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Oficina dos Baixinhos* - Blog sobre o hobbie LEGO® de um AFOL (Adult Fan Of LEGO) português. Relatos das construções, técnicas, críticas, pensamentos e afins sobre LEGO em Portugal e no mundo. *Antiga LegOficina
Este MOC do Ben Cossy já é interessante por si só, mas ao vermos a explicação da origem e da forma como foi construído, surge toda uma nova dimensão. Vale a pena ver o vídeo inteiro!!
Tema: Ideas
Ano de Edição: 2022
Número de Peças/Minifigs: 2065/2
Preço LEGO®: 300€
Link Brickset: https://brickset.com/sets/21335-1
Mais um Ideas!
Confesso que o projecto original não me cativou muito. A mística dos faróis estava bem conseguida, o modelo era interessante, mas havia qualquer coisa que não me fazia despertar a atenção. Talvez a escala.
As primeiras leaks com imagens mostraram algo que me agradava mais. A escala passou a ser a de minifig, continuava a ter alguma mística associada, estava motorizado e o esquema de cores parecia interessante. No entanto, mesmo assim, algo não fazia o clique. Mas avancemos.
Recebi o caixote deste set na passada quarta-feira e a primeira reação foi, que desperdício! Um caixote próprio para apenas este conjunto!
Claro que isto vem de encontro às (constantes) reclamações das embalagens machucadas, que ao fim ao cabo estava na mesma. No entanto acho que o custo ambiental para esta medida é enorme e, que me perdoem os coleccionistas de caixas LEGO, injustificável por causa de um preciosismo. O que interessa nos conjuntos LEGO são as próprias peças LEGO, o resto é isso mesmo. Resto.
Como a data do levantamento de embargo rapidamente se aproximou, toca abrir a caixa que agora o que interessava era ter o conjunto e o vídeo editado a tempo e horas. Esta análise foi escrita logo a seguir e, claro, demorou mais um pouco. Ao abrir a caixa fiquei surpreendido com a quantidade de sacos. Este set não era tão pequeno como as imagens da caixa fazem crer. Além dos sacos de peças (ainda são todos de plástico), a caixa também trazia duas embalagens de papelão. Uma com os dois manuais e duas pequenas folhas de autocolantes e a outra com uma baseplate 32x32 em azul escuro! Yeps, isto foi mesmo uma surpresa. Uma pessoa olha para as imagens da caixa, tira as medidas (mal) à altura, imagina como é que as peças são seguras no farol, tenta contar as BURPs, indaga-se se aqueles vidros ficam mesmo bem, etc e tal e não repara na base.
Como tinha dito acima, são dois os livros de instruções. Ambos com uma dimensão próxima do A4, o primeiro deles com 240 páginas e orientado na horizontal, o segundo com 164 páginas e orientado na vertical. O primeiro livro começa com o habitual aviso para o pessoal não ficar escandalizado com a eventualidade de aparecerem sacos de papel, com uma página inteira a demonstrar como se pode utilizar um separador de peças e, finalmente, algumas páginas dedicadas aos faróis, às lentes Fresnel, ao jovem Sandro Quatrini que desenhou o projecto original e sua história familiar onde é revelada o seu fascínio pelos faróis e, por fim, aos LEGO designers envolvidos. Logo depois disso ficamos a saber que este livro trata das primeiras sete fases de construção.
A primeira fase começa logo com a construção dos dois minifigs. Fiquei admirado por formarem um casal já que sempre assumi que o tripulante do barquito era um marujo. Ah, o barquito branco é lindo e é ligeiramente diferente dos outros que tenho em casa já que não tem dois buraquitos no interior perto da proa. Os remos também são diferentes do que estava habituado, mas o destaque vai mesmo para o gatito que também não conhecia o molde. A construção do interior do barquito segue o habitual que já vem do final dos anos 80, apenas acho que poderiam ter utilizado uma cor mais suave, tipo o tan, já que o castanho faz muito contraste com o branco. Depois do barco começamos a trabalhar na baseplate. Umas plates e tiles transparentes para a água, algumas slopes e bricks para as rochas e algumas plates e tiles em tan para a areia e aos poucos o formato da ilhota vai aparecendo. Achei estranho a utilização de 6 plates 2x4 em tan todas juntas já que seria mais simples a utilização de apenas uma plate 6x8, mas bastou pensar um pouco para me lembrar de pelo menos duas razões para isto acontecer. Primeiro a peça 2x4 aparece mais vezes. Segundo, as peças ao serem mais pequenas, são mais fáceis de retirar da baseplate. Aparecem também plates 1x5 e 1x1x2/3 onde facilmente se poderia ter utilizado uma combinação de peças mais vulgares. No entanto elas vão voltar a aparecer… Fiquei admirado sim com a utilização abundante de tiles quartos de pizza em trans-clear. Não me lembro de ver esta peça antes (nem o Brickset) e acho que tem um bom potencial. A segunda fase já é mais technic! Notou-se logo quando abri os sacos e também ao pegar no motor, cabo com luzes e compartimento para as pilhas com interruptores. O motor já tinha aparecido em 4 outros sets, mas tanto as luzes como o compartimento de pilhas apenas aparecem em mais um conjunto, respectivamente no novo comboio e no heli technic deste ano. Nesta fase achei piada à orientação na diagonal do molhe e fiquei curioso pela razão de terem colocado o motor numa espécie de amortecedor. Provavelmente a altura em que tem que ficar o eixo que transmite a rotação ao farol não entra na geometria LEGO e o amortecimento faz com que o motor fique na altura certa. Na terceira fase avançamos imenso na construção da ilhota já que colocamos as 4 BURPs que o conjunto traz. Não julguem que a tarefa é monótona ou que o efeito das BURPs é mau. Na verdade a construção vai rodeando a ilhota o que faz com que haja sempre algo diferente para colocar. Uma planta (em sand green!) para por ali, uma peça em SNOT para colocar ali e por aí a fora. As BURPs são disfarçadas e apenas se tornam evidentes para quem construiu ou para AFOLs mais treinados… o que significa praticamente todos os meus leitores :). Na quarta fase cobrimos a ilhota com recurso a imensas plates em olive green, viva! Estranhei a presença de 3 anéis (2 deles extra) em que a única utilização é a servir de bucha no eixo que transmite movimento de rotação ao longo do farol. Fui verificar e realmente o anel é um pouco mais pequeno que uma meia-bucha technic. Será que o vamos começar a ver em sets technic? Para a quinta fase reserva-nos a construção da base do farol e na colocação de tiles (em olive e sand green!!) na zona da pequena casa. Já se começa a entrever a forma com o farol é construído onde temos uma zona central pejada de peças com studs de lado que irão suportar plates com slopes curvas em SNOT. Nenhuma novidade mas com um efeito bem giro. A casinha ocupa a fase seguinte e mostra-nos que uma construção bem simples pode ter um efeito super querido, bonito e ao mesmo tempo jogável. Acabámos a casinha na sétima fase onde também a colocamos na ilhota. A disposição na diagonal acrescenta um valor enorme ao conjunto já que lhe quebra as linhas habituais das construções LEGO. Fica relativamente fixa e a passagem para a zona da torre do farol está muito bem conseguida. No entanto é aqui que fiquei com a sensação que a ilha é demasiado plana para ser realista. Claro que podemos justificar isto pensando que foi completamente terraplanada na altura da construção do farol. Com isto terminamos o primeiro livro e temos mesmo a sensação que as fases seguintes serão dedicadas à construção da torre!
O segundo livro contém as 6 últimas fases e não pensem que vai ser uma tarefa linear. Na oitava fase cuidamos da estrutura central do primeiro e segundo andar da torre do farol. Destaque para o facto de que o eixo de transmissão estar preparado para o caso de encravar com uma solução extremamente simples. Destaque também para a quantidade abusiva de bricks com studs de lado em tan. 1x4 e 1x2!! Na fase seguinte, a nona para quem já se perdeu, cuidamos de duas faces destes dois andares. São introduzidos alguns detalhes simples para quebrar a monotonia das paredes mas que funcionam bastante bem. Começamos também a cobrir o cabo da iluminação que se divide em dois, sendo que um deles é colocado na lareira da casinha numa solução bem simples mas que dá um efeito bem ternurento. Na décima fase construímos as restantes duas faces destes andares, desta vez com direito às janelas. Com recurso a peças simples, temos uma solução bem engenhosa e discreta com um efeito bem realista. Adorei o detalhe onde o vidro fica do lado virado para dentro. Depois de termos as faces do primeiro e segundo andar completos, podemos finalmente avançar para a fase que vai colocar o telhado da casinha. Construção simples que utiliza na sua maior parte peças vulgares (vou ignorar a presença das plates 1x1x2/3 em branco já que poderiam ter sido substituídas por vulgares 1x1) mas com um resultado muito giro e que só peca por não exceder a área da casa. Dá a sensação que se esqueceram das vulgares intempéries que habitam aqueles locais que vão resultar em paredes cheias de humidade já que as águas dos telhados escorrem directamente para as mesmas. Para a décima-segunda fase o objectivo foi construir o terceiro andar da torre do farol. Apesar de diferente dos andares inferiores, a construção é relativamente similar e sem grandes momentos wow além da presença de plates 1x5 e 1x1x2/3. Apesar de neste caso até se compreender a utilização das 1x5, o que penso é que os designers tentam colocar estas peças sempre que podem para justificar o aparecimento delas. Chegamos então à décima-terceira e última fase deste set e é praticamente toda dedicada ao topo do farol. A solução para estrutura que roda com a luz por baixo é muito semelhante aos faróis reais e além disso temos a presença de uma peça nova que reproduz uma lente Fresnel. Como disse logo no início do review, o livro de instruções dedica duas páginas (vá, uma e meia) a estas lentes e mostra uma foto com vários protótipos que foram experimentados. Nesta fase também tive que fazer algo que evito sempre, colocar autocolantes. A solução utilizada envolve um espelho que é conseguido através de um autocolante prateado, logo tive que me deixar de peneiras e colá-lo. Por último devo referir que a solução das peças de portão de garagem para fazer a parte envidraçada até ficou bem melhor do que estava à espera. Utiliza uma técnica semelhante ao que já se tinha visto no Assembly Square (que é brilhantemente traduzido como a “praça da assembleia” em alguns locais oficiais da marca) e que é sempre um encanto quando bate tudo certinho. No fim temos apenas que apenas colocar um barril no molhe, uma gaivota (sim, apenas uma…) e um peixito no barril e temos a construção concluída!
Começo logo por dizer que adoro o resultado final. Enquanto estava a construir estava a ficar com medo que no final a torre parecesse algo atarracada, mas na verdade isso não acontece. Sim, parece que falta ali algo logo abaixo da varanda, mas nada de preocupante no design geral. O estilo e forma de construção até é relativamente simples, mas acho que tem o seu charme e equilíbrio e aposto que ficaria bem numa cidade de modulares. Pelo menos o estilo de interiores e minifigs combinam.
Devem ter reparado que não falei do efeito das luzes e movimento, a verdade é que ainda não as experimentei já que não tinha pilhas à mão. No entanto é algo que pretendo fazer brevemente e apresentarei o resultado num vídeo na minha série de videologs.
Antes de acabar e por curiosidade, nas primeiras páginas do livro aparece uma fotografia de um farol que é relativamente parecido com este set. Sim, o telhado da casinha excede a área da mesma. Também devo dizer que tive enorme dificuldade em filmar, já que o espaço é bem mais pequeno e tive que várias vezes mudar a camara já que o farol ia crescendo imenso em termos de altura.
Por fim acho que descobri porque é que quando vi as imagens das leaks este set não me conseguiu cativar muito. O fundo negro da caixa! Há qualquer coisa nessa composição que não consegue transmitir o valor, o charme e o encanto que este conjunto é!
As Peças 9/10 (o único senão é o preço um pouco elevado)
A Construção 9/10 (algumas repetições mas no geral muito agradável)
O Desenho 10/10 (desenho que se revela simples mas cheio de encanto)
Jogabilidade 10/10 (perfeito para expor e com algum potencial de brincadeira)
Este é um conjunto que roça a perfeição com um belíssimo design, soluções de construção seguras e eficazes mas com um preço que poderá ser considerado alto tendo em conta a realidade portuguesa. Um must have para quem quer acrescentar um cenário marítimo aos modulares.
Conclusão 9/10
(Este conjunto foi fornecido para análise pela The LEGO Group, mas a review é da minha inteira responsabilidade)
Já há muito tempo que não falo na árdua tarefa que é representar água com peças LEGO. Encanto-me com as várias soluções que os AFOLs vão propondo ao longo dos anos e fico sempre admirado quando aparecem novidades. É o caso deste MOC do Grant Davis que alia a beleza da representação do mar com uma pequena e fofa praia encimada por um farol bastante original.
Claro que à primeira vista aquele vazio por baixo da onda incomoda.. mas a verdade é que há uma desculpa para isso. Uma grande desculpa!
Vejam o vídeo e fiquem maravilhados como eu fiquei!
O grande interesse gerado por este farol construído pelo John Tooker para uma iniciativa do Guilds of Historica, é que apesar de não ter grandes técnicas associadas, tem uma presença impressionante. No entanto o impressionante não se deve apenas à dimensão já que a arquitectura austera, a proporcionalidade, as colunas e o próprio terraço dão-lhe uma certa dose de monumentalidade.
Cheguei a este MOC por causa de outra construção do autor, Adam Betts, mas fiquei mais encantado com esta. Há vários pontos de interesse e quase que se pode dizer que todas as camadas tem o seu quê. Sim, a edição fotográfica também ajuda a criar o ambiente certo para este MOC que, com certeza, pode embelezar uma secretária.
Esta é daquelas ideias de génio que além de ser uma construção impressionante e com um efeito do caraças, foi executada de forma brilhante. Abre ainda mais a forma como podemos olhar as peças LEGO em termos de decoração.
Ahh, e funciona!!
Trabalho de BobDeQuatre.
Esta pequena brincadeira bem cartoon foi construída pelo the_jetboy para um concurso. Não é difícil de imaginar qual é a peça (ou parte de peça) que está ao barulho :D
Este farol construído pelo Mark tem a particularidade de conseguir captar na perfeição aquilo que eu penso que seria um farol medieval. Claro que devemos esquecer como é que levaram tanta pedra para aquele rochedo.. :)
Gosto da embarcação brick-built, do aspecto realista e envelhecido do edifício, dos vários detalhes em relação aos minifigs e dos animais (ena, uma tartaruga!).
Hugo "hugo.tx" Teixeira tem neste MOC o primeiro de uma série onde irá representar faróis, provavelmente portugueses.