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Oficina dos Baixinhos* - Blog sobre o hobbie LEGO® de um AFOL (Adult Fan Of LEGO) português. Relatos das construções, técnicas, críticas, pensamentos e afins sobre LEGO em Portugal e no mundo. *Antiga LegOficina
Tema: Technic
Ano de Edição: 2024
Número de Peças/Minifigs: 435/-
Preço LEGO®: 35€
Link Brickset: https://brickset.com/sets/42178-1/Surface-Space-Loader-LT78
Depois de ter ficado encantado com o 42179 Planet Earth and Moon in Orbit, a curiosidade com os restantes sets Technic Space adensou-se. Tive a oportunidade de construir este conjunto e aproveitei para fazer uma análise. Antes de mais devo lembrar que, por norma, não gosto de construir conjuntos Technic. Não tanto por construir de dentro para fora, mas talvez por muitas vezes não perceber o que está a acontecer ou a trabalheira que é corrigir eventuais enganos.
A construção deste conjunto, apesar de relativamente pequeno para o padrão de um set Technic, não me conseguiu cativar e, algumas vezes, dei por mim a desejar que fosse uma construção mais rápida. Como cereja no topo do bolo, há vários autocolantes para colocar, muitos deles em superfícies curvas. Bons tempos em que simplesmente os ignorava. As instruções estão espalhadas pelas 128 páginas do livro de instruções e foram divididas em 5 fases com 130 passos no total. São várias as chamadas de atenção para passos que, se não forem feitos como deve de ser, podem criar constrangimentos no final. Procedi à montagem durante vários momentos ao longo de três dias o que ajudou a aligeirar as reticências à forma de construção.
No fim temos um rover que, com alguma facilidade, podemos dizer que está à escala minifig. Tem um aspecto bastante espacial que é diminuído pela quantidade de buracos inerente ao tema. Ok, a LEGO cada vez tem mais painéis, mas mesmo assim não consegue disfarçar este aspecto que, a meu ver, não é nada bonito principalmente quando há contraste entre as peças e os eixos ou pins que estão no interior.
O Veículo possui três funcionalidades dignas de nota, a primeira é a direcção que, de forma algo surpreendentemente, está nas rodas traseiras. É um detalhe que ajuda a criar um sentido de modernidade mas, que a meu ver, não resulta muito bem. É que deste modo, as curvas conseguidas tem um raio demasiado largo. A segunda funcionalidade também não me agradou já que é uma espécie de guindaste accionado através de dois manípulos e que serve para levantar o módulo. O problema é que o módulo não fica nem bem seguro, nem tão elevado para ser transportado de forma eficiente. Por fim, a terceira funcionalidade é aquela que talvez utilize mais as capacidades das peças Technic. Rodando uma peça na traseira (logo abaixo da que serve para controlar a direcção), podemos configurar o modo do veículo. A primeira, que podemos chamar de exploração, onde a cabine fica elevada para, provavelmente, dar melhor visão aos tripulantes. A segunda, que talvez possamos chamar de movimentação, onde a cabine desce quase ao nível da superfície e, aparentemente, o veículo fica mais estável para grandes velocidades. O efeito é engraçado e quase que posso afirmar que este gadget é o coração de todo o conjunto.
Por fim temos uma espécie de pega que provavelmente é para utilizar com outro set do tema, o 42181 VTOL Heavy Cargo Spaceship LT81, mas não encontrei a confirmação.
Em termos de peças não sou a melhor pessoa para avaliar, já que não consigo dar utilidade à grande maior parte delas. No entanto confesso que aquele windscreen e aqueles pneus são muito, mas mesmo muito, interessantes!
É muito interessante o espaço ter chegado ao LEGO Technic e seria inevitável ter um conjunto mais baratucho como este. Cumpre o desígnio mas penso que sem brilhar. Provavelmente para esta sensação ajude o facto que o mundo Technic não me cativa.
Conclusão 6/10
Tema: City
Ano de Edição: 2024
Número de Peças/Minifigs: 240/1
Preço LEGO®: 20€
Link Brickset: https://brickset.com/sets/60430-1/Interstellar-Spaceship
Outro conjunto espacial deste ano em que o nome promete muito. Será que o resultado cumpre o esperado?
Interstellar remete claramente para o grande filme do Nolan de 2014 e até pode dizer-se que há algumas semelhanças desta nave com uma das utilizadas no filme. Não consigo sequer imaginar outra razão para a utilização desta palavra no nome do conjunto, já que não se espera que uma nave desta dimensão tenha capacidades interestelares.
Para a construir temos um livro com dimensões perto da A5 com 104 páginas. São duas as fases e,sinceramente, não senti que cada uma representasse uma secção do veículo. A construção é simples, rápida e, até se pode afirmar, agradável. Vemos a nave a crescer de baixo para cima e é fácil chegar à conclusão de que os designers gostam muito de complicar o que poderia ter levado metade das peças a construir. O que resulta numa nave que até é relativamente pesada para a dimensão que possui.
Pessoalmente gosto bastante do resultado final já que é um bom compromisso entre brinquedo, estética e funcionalidade. Claro que pelo meio temos uma seleção de peças algo inútil nas mãos das crianças, mas isso é o pão nosso de cada dia em muitos temas LEGO. Claro que, por outro lado, temos também aquelas peças que agradam os AFOLs mais imaginativos.
O gadget accionado pelo acto de pressionar bateria está muito bem conseguido e, realmente, impulsiona o factor swoosh da nave a velocidades incríveis. Gosto também do detalhe dos travões aerodinâmicos apesar de achar que o designer teria outras ideias quanto à sua função. De qualquer forma, também não estou a ver que utilização teriam em viagens interestelares. A quantidade de peças que esta pequena nave possui resultou num veículo maciço (e pesado como referi anteriormente) e, portanto, sem qualquer espaço interior além do reservado para a piloto. É pena, porque algum espaço para bagagem, espaço para outro tripulante ou mesmo para o drone, seria algo que poderia aumentar a jogabilidade.
O tripulante está equipado de azul escuro o que, segundo creio, significa que é o líder da equipa de pilotos deste tema. Aliás, acho fantástica esta divisão por cores que a LEGO fez neste tema. Qualquer coisa como azuis para os astronautas, verdes para os cientistas e amarelo torrado para os prospectores. Além do astronauta, temos um pequeno e simpático drone que, como referi acima e pelo que depreendi, não tem lugar na nave espacial.
Gosto da nave tanto pelo preço justo como pela jogabilidade geral. No entanto fico com a sensação que poderia ter ido mais além.
Conclusão 8/10
Tema: City
Ano de Edição: 2024
Número de Peças/Minifigs: 1097/6
Preço LEGO®: 100€
Link Brickset: https://brickset.com/sets/60433-1/Modular-Space-Station
Só o nome do set já faz babar qualquer entusiasta de construções espaciais LEGO como eu. Depois de duas estações espaciais lançadas há poucos anos que, curiosamente, tinham o mesmo nome, a 60227 Lunar Space Station de 2019 e a 60349 Lunar Space Station de 2022, a LEGO volta ao tema e desta vez não se faz rogada e praticamente dobra o número de peças das anteriores e, claro está, o preço. Será que valeu o esforço?
As minhas análises aos sets anteriores (links acima) revelaram que apesar de ter gostado da ideia e de vários detalhes, o resultado esteve longe da excelência que eu esperaria deste tipo de conjuntos. Para este conjunto senti o mesmo (sim, estou já a fazer a conclusão) já que o número de peças, o estar montada num aro e um esquema de cores mais ao meu gosto, não foi suficiente para me satisfazer por completo.
Mas vamos lá começar pelas peças onde os dados Brickset resultam em algo curioso já que afirma que o set tem 1097 peças mas o inventário de peças dá um total de 1113. Como é habitual deste site, os dados são retirados das bases de dados da própria LEGO. Como não andei a contar as peças (nem pretendo fazê-lo) não consigo afirmar quais destes números é o correcto, ou mesmo se algum deles o é. De qualquer forma o Preço Por Peça está abaixo dos 10 cêntimos, o que nesta altura é algo que poderemos afirmar com uma nota positiva. Mesmo sabendo que a maior parte das peças é minúscula. Há algumas peças exclusivas mas apenas destaco uma delas, as quatro unidades da bandeira em preto com a impressão de painel solar. Este destaque tem um sabor agridoce porque apesar de gostar bastante desta peça e da sua impressão, não sei até que ponto não teria sido melhor continuar com as impressões do conjunto de 2022. A canópia transparente e as grandes engrenagens (¼ de aro) em sand-blue também poderão ser consideradas interessantes, mas a primeira já havia semelhantes e as engrenagens não são bem a minha praia. A grande quantidade dos paíneis 2x2x2 no novo trans-black, as slopes curvas invertidas 2x2 em DBG, as plates round 1x2 em LBG e as peças no novo laranja avermelhado são algo a ter em conta. Atentos também às duas unidades dos painéis em branco e às duas em trans-black que “tapam” os módulos, já que são peças que, acredito eu, tem um bom potencial de utilização. Depois há uma boa série de peças interessantes em que destaco a variedade de peças brancas.
A construção disto tudo pode ser um pouco desconcertante. Primeiro porque temos 6 livros para 9 fases de construção. Ok, poderemos dizer que é para dividir a construção entre vários elementos da família, mas entre jogar um bom jogo de tabuleiro ou construir um set LEGO em família, a minha escolha vai directamente para a primeira opção. Depois temos duas fases (a segunda e terceira) que é no fundo uma construção technic. Por fim, temos 4 módulos praticamente iguais que, surpreendentemente, até nem me aborreceu muito. Talvez porque achei que era um detalhe esperado tendo em conta o tema do set e porque os designers fizeram com que a construção dos módulos fosse intercalada com outras secções.
O resultado é.. Também desconcertante. Gosto dos aspecto geral dos módulos e até compreendo a dimensão de forma a manter o preço num limite satisfatório. No entanto, não compreendo não ter porta de comunicação utilizando a própria peça que a LEGO fez para servir de escotilha. Podemos afirmar que os miúdos podem aceder ao interior dos módulos através do estreito espaço criado em cima, mas a aventura de estar no espaço é mesmo passar pelas escotilhas. Outro detalhe que não me agrada é que a estação tem o formato circular porque esse é um formato muito visto em filmes e séries de TV. Mas há uma razão para isso, já que se a estação rodar, a força centrífuga vai fazer com que seja possível simular a gravidade nos módulos. Mas para isso o “chão” deverá estar no exterior do aro e não na disposição que este conjunto nos dá. Aliás, a disposição é tão esquisita que no caso da estufa, as plantas iriam ficar esborrachadas no topo do domo. Outro problema é que temos os módulos separados e como não há câmaras de descompressão, de toda a vez que um astronauta quisesse ir a outro módulo, toca a retirar o ar todo do módulo (com todos os inconvenientes associados) e voltar a encher. Yeps, muito giro. Portanto além de escotilhas como deve de ser, os módulos deveriam estar conectados de algum modo.
Claro que agora o pessoal pode reclamar que os miúdos não ligam a esses detalhes.. Ligam, sim. Aliás, os contratempos do vácuo é uma características mais importantes em qualquer história que se passa no espaço.
As minifigs são seis o que faz com que fique uma em cada módulo ou veículo. Por falar em veículos, a “mota espacial” está giríssima mas sinto que algo deslocada no tema. A antena parabólica deveria estar noutro local, mas neste ponto onde as incorrecções são tantas que já nem ligo.
É um brinquedo que cumpre quanto à sua jogabilidade, no entanto consegue ao mesmo tempo desiludir. Não foi à terceira que a LEGO acerta no alvo, mas espero que volte a tentar que o pessoal gosta na mesma.
Conclusão 7/10
Tema: City
Ano de Edição: 2024
Número de Peças/Minifigs: 311/4
Preço LEGO®: 30€
Link Brickset: https://brickset.com/sets/60431-1/Space-Explorer-Rover-and-Alien-Life
Um possante veículo explorador encontra vida extraterrestre. Será que a LEGO conseguiu estar à altura deste importante momento para a humanidade?
Vamos ser sinceros, os queridos seres verdes são o extra deste set já que todas as atenções são direccionadas para o 6-rodas. É, provavelmente, essa mesma característica que distingue mais este veículo. Também o design é algo agressivo (não é fácil de imaginar uma torre de armamento no topo?), detalhe que pode ser aligeirado pelo esquema de cores. Os amortecedores frontais são outro pormenor cativante e que claramente mostram a sua função. A engenhoca que serve de amortecedor para as rodas traseiras não é tão evidente, mas funciona de forma satisfatória. Fico curioso como seria implementada a direcção num veículo deste género. O rover possui uma porta traseira para o “carrinho telecomandado”, mas fica um pouco esquisita já que a rampa na posição de aberta fica com uma inclinação exagerada e mesmo assim não chega à superfície. Retirando a canópia e parte da estrutura superior, dá para perceber que existe espaço para dois tripulantes além do habitáculo (separado) do “carrinho”. Curiosa a opção da colocação dos projectores de luz que estão distribuídos de forma não simétrica. O mesmo acontece com a pequena antena de comunicações. A estética geral segue a linha dos demais veículos do tema, onde o branco predomina com o preto nas áreas funcionais e apontamentos em sand-blue e no novo laranja avermelhado. As canópias e janelas são no novo trans-black que, de forma algo ridícula, aparece com outra tonalidade nas fotografias e imagens ilustrativas. No geral o desenho é agradável com linhas modernas mas sem cair no exagero.
A primeira parte da construção do conjunto é dedicada às crateras (?) onde se escondem os simpáticos alienígenas e ao pequeno robô sobre rodas (o tal carrinho telecomandado). Para isto foi necessário criar um livro de 20 páginas. Para as três fases seguintes, que são dedicadas ao 6-rodas, estão descritas num livro maior com 88 páginas. A construção segue a tendência actual onde habitam algumas peças technic, recurso comum ao SNOT tanto para finalidades estéticas como estruturais, utilização de peças algo gigantes e de mono utilização e, por fim, a questionável escolha de peças quando outras, mais simples, poderiam ter sido utilizadas.
Por isso, a distribuição das peças é a habitual na maioria dos sets LEGO de hoje em dia. Uma grande maioria de peças específicas e de difícil utilização pelas crianças. Peças que, por outro lado, poderão fazer babar os AFOL mais criativos e que gostem do tema. Existem várias peças deste ano e algumas delas até são exclusivas deste conjunto. No entanto o meu destaque vai para as peças no novo laranja-avermelhado, para as seis rodas (que ficam muito bem com aquela guiador technic) e para a dúzia de bricks 2x2 de canto facetado em tan. Kudos também para as figuras, os dois astronautas e os dois queridos aliens.
É um conjunto aceitável para o preço e para o que pretende transmitir. Qualquer criança poderá criar aventuras com o que é disponibilizado e um bem haja à LEGO por ter dado um ar simpático aos extraterrestres. Não é necessário um conflito evidente para criarem-se histórias interessantes. Bastante jogável, peças interessantes (para AFOLs), um design moderno e um preço justo faz deste set uma compra segura.
Conclusão 8/10
Tema: Technic
Ano de Edição: 2024
Número de Peças/Minifigs: 526/-
Preço LEGO®: 80€
Link Brickset: https://brickset.com/sets/42179-1/Planet-Earth-and-Moon-in-Orbit
Já posso ter construído muitos dos sets espaciais deste ano, mas este é, provavelmente, aquele que vai ficar mais na minha memória. E não é por já ter construído três cópias (para o meu trabalho, Caixa de Brinquedos em Paredes de Coura)...
Há já alguns anos tinha experimentado construir uma versão do JK Brickworks e tinha ficado maravilhado com a forma simples que representava o movimento destes três astros. Quando soube que a LEGO iria ter uma versão própria, fiquei imediatamente atento já que seria excelente para ser utilizado em sessões na Caixa de Brinquedos. Depois de o ter, bastou mostrar a alguns professores para ter logo várias sessões agendadas que tiveram todas o seu sucesso.
Vou agora dirigir este texto para a minha visão pessoal deste conjunto. Não sou propriamente fã dos sets Technic. Reconheço qualidade e interesse, mas simplesmente não me enquadro no tipo de construção. No entanto, não senti aborrecimento na construção deste conjunto, mesmo tendo o feito três vezes. Para a dimensão do conjunto, até é relativamente rápido de construir e, se estivermos bem atentos a alguns passos, simples de chegar ao fim sem erros. Sim, porque errar um passo num conjunto Technic pode ser sinónimo de uma boa dor de cabeça. O livro de instruções tem uma dimensão próxima do A4 e possui 144 páginas. São quatro as fases e, fora a última onde se constrói o sistema Terra-Lua, não representam propriamente secções separadas. Para quem gosta mais de system, há para ali umas peças que pouco mais fazem do que algum detalhe estético. Desenganem-se se acham que ao construir o set vão ter uma noção das multiplicações e desmultiplicações das engrenagens de forma a entender o que se passa. Apenas depois do modelo pronto é que podem procurar os efeitos provocados por dar à manivela e, mesmo assim, não são nada evidentes para um leigo como eu. Por falar em dar à manivela, a LEGO conseguiu que todas as engrenagens funcionassem de forma suave o que torna possível ser manejado por qualquer criança. Claro que temos que segurar na base com a outra mão, mas acho que esse gesto é tão automático que quase nem valeria a pena referi-lo.
Não contei as rotações necessárias para fazer a translação do planeta Terra ou mesmo a fidelidade do sistema Terra-Lua, mas acredito que tenham levado ao detalhe possível. Verifiquei sim a inclinação da Terra que irá provocar as estações do ano e sim, está bastante fiável. Por curiosidade, o modelo que tinha construído do JK Brickworks não possuía este detalhe.
No final o modelo tem a sua presença e possui um apelo enorme para vê-lo a funcionar. Toda a gente que mostrei o conjunto ficou surpreendida e os comentários foram bastante positivos. Quando recebi um, o meu filho quis logo montá-lo para tê-lo no quarto!
É um conjunto que marca pela sua componente claramente didáctica mas também por ter levado o tema Technic a sair dos habituais veículos. A execução por parte da LEGO é excelente fazendo que o set seja obrigatório tanto para os technicistas como para qualquer pessoa que goste de astronomia e coisas ligadas ao espaço.
Conclusão 10/10
No passado sábado fui convidado para um evento LEGO no Planetário do Porto e desde já um grande obrigado ao convite! Como era dedicado aos conjuntos LEGO Space deste ano e como nunca tinha ido ao planetário (eu sei, uma falha grave), nem perdi muito tempo a ponderar o assunto. Mesmo trabalhando nesse dia, lá consegui arranjar as coisas para estar presente com o meu filho e companheira.
No evento, além do material do próprio planetário que abordarei mais abaixo, estavam expostos todos os conjuntos que a LEGO comercializa actualmente ligados ao espaço ou exploração espacial. À primeira vista poderá parecer pouco já que são apenas sets e já são todos relativamente conhecidos do grande público. No entanto dei por mim a dar uma vista de olhos atenta a todos os que não conhecia ao vivo. Estranhamente, apesar de estar imensamente habituado aos conjuntos LEGO, às vezes tenho dificuldade em avaliar os conjuntos apenas pelas imagens. Principalmente quando estão rodeadas com ruído como acontece nos catálogos da marca. Portanto durante o tempo que estive a olhar para as vitrines, deu para apreciar os conjuntos Technic, para enamorar-me ainda mais pelo Tales of Space Age, para voltar a pensar que Friends é melhor do que o suposto ou para continuar a achar que a Via Láctea ou o Artemis definitivamente e apesar da sua imponência, não são sets para mim. Esta pequena exposição é uma excelente forma de avaliar estes conjuntos para uma possível compra, já que pessoalmente prefiro vê-los assim que através do ecrã de um computador ou telemóvel. Além disso estão num local que potencia todo o ambiente dos conjuntos, o Planetário do Porto.
Adorei visitar o local tanto pela exposição e actividades permanentes deste equipamento, bem como o filme e viagem projectados no planetário. O filme que vimos (existem vários que são utilizados conforme o público) era infantil, mas de qualidade superior que até a mim me divertiu mesmo já sabendo tudo de trás para a frente. Fiquei ainda mais contente ao perceber que tinha sido produzido pela própria instituição, revelando assim a excelência do seu trabalho. Mas o melhor estava na segunda parte da projecção, uma viagem pelo espaço. No início não tinha percebido que a viagem não era por locais pré-estabelecidos, mas por onde o apresentador estava a decidir na hora. Raios, eu quero uma coisa daquelas em casa! Visitar as luas jovianas quando me apetecesse, sobrevoar Noctis Labyrinthus quando me desse na gana e visitar a cratera Tycho aos pequenos almoços à espera de ver um monólito enterrado algures. Claro que perguntei aos responsáveis se alugavam o espaço para ir fazer umas viagens de vez em quando. Não disseram que não.... Uma apreciação extra ao pessoal do planetário que tiveram-me que aturar, um maluquinho do espaço no meio de tanta coisa fixe!
Por isso acho que a LEGO teve uma excelente ideia em expor os sets espaciais no Planetário já que podemos assim ver e analisar todos os conjuntos de uma vez só e ao mesmo tempo adicionar à visita um equipamento espectacular. A exposição estará lá até ao final de Julho e algo me diz que há uma boa probabilidade de lá voltar novamente em família!
edit: mais algumas imagens, desta vez não foram fotografadas por mim.
Tema: City
Ano de Edição: 2024
Número de Peças/Minifigs: 140/1
Preço LEGO®: 10€
Link Brickset: https://brickset.com/sets/60428-1/Space-Construction-Mech
No mês passado prometi que iria avançar com reviews dos conjuntos City Space deste ano e apesar de não sentir que vá ter disponibilidade para cumprir na sua totalidade, pelo menos começo 😀.
Se ignorarmos o polybag, este é o mais pequeno do lote. São 140 peças por 10 euros (PPP de pouco mais de 7 cêntimos) que vem numa pequena caixa. As peças estão em 3 saquetas de plástico não numeradas fazendo parceria com um pequeno livro de instruções com 72 (!) páginas e uma minúscula folha com 4 autocolantes. Curiosamente, os quatro autocolantes são iguais.
Começamos a construção pelo minifig que, segundo o Brickset, é exclusivo deste conjunto. Mais tarde pretendo falar dos minifigs deste tema já que acho que a LEGO fez um brilharete. Depois do minifig, passamos para o pequeno robô cuja base assenta numa peça Technic. A construção é simples mas sem deixar de envolver um SNOT conseguido através de peças Technic. Como é apanágio deste tema, vem equipado com a bateria, detalhe que a ver se falo mais no futuro. Antes de chegar ao mech, construímos uma pequena porção do terreno alienígena. Dá-nos um vislumbre do cenário de exploração e cumpre o objetivo de servir de cenário para os veículos deste conjunto bem como introduzir os cristais, peça fundamental da aventura deste tema. A construção do mech ocupa a maior parte do livro de instruções e o número de páginas é justificado pela repetição de alguns passos que são exactamente iguais. Claro que se compreende essa repetição percebendo a perspectiva de uma construção linear. Essa repetição não torna a construção monótona porque simplesmente não há tempo para isso. Demora menos de 10 minutos e pode dizer-se que é agradável.
O resultado final não surpreende mas também não compromete. É um pequeno mech que serve perfeitamente como entrada ao tema mas com o bom detalhe de não ser redundante com o conteúdo dos conjuntos maiores do tema. Gosto do esquema de cores onde as cores neutras (branco, preto e cinzentos) são sobriamente acompanhadas pelo sandblue e pela nova cor, reddish orange. Que, como o nome indica, fica algures entre o laranja e o vermelho. Nestes pequenos mechs a parte traseira costuma ser esquecida. Neste caso apesar de não ser propriamente detalhada, também não ficou sem nada.
Em termos de peças não temos peças exclusivas, apesar de algumas serem exclusivas do tema. Fiquei surpreendido pelas 9 plates 2x3 (4 em LBG e 5 em preto) acompanhadas por outras plates básicas bem como outras peças que podemos incluir numa hipotética família de peças básicas. Curiosamente, todos os bricks básicos (dois 1x2 e um 1x1) são em dark orange. Depois temos a miríade de peças modificadas e Tehcnic. Destaque para as duas tiles 2x2 impressas com o renovado logótipo espacial, para a ainda incomum plate round 1x3 e para as mais vulgares barras com studs nos extremos.
As Peças 7/10 (um bom punhado de peças)
Construção 7/10 (rápida demais para marcar)
O Desenho 7/10 (competente sem deslumbrar)
Jogabilidade 9/10 (idealizado para ser brincado)
Este conjunto pode não surpreender, mas mais do que não comprometer, é uma excelente entrada para o tema. Esquema de cores sóbrio, aspecto que não desilude e, acima de tudo, possibilidade de jogabilidade excelente num tema muito bem conseguido pela LEGO.
Conclusão 7/10
Nos últimos dias tenho construído alguns dos sets da linha City Space deste ano. As minhas suspeitas iniciais estavam corretas e, no geral, estou a adorar. Claro que há detalhes menos conseguidos como, por exemplo, os vidros demasiado escuros que, hilariamente, são "clareados" nas imagens das caixas. No entanto há imensos pormenores que estão na linha do que eu gosto mais. Ausência de conflito evidente, extraterrestres simpáticos, alguma conectividade entre sets, baterias de energia comuns aos vários veículos, módulos espaciais, etc.
Não sei se vou conseguir fazer o review a estes sets, mas fica pelo menos a intenção de fazer a alguns deles durante o próximo mês!
Sem querer fui parar a este longo post do Jan Kusters no Eurobricks e passei uns bons minutos a seguir a história, contemplando as imagens e a lembrar-me que quando era miúdo, fiz algo do género. Claro que num formato bem mais humilde.
Basicamente o Jan criou uma longa história de exploração espacial a partir de uns quantos sets LEGO, algumas modificações e muita imaginação. Pode não haver grandes técnicas de construção ou a história primar pela originalidade, mas uma coisa é verdade. É encantadora na forma como parte de uma premissa comum e mostra a grandiosidade de uma aventura da humanidade de uma forma que todos nós poderíamos fazer.
As fotografias e a sua edição estão bestiais e criam a atmosfera perfeita para a história. A própria superfície de uma boa parte das fotografias transportam-me imediatamente para as minhas recordações. Era normal brincar em cima da cama onde os planetas para onde as minhas sondas e naves viajavam eram simplesmente os restantes móveis do meu quarto. Uma viagem às outras divisões da casa eram, claro, viagem interestelares!
Este trabalho do Jan mostra que não são necessários grandes conhecimentos de técnicas de construção ou um grande stock de peças para brincar com LEGO por muito tempo. Basta sim trabalho, paciência e uma boa dose de imaginação!
Vale a pena ler a história e imaginar outras aventuras do género com o nosso LEGO.
Tema: Icons
Ano de Edição: 2022
Número de Peças/Minifigs: 1254/5
Preço LEGO®: 100€
Link Brickset: https://brickset.com/sets/10497-1/Galaxy-Explorer
Com a comemoração dos 90 anos da empresa LEGO, a empresa aproveitou para lançar alguns conjuntos referentes à data. Este é um deles e é basicamente um reimaginar do conjunto 497/928 Galaxy Explorer de 1979. Como bónus, a LEGO disponibilizou na Internet as instruções para novas versões dos irmãos mais pequenos do Explorer, o que pode dar a vontade a algum pessoal de comprar logo 3 unidades deste set.
A caixa é logo uma das características que chamam a atenção pelo seu design já que remete directamente para aquela que é chamada a época de ouro da LEGO (algo que poderá ser questionável). Vou ser sincero ao dizer que adoro estas caixas e não é só pelo sentimento nostálgico que despertam. É que acho que o artigo em si (neste caso, a construção LEGO), é muito mais visível e fácil de perceber que a grande maioria das caixas que se fazem agora. Bem, não é propriamente agora mas sim nas últimas duas décadas. Ok, as caixas da linha Icons e linha Ideas já começam a ter minimalistas, mas a verdade é que aquele fundo negro não beneficia alguns dos sets e acho que esta aproximação (a clássica) é mais alegre e consegue criar uma identidade mais única. Achei estranho a caixa ser aberta através de um punch lateral o que a danifica. Não é que isso me chateie muito (a minha já foi para a reciclagem), mas tendo em conta que, creio eu, a maioria dos AFOLs colecionadores gosta de as guardar, a ceninha da fita-cola seria a escolha mais lógica.
Em termos de peças devo mesmo começar por referir que o PPP é muito jeitoso. Anda perto dos 8 cêntimos, o que é um verdadeiro achado hoje em dia no que toca a Icons. Há várias peças exclusivas, a maior parte delas são impressões e outras penso que sejam actualizações de moldes já antigos e por isso tem uma nova referência no Brickset. Pessoalmente o destaque vai para o tile meio círculo em light-bley (foram tantas as vezes que achei que esta peça ficaria melhor do que duas quartos-de-pizza juntas), as canópias em amarelo transparente (sim, uma estava riscada e parece que é comum isso acontecer) e para os óculos dos Minions (6303442). Mas além destes destaques há muitas outras peças bastante úteis e, por isso, não posso deixar de dizer que adorei as peças impressas, a quantidade fenomenal de plates e tiles cinzentas e as sempre úteis wedges. Achei piada a que só tenham sido utilizadas cores que existiam na altura (claro que o cinzento fui substituído pelo novo) mas que no fim faz com que a pallete de cores das peças seja algo monótona. Yeps, já não consigo viver sem aqueles tons pastéis todos.
Provavelmente esse é um dos pontos que eu considero como dos mais fracos do conjunto. Se por um lado o esquema de cores obedece de forma irrepreensível o modelo original, acho completamente deslocado do que normalmente se vê e viu na ficção científica. Aliás, o próprio formato da nave é algo esquisito. Mas claro que não me posso queixar disso já que o designer (o excelente Mike Psiaki) seguiu à risca os valores do original. Aliás, devo referir que tendo em conta as limitações do desenho de sets LEGO, o original e o preço target, dificilmente se conseguiria fazer melhor do que este set. Eu é que se calhar adoraria que a LEGO fizesse uma nave espacial na linha Icons com traços modernos mais sem ser vinda de um filme, série de TV ou IP manhoso.
Há detalhes que são excelentes, começando pelo trem de aterragem, as técnicas perfeitas que foram utilizadas para se conseguir aqueles ângulos, os interiores que normalmente são esquecidos, o plano inclinado para o habitáculo, o gadget da rampa de acesso, a porta entre o compartimento do rover e o habitáculo, o próprio rover, as setas “impressas” e as minifigs onde se inclui o robô bem ao estilo clássico. Aliás, é mesmo nisso que o conjunto vale. Consegue cheirar a clássico mas onde o estilo de construção é do mais moderno que há e o facto de ser 1.5x maior só lhe traz encanto. Aliás, a nave é mesmo enorme para aquilo que nos habituamos a ter nesta faixa de preço!
Para chegarmos a este desenho a construção desenvolve-se ao longo de nove fases que nos são mostradas num livro de instruções com 164 páginas e com dimensões próximas do A4. As primeiras quatro fases são dedicadas ao que eu chamo a estrutura da nave. A primeira pode assustar pela quantidade de peças technic que, apesar de serem na maioria úteis bricks technic, é mesmo assim algo aborrecida. Mas depois tudo muda e começamos a trabalhar com peças na diagonal onde são utilizadas várias soluções interessantes para no fim bater tudo certinho. As últimas cinco fases tornam as coisas ainda melhores, já que dedicamos praticamente todos os passos ao casco e habitáculo da nave. Sim, há vários momentos de construir em espelho algo que fizemos uns passos antes, mas nada que torne a experiência cansativa. Há detalhes de construção como a comporta e as setinhas “impressas” que são os momentos que mais facilmente ficam gravados na memória. Num ápice temos a nave pronta e até começamos a pensar que poderiam ter ido mais além com a superfície lunar e a pequena base como acontece no original.
A jogabilidade foi testada pelo meu filho. Fartou-se de brincar com algo que não é relativo a um filme ou série de TV, cujas as minifiguras são genéricas e que não há um conflito implícito. Afinal há esperança na humanidade já que as crianças de hoje conseguem ainda brincar com algo que era comum há 40 anos atrás e que insistem a dizer-nos que está fora de moda. Portanto, 10!
As Peças 9/10 (bom preço para uma boa variedade e com algumas preciosidades)
A Construção 10/10 (excelente experiência com vários momentos wow)
O Desenho 10/10 (um redux perfeito)
Jogabilidade 10/10 (tudo para uma criança ser feliz num set de luxo)
Excelente preço para um bom volume de peças. Excelente experiência de construção que resulta num set que consegue captar uma época da LEGO sem parecer datado e, por fim, uma jogabilidade excelente onde qualquer criança consegue brincar sem recorrer a um qualquer IP de qualidade questionável e sem conflito implícito!
Conclusão 10/10
(Este conjunto foi fornecido para análise pela The LEGO Group, mas a review é da minha inteira responsabilidade)
Tema: City
Ano de Edição: 2022
Número de Peças/Minifigs: 1010/7
Preço LEGO®: 140€
Link Brickset: https://brickset.com/sets/60351-1/Rocket-Launch-Centre
Peças brancas para fazer domos!! Brrrr…
Este é o conjunto da série que menos me chamou a atenção, talvez por se situar na Terra, talvez por aquele centro espacial não me convencer muito, talvez por aquele foguetão ser parecido com o editado em 2019 (de qualquer forma, todos os foguetões são parecidos.
Em termos de peças este conjunto segue em linha com os anteriores da série, ou seja, tem um PPP superior a 10 cêntimos, o que para mim é caro. Ok, temos muitas peças de grande dimensão e um bom punhado de exclusivas, mas mesmo assim os quase 14 cêntimos parecem-me exagerados. Além dos quartos de domo em branco, destaco as duas unidades dos cestos em branco, as duas fences 29165 em branco, os exclusivos 14 (!) andaimes em azul escuro e a variedade que me parece ter uma melhor distribuição peças básicas vs peças específicas que muitos sets do tema City. Por último devo referir que a presença da peça que emite luz não acrescenta nada ao conjunto. Um completo desperdício.
Surpreendentemente achei a construção agradável. Claro que haver secções bem diferentes ajudou à festa, mas penso que isso não foi a única característica que levou a essa minha impressão. As oito fases estão distribuídas ao longo de 4 (!) livros. O primeiro é dedicado ao pequeno todo terreno que vai abrir a tampa (não me vem à cabeça outra expressão) ao meteorito acabado de cair. A construção é agradável e o efeito é bem melhor do que eu estava à espera. Aquele veículo tem tudo para servir de base a coisas interessantes. No segundo livro montamos aquela espécie de garagem com um telescópio no topo. A montagem da parte inferior é sofrível, mas o telescópio já tem algumas coisas giras para ver. Pessoalmente achei que o conjunto poderia ter ficado muito melhor, mas reconheço que em termos de jogabilidade é satisfatório. Curiosamente aparece na capa deste livro de instruções um pequeno rover que apenas será construído na última secção do set. A terceira secção é uma espécie de sala de controle. É, de longe, o componente que menos me atraiu apesar de sentir que tem lógica ter sido incluído no set. Construção simples com um ou outro detalhe melhorzito, tem um gadget interessante mas que apenas funciona se aplicarmos os autocolantes, coisa que não faço. Por fim chegamos à plataforma de lançamento e respectivo foguetão. Pensava que a construção da plataforma iria ser entediante. Nada disso. Não é propriamente a construção de um modular, mas achei que para a idade indicada, proporciona um exercício interessante. Gostei da introdução de vários e simples gadgets que fazem com que uma estrutura que tinha tudo para ser estática, ganha-se algum dinamismo. Chegamos por fim ao foguetão. Não fiquei muito impressionado já que não foge muito àquilo que a LEGO nos ofereceu noutros conjuntos semelhantes. Aliás, ainda não é desta que a LEGO consegue fazer um foguetão que divida os vários andares de forma aceitável. De qualquer forma, é um bom brinquedo.
As Peças 8/10 (variedade de peças interessantes)
A Construção 8/10 (com alguns bons momentos sem se mostrar entediante)
O Desenho 7/10 (variada em termos de qualidade com bons detalhes e outros nem por isso)
Jogabilidade 9/10 (vários componentes que potenciam boas brincadeiras)
O maior conjunto desta série é uma espécie de amálgama de pequenos componentes com níveis de qualidade variáveis. Gostei do topo do observatório, da plataforma de lançamento e do veículo todo o terreno. O resto é aceitável e complementa bem para um bom potencial de jogabilidade.
Conclusão 8/10
(Este conjunto foi fornecido para análise pela The LEGO Group, mas a review é da minha inteira responsabilidade)
Tema: City
Ano de Edição: 2022
Número de Peças/Minifigs: 786/6
Preço LEGO®: 100€
Link Brickset: https://brickset.com/sets/60350-1/Lunar-Research-Base
Peças transparentes para fazer domos!! Brrrr…
Este é o conjunto desta série de quatro em que as imagens mais me cativaram e não foi só pelo domo. O próprio formato da base chegou para isso!
Mas vamos com calma e comecemos pela construção. São sete as fases que se espalham por 3 livros de instruções de diferentes formatos. Na primeira temos a montagem dos astronautas, rover/bulldozer, drone terrestre de prospecção e pequena cratera com meteorito. A experiência de construção não é nada de relevante mas resulta num pequeno cenário interessante e fora do vulgar. Gostei da originalidade do rover/bulldozer já que não me lembro de ter visto algo assim da LEGO. Em termos de peças destaque imediato para 2440 que em branco não é nada vulgar. No vídeo, erradamente indiquei que a tinha quando era miúdo. Na verdade fazia parte de um set do meu irmão mais novo (esta ou uma peça semelhante) e as minhas recordações são de quando era adolescente e, por vezes, fazia construções para ele. Apesar de não achar grande piada à água (?) na lua e meteorito, adorei o detalhe do microorganismo que teve direito a impressão e não é um simples autocolante! Ena, que importância que a LEGO lhe deu! :D
Na segunda fase temos uma pequena nave espacial de transporte entre a estação espacial e a superfície da Lua. Este é, provavelmente, o veículo da série toda que mais me provocou uma sensação agridoce. A verdade é que a nível estético está muito engraçado. Até gostei do detalhe da chama (chama no vácuo?) ser uma peça solta e o formato geral segue bastante de próximo alguns concepts arts que existem. No entanto a resistência da construção deixa muito a desejar. As antenas parabólicas estão sempre a saltar fora. Eu sei que a utilização barra 2L (78258) em branco é sempre bem vinda, mas neste caso acho que poderiam ter utilizado uma solução mais resistente. As pernas também mal se aguentam e a verdade é que a nave só fica estável quando assenta nos cones de exaustão dos motores. Por fim e aquilo que eu achei mais intrigante. A forma como a cápsula frontal encaixa no corpo a nave (através de pins), indica que seria destacável. Não o é e nem é aconselhável fazê-lo, já que vai desmontar algumas peças que fazem com que a nave facilmente descambe em pedaços mais pequenos. Fora isso, a montagem é interessante, o resultado a nível estético é muito bom e a jogabilidade apenas é afectada pelos problemas que referi acima.
Chegamos então ao último livro que compreende as cinco fases da construção da base lunar propriamente dita. O alinhamento é esquisito. Começamos pelo centro, continuamos com o centro, depois vamos para o módulo da direita, depois para o da esquerda com a manga de acoplagem ao rover e só no fim é que chegamos ao domo. Parece que a própria LEGO quis deixar o melhor para o fim :D. A construção da base tem muito de “empilhar peças”, mas também vários detalhes interessantes, o que faz com que não seja nada monótona. Pessoalmente gostei da forma como conseguiram colocar os módulos na diagonal, da forma como a manga sobre e desce (apesar das falhas na estrutura) e de todo o domo transparente. Isto fez com que a distribuição de peças entre básicas e específicas seja muito interessante, já que olho para as peças e vejo que vão ser muito úteis no meu tipo de construção. Além das peças de domo (será que não me canso de falar delas?), destaque para a antiga antena parabólica, para as escotilhas em branco, quantidade de tiles interessantes e para aquelas garras que o drone transporta. Última nota para os módulos que seguem um formato muito semelhante aos que existem no set 60227 Lunar Space Station, apesar de não serem exactamente do mesmo tamanho (o que é uma pena). Em termos de jogabilidade, a base é um poço de potencial e com o bónus de se poder ligar o rover do 60348.
As Peças 9/10 (domos transparentes acompanhados de um sortido interessante de peças)
A Construção 8/10 (agradável, mas sem brilhar)
O Desenho 9/10 (sci-fi qb)
Jogabilidade 10/10 (o tipo de jogabilidade que eu aprecio, sem conflito e mesmo assim empolgante)
Fora a falha da fragilidade da pequena nave espacial, este é um conjunto perfeito para crianças que sonham com a exploração espacial. Tem uma boa distribuição entre peças básicas (mais) e peças específicas (menos), tem várias peças cativantes, a experiência de construção é agradável e o resultado final é, esteticamente, muito bom. Por fim, tem a capacidade de potenciar brincadeiras interessantes sem recorrer ao mais batido (e questionável) conflito.
Conclusão 9/10
(Este conjunto foi fornecido para análise pela The LEGO Group, mas a review é da minha inteira responsabilidade)
Tema: City
Ano de Edição: 2022
Número de Peças/Minifigs: 500/5
Preço LEGO®: 60€
Link Brickset: https://brickset.com/sets/60349-1/Lunar-Space-Station
Eu sei que as estações espaciais podem assumir formas estranhas. Mas acho que nesta tentaram ficar a meio caminho de algo assimétrico e estacionário e as formas gerais de uma nave espacial, o que resultou em algo pior que estranho, feio.
Bem, já deu para ver que à semelhança do conjunto anterior da série, o 60348, não vou muito à bola com este set em termos estéticos. Mas será que vale a pena se tivermos em conta outros critérios?
O meu filho teve a tarefa de construir quatro das cinco fases e apesar de um detalhe ou outro, não foi tão estimulante como a do rover. Primeiro temos a cápsula que apesar de ter um exterior giro, o interior parece-me um pouco vazio. A segunda e terceira fases são dedicadas à construção do módulo gigante com grandes janelas (?) e uma forma meio arredondada. Não sei se era essa a intenção, mas acho que não foi bem conseguida. A construção é básica e fiquei com a sensação que apesar do esforço, resulta num espaço monótono. O interior é simples, talvez demasiado simples. Para a quarta fase temos a construção de alguns detalhes do módulo anterior (braço e antena) e a construção do módulo central que alberga o espaço para a colocação do meteorito. Nesta fase fez-me lembrar que continuo a achar que a introdução do azul escuro apenas causa ruído ao esquema de cores desta série. Na última fase temos a construção do módulo que suporta os painéis solares, uma espécie de drone espacial e uns.. Thrusters? Mas para que raios querem que a estação espacial tenha motores daquele tamanho? Se é uma estação espacial, a ideia é ela ficar no mesmo lugar e apenas ter uns pequenos escapes para se manter no lugar e não parecer uma nave espacial. Nope, não gostei. Como também não consigo gostar dos suportes dos dois últimos módulos.
No entanto, como aconteceu com o rover, se em termos de design a estação espacial é um desastre, a jogabilidade é interessante. Temos 5 minifigs (ainda me pergunto como cabem todas lá dentro), temos uma cápsula para fazer viagens, temos uma zona habitável relativamente composta, temos um meteorito que é possível apanhar em pleno voo, colocá-lo no interior e estudá-lo, por fim temos um drone que parece que ativa os painéis solares. Sim, recuso-me a falar dos motores espaciais de uma pretensa estação espacial.
Quanto a peças a sensação é agridoce. Temos uma distribuição de peças interessante com uma variedade relativamente forte de peças básicas. Temos algumas peças que merecem destaque, como os painéis solares impressos, as 8 unidades da canópia em azul claro transparente e as peças que compõem a cápsula que me parecem ter algum potencial apesar de serem sempre uma “mono-peça”. Não vou falar da banana nem do PPP.
As Peças 7/10 (variedade interessante mas algo cara)
A Construção 7/10 (cumpre sem causar experiência interessante)
O Desenho 4/10 (para mim o ponto mais fraco deste conjunto)
Jogabilidade 8/10 (bom potencial de brincadeira séria)
Pessoalmente considero este conjunto um desastre em termos estéticos, no entanto cumpre todos os requisitos para ser um bom conjunto em termos de jogabilidade. Gostei particularmente por potenciar uma brincadeira sem recorrer ao conflito.
Conclusão 7/10
(Este conjunto foi fornecido para análise pela The LEGO Group, mas a review é da minha inteira responsabilidade)
Tema: City
Ano de Edição: 2022
Número de Peças/Minifigs: 275/3
Preço LEGO®: 30€
Link Brickset: https://brickset.com/sets/60348-1/Lunar-Roving-Vehicle
Estou a gostar que a LEGO ciclicamente volte ao espaço dentro do tema City. Não é a mesma coisa que um tema espacial puro e duro, mas não deixa de ser uma aproximação ao tema e que até tem alguns laivos de “científico”.
Este rover é o primeiro da série de quatro conjuntos que foram lançados em Março deste ano. Aparentemente é mais simples do que saiu na Creator em 2020 (31107 Space Rover Explorer) mas isso não diminui o interesse que tinha nele. Aliás, há um detalhe que aparece na caixa que o colocou no meu radar instantaneamente. A possibilidade de se ligar através da escotilha a outro set do tema!
Em termos de peças não é propriamente um achado. O PPP situa-se em quase 11 cêntimos, o que me parece exagerado para um set não licenciado e que, por cima, não tem peças raras que sejam particularmente interessantes. Destaco a presença de duas unidades da 35191 em branco (que irá aparecer mais vezes nesta série), dos minifigs e respectivos acessórios e de duas unidades da 65617 em LBG. A distribuição de peças não é a óptima (mais peças específicas do que básicas), mas é de salientar que fora as peças technic, a grande maior parte são úteis.
A construção desenrola-se ao longo de 3 fases. Primeiro dedica-mo-nos às minifiguras, cratera e rocha/meteorito/whatever pejada de cristais azuis que provavelmente são água num estado qualquer. Construção simples sem nada que destacar. Devo referir que a mochila agora é composta por peças (relativamente básicas) o que dá um aspecto mais blocky aos astronautas. É bom pela versatilidade das peças, mas ao mesmo tempo fica aquém de algumas soluções que a LEGO nos deu no passado. A segunda fase ocupa-se da construção da parte central do veículo. Algo que até poderia ser insosso, na verdade tem algumas particularidades que tornam a construção divertida. Primeiro há que referir que o interior do veículo está dividido em duas secções, presumo que uma com atmosfera e outra sem atmosfera para transporte dos astronautas equipados. Segundo, há algumas técnicas nada convencionais em conjuntos para esta faixa etária. Utilização de barra+clip para virar ao contrário peças e a utilização de peças em SNOT para virar duas vezes a linha de studs. Até o meu filho reparou nisso! A última fase é dedicada ao topo, rodas e outros acessórios, o que faz com que a construção seja bem variada se excluirmos a montagem dos 6 rodados duplos.
O design é, não consigo exprimir melhor, confuso. Não sei se é a presença de várias cores (questiono a necessidade do azul escuro) ou mesmo as superfícies que variam muito ao longo de todo o veículo. Além disso, temos aqueles windscreens que, sinceramente, não nos consegue levar para paisagens lunares mas sim para uns estaleiros quaisquer aqui bem na Terra. Ou seja, esteticamente este rover não me convenceu apesar…
Apesar de ter tudo para ser interessante em termos de brincadeira e, acima de tudo, estar bem próximo daquilo que poderá ser um rover de exploração na superfície lunar. Tem um compartimento pressurizado bem equipado, as rodas permitem movimentos giros (yeps), temos secção para levar os astronautas e um base atrás para levar as rochas para análise na base. Claro que fico intrigado como se acede a estas duas coisas. :)
As Peças 6/10 (variedade interessante mas algo cara)
A Construção 8/10 (agradável)
O Desenho 5/10 (confuso e com algumas opções estéticas questionáveis)
Jogabilidade 9/10 (imensas possibilidades)
O set mais pequeno desta série é excelente em termos de jogabilidade e aproximação à ciência por detrás desta aventura, mas desilude em termos estéticos com um formato e esquema de cores confusos.
Conclusão 7/10
(Este conjunto foi fornecido para análise pela The LEGO Group, mas a review é da minha inteira responsabilidade)
Aqui está o meu mais recente MOC (como se andasse a criar muitos..), um Mars Rover.
A origem desta construção foi a conjugação de duas coisas. Primeiro foi a inspiração vinda da imagem do jogo de tabuleiro On Mars do português Vital Lacerda. A segunda foi mesmo a canópia do 60225 Rover Testing Drive que, no entanto, sempre achei que poderia ficar mais interessante com outra orientação, e assim comecei o MOC. Comecei por "atacar" o habitáculo, mas depois de algum tempo, comecei a ter dificuldades em o acabar. Deixei a "marinar" durante algum tempo e na semana passada fui pegando e o MOC foi crescendo naturalmente. Põe peça, tira peça, se calhar aquela ficaria melhor, afinal não tenho nenhuma numa cor que fique bem, humm e se colocasse algo assim?, tira n peças para caber aquele algo, afinal não fica bem, mas como é que faço isto com as peças que tenho?, já agora experimento isto, não fica tão bem como esperava mas serve, e por aí a fora.
Basicamente a magia de construir com peças LEGO.
O rover tem algumas funcionalidades como podem ver nas várias fotos desta galeria. O habitáculo é totalmente equipado e tem espaço para dois tripulantes. Possui um braço robótico, faróis direccionáveis, porta de acesso, escadas de acesso, acesso ao motor, etc.
Pode parecer um pouco desequilibrado ao ter uma frente maior que a secção traseira (onde fica o motor), mas sinceramente gosto formato já que lhe dá, a meu ver, um ar mais robusto.
Agora falta construir a base...
Mesmo longe da Terra existe a necessidade de transportar bens. É este o trabalho do José, nascido e criado em Trás-os-Montes e camionista desde sempre.. e em qualquer lugar no Sistema Solar.
Ontem tirei o dia para construir qualquer coisa. A ideia era construir um pequeno rover para mais tarde fazer parte do equipamento de uma nave espacial, mas quando vi aquelas rodas não resisti e fiz algo um pouco maior e diferente do que tinha planeado. O cockpit foi o passo seguinte e fui para um estilo que continuo a adorar. O resto foi surgindo naturalmente. Para o esquema de cores escolhi o que já utilizamos na Comunidade 0937... e que continuo a adorar.
Estamos em SHIPtember, portanto há que trabalhar numa SHIP (Seriously Huge Investment in Parts). Sendo assim pego num trabalho que deixei a meio em outubro do ano passado e a ver se é desta que termino.
O objetivo é mesmo acabar antes do final do mês, cumprindo assim o desafio do Grande Jogo da 0937.
Hoje dispus os vários módulos que tenho e fiquei-me com esta configuração. Facilita-me a vida não ter vário níveis e assim aproveito melhor os módulos. Como dá para perceber, esta configuração não chega aos 100 studs, mas conto tornear esse problema acrescentando greeblies.
Um dos problemas que estava a ter no ano passado era como fazer as portas interiores.. Cheguei a uma solução satisfatória mas que apenas vai dividir a nave em 4 secções. No entanto neste momento isso é secundário. Pretendo primeiro construir todos os exteriores e apenas construir os interiores se tiver tempo :)
Interstellar Outpost Contest - 2014 foi um concurso que me passou ao lado como muitas outras atividades no Flickr. Definitivamente devo começar a encarar o Flickr não como um mero repositório de fotografias, mas como plataforma Web 2.0.
As regras simulavam um contrato onde era pedido uma nave de combate com cockpit descentrado e uma veículo de apoio. Ambos os veículos tinham outras especificações que tornavam o desafio bastante interessante.
Como dá para perceber, o concurso já decorreu e os vencedores foram anunciados no dia 1 de janeiro.
Primeiro lugar - cmaddison
Segundo lugar - legojunkie (já tinha falado deste MOC aqui na LegOficina).
Terceiro lugar - SPac13
Há que referir que os prémios também são MOCs bem interessantes, do que destaco o do segundo lugar.
Há uns meses atrás postei a interpretação do robô TARS do filme Interstellar criada pelo Simon Liu. Agora destaco (via TBB) a tripulação completa do Endurance construída por jp_velociraptor, aqui com um Ranger a servir de fundo.
Esta versão do Ranger além de ter um formato muito próximo do real, tem um interior que cabem as quatro personagens humanas mais um dos robôs.
Adorei o filme, adoro a nave e estou mesmo tentado a fazer uma cópia :)
Fica aqui a Destiny, nave espacial onde se decorre a maior parte das aventuras na série televisiva Stargate: Universe. Ao constrário das duas outras séries spin-off do filme Stargate, esta é mais hard-sci-fi e muito interessante. Pena que tenha se aguentado apenas durante duas temporadas.
Esta criação do nameless_member segue todas as características principais da nave numa escala bem reduzida. Destaco a curvatura do casco e no cuidado dos greeblies.
Via TBB.