanto a Tree House foi anunciada e no Fórum 0937 gerou-se uma conversa bastante interessante que pode ser lida e participada aqui.
Voltando à questão deste set ser um projecto Ideas e portanto algo gerado por um AFOL. Não particularizando com o Kevin, já que acredito que tenhas tido alguma noção do que se passou pelo menos com alguns dos anteriores Ideas, como é que é uma relação entre o LEGO Designer responsável pelo set e o criador original? Basicamente e exemplificando os extremos, os criadores originais são uns chatos porque querem que o set seja o mais parecido possível ao seu projecto ou não querem saber e só perguntam quando é que vão receber o carcanhol?
CS Dependendo do projeto, e por várias razões o nível de envolvimento dos fãs foi sempre diferente. No caso do Kevin, a situação foi facilitada pelo fato de ele ter ido a Bilund um dia (por conta própria) e ter levado a Tree House com ele. Encontramo-nos por umas horas e eu tive a oportunidade de discutir com ele alguns pontos sobre como iria ficar o set final, sobre expectativas e ambições. Ele demonstrou alguma preferência por algumas coisas, como as cabanas serem os mesmos aposentos que a versão dele ou as lanternas penduradas em alguns ramos. E eu mantive, dentro do possível, alguns dos desejos dele. Foi-lhe também dada a oportunidade de escolher uma inscrição na peça que imita as letras gravadas no tronco da árvore. No fim ele viu o resultado final do set por Skype e ficou bastante contente com o resultado, embora em bastantes pontos, tenha sido substancialmente diferente da versão dele.
LB Fico bastante contente pelo interesse mostrado pelo Kevin com o desenrolar do desenvolvimento do set. Penso que a peça com o "Build Your Dreams K.F." é uma excelente forma de a LEGO mostrar agradecimento. É daqueles pormenores que fazem com que este set suba mais uns lugares na sempre mutável wishlist pessoal.
Pessoalmente dividiria os sets Ideas em três grandes grupos. Os licenciados de filmes e séries, os baseados em veículos reais (por exemplo o 21309 NASA Apollo Saturn V) e os inspirados em construções originais dos fãs. Apesar da minha animosidade à proliferação de sets licenciados, acredito que até sejam estes que vendam mais no Ideas. A LEGO Ideas tem alguma política na distribuição entre licenciados e originais?
CS A LEGO tem um portfolio muito abrangente com IPs para quase todos os gostos e temas criados e desenvolvidos pela LEGO. Na minha opinião existe um balanço bastante saudável entre os dois e isso aplica-se também ao Ideas. Mas claro que neste caso há uma outra componente: as criações são as que os fãs submetem, por isso pode haver alturas (review stages) em que haja mais IPs e outras em que haja mais não IPs e isso pode influenciar o tal balanço. Mas não há nenhuma regra ou número fixo em relação a quantidades de um ou de outro.
LB Eu bem digo que a culpa da LEGO ter muitos conjuntos IP é porque os clientes compram :). No Ideas então a culpabilidade é a dobrar :)
Sendo um AFOL e sabendo de muitas "necessidades" dos AFOLs, quando desenhaste este conjunto em particular, tiveste alguma atenção a esta comunidade? Por exemplo peças que são úteis para determinado tipo de construções, peças em cores raras, etc.
CS Sim, claro. Além de tentar evitar coisas já "pré-fabricadas", como cadeiras, lanternas ou gavetas e com isso possivelmente contribuir para uma melhor experiência de construção, tentei utilizar peças que acho que seriam úteis, como slopes e bows variados em vários tons de castanho, utilização de peças apenas impressas ou uma multitude de peças em medium dark flesh que são relativamente incomuns. Para além, claro, da quantidade enorme de folhas em cinco cores diferentes. É um dos aspetos mais virado para AFOLs que consigo pensar neste set, pois não há nenhum outro que se aproxima da quantidade de folhas deste.
LB Realmente este conjunto é uma verdadeiro pack de folhas e por cima em dois conjuntos de tons diferentes.
Sabendo que a LEGO tem nas suas hostes vários AFOLs (ou ex-AFOLs), sentes que isso possa ter melhorado a qualidade dos sets lançados?
CS Eu acho que a maioria dos AFOLs que são designers tem um pouco mais de cuidado em pensar um bocadinho em coisas como colocar peças raras em algum set ou variar um pouco mais as cores interiores para proporcionar peças mais variadas. Mas acho que a maior vantagem é mesmo terem uma abertura maior para a comunidade AFOL. Tem mais propensão para ir a convenções e eventos e falam, por norma, mais com os fãs, etc. Relativamente à qualidade dos sets acho que há excelente designers vindos da comunidade AFOL mas também os há sem o ser
LB Este é, para já, o maior set Ideas. Sentiste uma maior responsabilidade?
CS Sim, este é o maior set Ideas até agora e eu sabia desde o momento em que ficou decidido que a escala seria similar ou que andaria perto do número de peças do 21311 Voltron. Mas não houve nenhum esforço consciente para o ultrapassar. O briefing era fazer um set que se distanciasse de todas as treehouses que a LEGO fez até hoje em temas como Creator ou Friends. Isto implicou um nível de detalhe e complexidade que fez elevar o número de peças (como por exemplo todas as cabines terem tiles no chão ou o efeito mais realista do riacho). Não senti mais responsabilidade por ser o maior mas mais por ser bastante complexo e orientado para um público-alvo de idades mais avançadas.
LB Inicialmente não previa que o número de perguntas pudesse chegar aos dois dígitos, portanto esta é a última e mais geral.
Sabendo que tens um passado extremamente rico em MOCs, como foi a adaptação à forma de construir (desenhar) sets LEGO?
CS A minha transição de fã para Designer, não obstante os meus MOCs serem de uma forma geral de natureza bastante frágil, foi muito boa. Em primeiro lugar a LEGO quando se inicia a carreira de designer oferece formação em como, mesmo conhecendo bem o sistema LEGO, deve ser o design de um set em termos de segurança, estrutura, adaptação a idade-alvo, estabilidade, etc etc. Em segundo lugar, é atribuído um mentor, um senior designer, que durante os primeiros meses tem a função de guiar e "ensinar" muitas coisas, e isso é uma ajuda enorme. Depois, nada é apressado. Tudo é bem planeado e atempado o que facilita uma integração maior. E claro que todos os sets LEGO passam por um rigoroso processo de qualidade e controlo o que leva a que se tiveres ideias mais "excêntricas" são muito provavelmente logo cortadas! O Designer é normalmente associado a um determinado set, mas na realidade há uma enorme equipa por trás de cada um deles e sem a qual seria impossível termos os conjuntos com a qualidade que temos nas prateleiras.
Um grande obrigado ao César por esta entrevista que enriquece os conteúdos AFOL em português. Como é de prever, esperamos que continue a criar brilhantes sets e MOCs representando de forma brilhante a bandeira portuguesa no mundo LEGO.
Não se esqueçam de dar uma vista de olhos no press release and facts deste set neste meu post. Aconselho também a ver o vídeo sobre o set aqui. Por fim, não se esqueçam que o César irá estar presente na próxima Comic Con Portugal!!
ps. Imagens provenientes do Brickset.
Engraçado, o nome com que me chegou o press release é 21318 LEGO Ideas Tree House. Talvez para vincar a origem do conjunto e, se calhar, também para distinguir de outros conjuntos (nomeadamente Friends e Creator) que foram lançados recentemente. É que este conjunto tem tudo para merecer distinção.
Vou ser sincero, não apostaria que o projecto original (aqui) chegasse aos 10 000 apoiantes e chegando também não apostaria que a LEGO o lançasse (apesar de achar que valeria a pena). Ainda bem que não apostei :)
Ainda bem porque é para este tipo de sets que acho que o Ideas vale a pena. Ideias novas e refrescantes que não estão dependentes de licenças. Sim, os Ideas licenciados são óptimos para atrair possíveis novos AFOLs, mas estes são excelentes para AFOLs. AFOLs que o que lhes interesse realmente é o LEGO. Sim, penso que os expoentes máximos do programa Ideas são sets como o 21109 Exo Suit, 21301 Birds, 21310 Old Fishing Store entre outros.
Mas antes de começar a opinar sobre este conjunto, fica aqui o habitual press release:
21318 LEGO® Ideas Tree House
Ages 16+. 3036 pieces
US $199.99 – CA $269.99 – DE €199.99 – UK £179.99 – FR €199.99 – DK 1799DKK –AUS $279.99
*Euro pricing varies by country. Please visit shop.LEGO.com for regional pricing.
Detailed Tree House model to challenge LEGO® builders and inspire endless play!
Build, display and play with this intricately detailed, 3,036-piece LEGO® Ideas 21318 Tree House playset. A complex build for experienced LEGO builders that all the family will love to play with, it features a landscape base and 3 LEGO tree house cabins—a main bedroom, bathroom and kids’ room. The tree has interchangeable sets of green summer leaf elements and yellow and brown fall leaf elements—these and various plant elements on the base are all made from sustainable-plant-based polyethylene plastic—and the treetop and cabin roofs are removable to allow easy access. The model is packed with play-inspiring features including a buildable picnic table and seats, swing, bonfire, treasure map and hidden gem element to play out a treasure hunt, and a wind-up crane on the balcony of the bedroom cabin. A great birthday gift, this unique creative toy comes with mom, dad and kids minifigures, plus a bird figure, to role-play fun family scenes. It also includes a booklet with building instructions and information about this LEGO Ideas set’s fan creator and LEGO designer.
Desta vez a LEGO também disponibilizou alguns factos sobre este set:
LEGO IDEAS Treehouse
The LEGO Group’s sustainable materials mission
LEGO elements made from plants
A LEGO destaca, e bem, a sua preocupação e investimento na questão do sustentável (o neo-ecologismo dos anos 80), algo que daria para uns bons artigos de opinião, não fosse a minha crónica falta de tempo.
Este conjunto do nosso César “CesBrick” Soares, baseado no projecto do KevinTreeHouse, tem tudo para ser um sucesso. O César pelo seu estilo de construção enquanto AFOL tem todos os conhecimentos para fazer do projecto original, um set interessante não só a nível da jogabilidade, mas também como uma estrutura imponente, vistosa e com técnicas avançadas que tornem a construção um deleite.
Confesso que estou muito curioso quanto à construção deste set e estou mesmo perto de o integrar na minha wishlist. Além disso deve ter um manancial de peças interessantes e úteis.
Ainda pensei destacar umas das últimas fotografias de um certo AFOL sérvio, mas esta construção colorida do César "CesBrick" Soares lá me fez voltar ao mote deste blog. Como está nas descrição no Flickr, não foi preciso grandes técnicas ou utilizações de peças de forma arrojada para construir um MOC extremamente vistoso que é a alegria para qualquer AFOL inclinado para construções medievais. De certa forma invejo a utilização de cores nada habituais que no fim de tudo resultam num esquema atraente.
O nosso César "CesBrick" Soares continua a supreender-nos com MOCs extremamente detalhados e inúmeros detalhes originais. É um exercício agradável para qualquer AFOL esquadrinhar construções deste género.
Fica aqui o link da apresentação deste MOC no fórum 0937, onde podem comentar em português e receber respostas directas do próprio autor.
O "nosso" César CesBrick Soares desta vez aventurou-se por paisagens italianas e presenteia-nos com este detalhado MOC. São tantos os pormenores que não vale a pena destacar todos. Fico-me pela paredes dobrada, pelas contras e pela utilização minuciosa dos cheeses nas paredes. Ahh, e as cores!
Nota-se também que construir este MOC é provavelmente um bom escape às regras do desenho de um set LEGO. :)
O César "CesBrick" Soares continua a maravilhar a comunidade AFOL, apesar do seu trabalho desgastante como Designer da LEGO, com os suas belíssimas construções. Esta pequena ilha tem uma superfície desconcertante que só alimenta ainda mais o interesse nos pequenos grandes detalhes que pululam pelo MOC. Vale a pena ver a imagem o maior possível para descortinar todos esses detalhes.
Basicamente o César CesBrick Soares consegue meter o nariz em praticamente todos os temas e a última construção é mais uma prova disso. Além das esperadas peças raras ou com utilizações inusitadas, adoro ver pormenores simples como o nível da vegetação ou as engrenagens.
Pergunto-me é o que o robô vai fazer agora com aquelas lâminas rotativas...
César CesBrick Soares volta ao tema em que ficou conhecido, habitações medievais. Desta vez temos uma pequena estalagem junto a um lago recheada de pormenores como é habitual neste autor português. Como sempre, aconselho a seguirem o link na imagem para melhor verem a quantidade e qualidade de pormenores.
Sim, eu sei que o César CesBrick Soares colocou o nome de General Store a este MOC, mas a primeira expressão que me ocorreu foi mesmo o título que dei a este post.
Como sempre o César utiliza as peças LEGO como meio para chegar ao seu objectivo de forma ímpar e sem olhar a grandes limitações. Além do festival de pormenores, o resultado final é simplesmente gracioso o suficiente para dar vontade de ter o MOC em cima da secretária para observar com prazer sempre que se puder.
César "CesBrick" Soares volta ao ambiente que o notabilizou com a cabana da Branca de Neve (sim, é ela ali no canto esquerdo) onde a quantidade de pormenores continua a ser bestial.. mas desta vez sem tantas paredes inclinadas.
Para melhor apreciar este MOC aconselho abrir numa resolução muito maior da que o monitor permite. Depois escolher um tema e andar a esquadrinhar a fotografia toda deliciando-se com os pormenores. Por exemplo, eu primeiro andei a ver a vegetação toda.. depois passei para a casa focando-me no trabalho das madeiras e nas pedras... depois andei nas ferramentas...
Markus Rollbühler desafiou alguns dos seus colegas LEGO Designers para construirem naves de corrida e o resultado é o espectáculo acima. Várias formas, várias técnicas, vários tipos de peças e tudo com uma qualidade acima da média. Destaco o trabalho do Chris Perron que já tinha destaco aqui; o trabalho do "nosso" CesBrick que pode ser visto aqui; e o trabalho do Tokyo Tag Team que pode ser visto aqui.
Eu sei que o homem não anda por Portugal, mas penso que podemos considerar esta como uma construção portuguesa. Agora é aumentar a imagem ao máximo e ver todos os pequenos pormenores que fazem desta construção uma delícia para qualquer AFOL.
Humm, tenho que dizer que é do César CesBrick Soares?
Quando era novo os Transformers nunca me atraíram muito e apesar do primeiro filme ter-me dado alguma curiosidade, os seguintes trataram logo de afastá-la :)
César "Cesbrick" Soares mostra outra vez as suas qualidades na construção com peças LEGO não deixando nada ao acaso. Mas mesmo nada.
É um mimo aumentar a imagem no Flickr e apreciar todos os pequenos pormenores desta beleza e andar a descobrir todas as diferentes peças utilizadas e o tipo de conexões que as ligam. Prometo que é um bom e enriquecedor exercício para esta tarde de domingo :)
Esta construção do Guilherme "Gads" Santos faz lembrar um pouco os trabalhos do César "CesBrick" Soares, no entanto tem o seu mérito próprio e o bónus de ser uma reinterpretação de uma construção sobejamente conhecida no mundo AFOL, o 6067 Guarded Inn (reeditado anos mais tarde como o 10000 Guarded Inn). Conhecido por ter misturado de forma perfeita a componente bélica habitual dos conjuntos medievais com a parte civil da época.
Bem que a LEGO podia lembrar-se disto mais vezes.
Quanto à construção do Gads, adorei a forma como alguns componentes mudarem para cores mais realistas, mas sem deixar o ar cartoon da construção. Também penso que a movimentação da torre para fora o centro do telhado dá, em conjunto com a adição de vegetação. um toque charmoso ao MOC.
Será que temos um herdeiro do César?
Como construtor de MOCs gosto de apresentar as minhas construções com o objectivo primordial de receber algum feedback. Desde o simples reconhecimento do favorito no Flickr até aos importantes comentários dos meus pares seja no Fórum 0937 (ou outro), no meu blog ou até no próprio Flickr. Penso que a maioria dos outros AFOLs que apresentam os seus trabalhos, também sigam os mesmos objectivos ou semelhantes.
Por isso fico algo irritado quando navego no Facebook* e dou com fotos de construções interessantes e nenhuma informação sobre o autor das mesmas. Nem um mísero link para a galeria no Flickr (ou Brickshelf, ou MOCPages, etc) ou sequer uma menção ao nome/nickname para se poder "googlar".
É que além de não conseguir dar o feedback ao autor da obra (de que serve fazer like ou comentar no Facebook na conta de alguém que não tem nada que ver com a construção?), também não posso ver outras fotografias da construção ou aplacar a curiosidade de ver outros trabalhos do homem.
Por isso pergunto-me, qual o objectivo de colocar MOCs no Facebook sem qualquer ligação à origem se nem o autor nem quem vê saí beneficiado? Louros para quem faz o post?
Pois, pessoalmente acho que nem quem faz isto sai beneficiado, já que, no meu entender, mostra um comportamento próprio de um ignorante.
Por outro lado temos o fenómeno de o autor apresentar os seus MOCs apenas no Facebook.. hum bom tema para um outro artigo aqui na LegOficina. :)
*refiro o Facebook porque é o local onde observo este fenómeno com mais regularidade, mas acredito que aconteça também, noutras redes sociais online.
**ahh, imagem de um excelente trabalho do português emigrado na Dinamarca, César "CesBrick" Soares.